O valor a ser ressarcido aos cofres públicos por uma das principais empresas investigadas por desvios na Petrobras, a holandesa SBM Offshore, despencou em alguns meses de negociação de um acordo de leniência com o governo, conforme o relato de alguns dos envolvidos nas tratativas a ministros do Tribunal de Contas da União (TCU). A situação preocupa autoridades da Corte, que receiam a devolução em montante que não cubra as perdas causadas pela multinacional e avaliam providências para, eventualmente, buscar recuperação maior.
No primeiro semestre do ano passado, fontes do governo informaram ao TCU que a expectativa era de um pagamento entre R$ 4 e R$ 5 bilhões como indenização. O valor se baseou em auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU), que apontaria uma "gordura" de US$ 1,7 bilhão em contratos firmados pela estatal com a SBM.
Em novembro deste ano, o tribunal foi avisado de que o valor ficaria em cerca de R$ 1 bilhão. As negociações entre as partes, no entanto, continuam. A disparidade entre as cifras já apresentadas foi discutida na última quarta-feira, 20, numa sessão sigilosa de ministros do TCU, que se dizem desinformados sobre o andamento dos acordos, conduzidos pelos dois órgãos e pela Petrobras. Por causa da variação, a Corte decidiu determinar que a CGU entregue dados sobre as tratativas com empresas investigadas na Operação Lava Jato. Atualmente, 11 acordos estão em negociação.