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Governo Federal

- Publicada em 20 de Janeiro de 2016 às 19:46

Temer diz a Dilma que precisa 'ouvir mais'

O vice-presidente Michel Temer (PMDB) afirmou, nesta quarta-feira, à presidente Dilma Rousseff (PT) que o governo "precisa ouvir mais do que falar" e adotar "outra postura", mostrando que "está disposto a ser mais servo" do que dar ordens. Para Temer, a presidente precisa ouvir os diversos setores da economia, por exemplo durante a reunião do "Conselhão", para que eles proponham soluções para ajudar a superar a crise que assola o País.
O vice-presidente Michel Temer (PMDB) afirmou, nesta quarta-feira, à presidente Dilma Rousseff (PT) que o governo "precisa ouvir mais do que falar" e adotar "outra postura", mostrando que "está disposto a ser mais servo" do que dar ordens. Para Temer, a presidente precisa ouvir os diversos setores da economia, por exemplo durante a reunião do "Conselhão", para que eles proponham soluções para ajudar a superar a crise que assola o País.
Dilma respondeu ao vice que vai reconvocar em fevereiro o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, formado por empresários e outras lideranças da sociedade, e seguir sua sugestão de ser mais ouvinte.
A presidente, no entanto, ponderou que, segundo o relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional), o Brasil não é a única nação afetada pela crise, mas outros países também estão com o crescimento comprometido. Segundo a presidente, isso é, de certa forma, um "ponto positivo" para estimular a recuperação por aqui.
Esta foi a primeira vez que Dilma e Temer conversaram pessoalmente em 2016. A reunião, que aconteceu no gabinete da presidente, durou uma hora e meia, mas os dois ficaram sozinhos por apenas 15 minutos.
O restante do encontro foi acompanhado pelos ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), que têm mediado a relação entre os dois principalmente nos temas ligados à articulação política.
Temer reafirmou que acha necessário o governo olhar as propostas do programa do PMDB, "Uma ponte para o futuro", e ouviu de Dilma que o texto está com o ministro Nelson Barbosa (Fazenda) para considerações.
Temer e Dilma evitaram discutir assuntos polêmicos, como a liderança do PMDB na Câmara, as investigações da Operação Lava Jato ou a nomeação para ministérios e, no final do encontro, falaram, inclusive sobre literatura. O peemedebista sugeriu à presidente o livro "Número Zero", de Umberto Eco, e os volumes "A Capital da Solidão" e "A Capital da Vertigem", de Roberto Pompeu de Toledo.
Temer tem dito que o Palácio do Planalto não deve interferir nas questões internas do PMDB, mas auxiliares da presidente atuam desde dezembro para que o deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), aliado ao governo, seja reconduzido ao cargo de líder do partido na Câmara, em eleições marcadas para fevereiro.
Berzoini ofereceu, inclusive, a Secretaria de Aviação Civil ao deputado federal Mauro Lopes (PMDB-MG), na tentativa de dividir a bancada mineira do PMDB e fortalecer Picciani, contrário ao impeachment de Dilma. Enquanto isso, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tenta articular um nome favorável ao impedimento da petista para disputar com o deputado carioca, mas ainda não conseguiu consenso.

Dilma aguarda definição na Câmara para nomear ministro

 Brasília - O deputado Leonardo Picciani protocolou lista com 36 assinaturas favoráveis a sua recondução à liderança da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados (Antônio Cruz/Agência Brasil)

Brasília - O deputado Leonardo Picciani protocolou lista com 36 assinaturas favoráveis a sua recondução à liderança da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados (Antônio Cruz/Agência Brasil)


ANTÔNIO CRUZ/ABR/JC
Com o acirramento da disputa pela sucessão da liderança do PMDB na Câmara dos Deputados, a presidente Dilma Rousseff (PT) decidiu aguardar o desfecho da disputa interna para nomear o novo ministro da Aviação Civil.
A petista indicou a auxiliares e assessores que "não tem pressa" em definir o novo ocupante do cargo e não pretende entregar o posto ao partido aliado sem a garantia de que o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), será reeleito.
A eleição interna foi marcada para o dia 17 de fevereiro. Na tentativa de impedir a reeleição do peemedebista carioca, que é aliado do Palácio do Planalto, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem articulado o lançamento de candidaturas adversárias.
No final do ano passado, o Planalto convidou o deputado federal Mauro Lopes (PMDB-MG) para assumir a pasta, em uma estratégia para dividir a bancada do PMDB de Minas Gerais, a segunda maior da legenda na Câmara, e fortalecer a reeleição de Picciani.
Na época, o deputado confirmou à imprensa que foi procurado pelo ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, o que incomodou auxiliares e assessores da petista, que costuma se irritar com o vazamento de sondagens para sua equipe de governo.
Lopes indicou ao Planalto que está disposto a assumir o posto e recebeu o apoio público do vice-presidente Michel Temer (PMDB), apesar de ele não ter sido consultado previamente pelo governo.

Em carta, peemedebista disse que se sentia 'decorativo', e situação piorou

A relação entre Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) nunca passou de protocolar, mas a situação piorou depois que o vice enviou à presidente, no início de dezembro, uma carta para dizer que se sentia "decorativo" e que o governo e a petista não confiavam nele nem no seu partido, o PMDB.
Depois da guerra pública de versões entre a assessoria de Dilma e a de Temer sobre quem havia vazado o conteúdo da carta - nos bastidores, auxiliares da presidente reconheceram que a divulgação do texto partiu do Palácio do Planalto. Ao manter Temer mais próximo, Dilma segue orientação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Juiz autoriza que petista deponha na Zelotes

O juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney de Souza Oliveira, autorizou que a presidente Dilma Rousseff (PT) seja ouvida como testemunha de defesa em um processo que apura suposta compra de medida provisória (MP) que beneficiou o setor automotivo, conforme apontado em inquérito da Operação Zelotes.
O juiz fez a ressalva de que Dilma e os outros políticos possam ser ouvidos por escrito, como previsto no artigo 221 do Código de Processo Penal. Segundo a 10ª Vara, os políticos também poderão declarar por escrito que nada sabem sobre os fatos citados na denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e, assim, poderão ser dispensados de responder a perguntas.