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consumo

- Publicada em 10 de Fevereiro de 2016 às 10:29

Embalagem econômica cresce durante a crise

 CAPA DO CADERNO EMPRESAS E NEGÓCIOS   CARRINHO DE SUPERMERCADO COM PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS

CAPA DO CADERNO EMPRESAS E NEGÓCIOS CARRINHO DE SUPERMERCADO COM PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS


MAURO SCHAEFER/ARQUIVO/JC
A crise mudou a preferência do brasileiro na hora de comprar produtos do dia a dia, como alimentos industrializados e itens de higiene e limpeza. Embalagens menores e maiores, conhecidas como econômicas, caíram no gosto do consumidor, enquanto as intermediárias perderam participação nas vendas.
A crise mudou a preferência do brasileiro na hora de comprar produtos do dia a dia, como alimentos industrializados e itens de higiene e limpeza. Embalagens menores e maiores, conhecidas como econômicas, caíram no gosto do consumidor, enquanto as intermediárias perderam participação nas vendas.
Uma pesquisa feita pela consultoria Nielsen mostra que, nas 20 categorias mais importantes em faturamento nos supermercados, como cerveja, refrigerante, industrializados de carne, leite, achocolatado, entre outras, aumentou em 60% a importância da embalagem econômica nas vendas. A embalagem econômica é aquela que é maior, na qual o consumidor desembolsa mais em um primeiro momento, mas o produto sai por um valor unitário menor.
Na outra ponta, para essas mesmas categorias de produtos, também cresceu em 40% a importância da embalagem menor nas vendas. Nessa versão, o consumidor gasta menos, levando para casa uma quantidade reduzida de produtos. Por meio de um painel eletrônico ligado a 4,5 mil supermercados no País, a consultoria acompanha as vendas de 240 itens.
O iogurte em embalagens de até 360 gramas, por exemplo, que representava 3% das vendas em volume em 2014, ampliou sua participação para 5,4% no ano passado. No mesmo período, a fatia das embalagens maiores, com mais de um quilo, passou de 4,3% para 5,8%. Já os potes intermediários, com 361 gramas a um quilo, perderam quase dois pontos e meio de participação nas vendas, de 66,3% para 63,9%, apesar de representarem ainda a maior fatia.
O crescimento de participação de vendas de embalagens pequenas e grandes e a perda da fatia das intermediárias se repetiu no ano passado em relação ao anterior para sucos prontos para beber, água mineral, amaciante de roupas, biscoitos, entre outros itens, aponta a pesquisa. "A crise acelerou o efeito 'ampulheta' no consumo", observa o analista de mercado da consultoria, Jonathas Rosa. Pela primeira vez, foi identificado esse movimento nas vendas no início do ano passado e, de lá para cá, a tendência ganhou força.
A polarização das vendas de uma mesma categoria de produto foi batizada pelos especialistas de efeito "ampulheta" porque o crescimento ocorre nos extremos e os tamanhos intermediários perdem participação. "Observamos o mesmo comportamento das embalagens se repetindo nas marcas", diz o consultor. A participação nas vendas das marcas de preço menor e maior é crescente dentro de uma mesma categoria de produto. Segundo ele, esse movimento pode estar ligado à crise. "As classes sociais que sofrem menor impacto continuam comprando os produtos mais caros, enquanto a grande maioria dos brasileiros busca marcas mais baratas."

Até o tamanho do ovo de Páscoa diminuiu este ano

Para ficar mais acessível, até o ovo de Páscoa encolheu. Pressão de custos entre 7% e 15%, atrelados ao dólar, como o preço do cacau e do açúcar, fizeram as empresas reduzirem o tamanho dos produtos. A Chocolates Munik, por exemplo, diminuiu o tamanho dos ovos de chocolate da linha saúde. O ovo diet da marca e o de cacau 50%, que, na Páscoa do ano passado, pesavam 200 gramas, foram reduzidos para 130 gramas, conta a gerente comercial e de marketing da empresa, Leila Detício.
Com isso, o desembolso do consumidor diminuiu. No ano passado, o ovo diet custava R$ 39,80, e o de cacau, R$ 34,90. Neste ano, os preços são de R$ 26,00 e R$ 23,00, respectivamente. O preço por grama foi mantido de um ano para outro, em R$ 0,19 no caso do ovo diet e em R$ 0,17 no ovo de cacau 50%. A TopCau também trabalha com ovos de menor tamanho, até 250 gramas, porque 60% dos volumes fabricados são de produtos licenciados de personagens infantis, diz a gerente de marketing, Alais Valentini Fonseca. Neste ano, a empresa está produzindo miniovos, de 96 gramas, com custo menor para o consumidor. A marca reajustou os ovos em 10%.