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operação Lava Jato

- Publicada em 11 de Janeiro de 2016 às 17:49

Cerveró cita propina de US$ 100 mi a governo FHC

 Para FHC, denúncia é vaga e não especifica nomes

Para FHC, denúncia é vaga e não especifica nomes


REPRODUÇÃO TV CULTURA/DIVULGAÇÃO/JC
O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou que a venda da empresa petrolífera Pérez Companc envolveu uma propina ao governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB, 1995-2003) de US$ 100 milhões. As informações constam de documento apreendido no gabinete do senador Delcídio Amaral (PT-MS), ex-líder do governo no Senado.
O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou que a venda da empresa petrolífera Pérez Companc envolveu uma propina ao governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB, 1995-2003) de US$ 100 milhões. As informações constam de documento apreendido no gabinete do senador Delcídio Amaral (PT-MS), ex-líder do governo no Senado.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que declarações "vagas como essa, que se referem genericamente a um período no qual eu era presidente e a um ex-presidente da Petrobras já falecido (Francisco Gros), sem especificar pessoas envolvidas, servem apenas para confundir e não trazem elementos que permitam verificação".
O papel apreendido é parte do resumo das informações que Cerveró prestou à Procuradoria-Geral da República antes de fechar seu acordo de delação premiada. O documento foi apreendido no dia 25 de novembro, quando o senador Delcídio Amaral foi preso sob acusação de tramar contra a Operação Lava Jato. O senador, que continua detido em Brasília, temia a delação de Cerveró.
Nesse documento, o ex-diretor não explica para quem teria ido a suposta propina ou quem teria feito o pagamento. Cerveró citou o nome "Oscar Vicente", que seria ligado ao ex-presidente argentino Carlos Menem (1989-1999).
"A venda da Pérez Companc envolveu uma propina ao Governo FHC de US$ 100 milhões, conforme informações dos diretores da Pérez Companc e de Oscar Vicente, principal operador de Menem e, durante os primeiros anos de nossa gestão, permaneceu como diretor da Petrobras na Argentina", relatou Cerveró.
Em outubro de 2002, a Petrobras comprou 58,62% das ações da Pérez Companc e 47,1% da Fundação Pérez Companc. Na época, a Pecom, como é conhecida, era a maior empresa petrolífera independente da América Latina. A Petrobras, então sob o comando do presidente Francisco Gros, pagou US$ 1,027 bilhão pela companhia argentina.
No documento, o ex-diretor citou valores que teriam feito parte da negociação. "Cada diretor da Pérez Companc recebeu US$ 1 milhão como prêmio pela venda da empresa; e Oscar Vicente, US$ 6 milhões. Juntamos a Pérez Companc com a Petrobras Argentina e criamos a Pesa (Petrobras Energia S.A.)."

Empresários denunciam ameaça de operador de Cunha

Em depoimento prestado aos investigadores da Operação Lava Jato, dois empresários relatam que foram ameaçados de morte por Lúcio Bolonha Funaro, apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como o operador do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), segundo a edição de ontem da Folha de S. Paulo. Os registros constam no despacho do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que autorizou as buscas e apreensões em imóveis do peemedebista, em dezembro. Na ocasião, Funaro também foi objeto dos mandados.
Os irmãos Milton e Salim Schahin, donos da empresa que leva o sobrenome da família, contaram que estavam receosos em prestar esclarecimentos aos procuradores por medo das ofensivas de Funaro. As ameaças foram registradas em boletins de ocorrência, que foram entregues aos investigadores.
A batalha entre Funaro e os irmãos Schahin teve início em 2008, quando a barragem de Apertadinho, em Rondônia, se rompeu, deixando centenas de famílias desalojadas. A Cebel (Centrais Elétricas de Belém), responsável pelo empreendimento, tinha Funaro como "representante de fato" e contratou um consórcio formado por Schahin e EIT Engenharia. Uma batalha judicial então teve início sobre quem deveria arcar com as consequências do rompimento.
Salim afirmou que as ameaças chegavam por telefone ou mensagens de celular. A transcrição do depoimento de Salim, que firmou acordo de delação premiada, revela que "Funaro certa vez ligou para o depoente, dizendo que sabia onde o filho do depoente morava e onde o neto estudava. Que escutou da própria boca dele que iria arrebentar o carro do depoente e coisas do gênero".
No entanto, apesar dos indícios de que a empresa foi vítima de pressão e ameaças, os procuradores ressaltaram no documento que o ocorrido não vai livrá-la dos crimes praticados no esquema de corrupção do Petrolão. "Vale ressaltar, embora evidente, que as ilicitudes apontadas não isentam o Grupo Schahin ou seus sócios de qualquer ilegalidade praticada", escreveu a Procuradoria no despacho que embasou as buscas.
Por meio de sua assessoria de imprensa, Funaro negou que tenha feito ameaças aos Schahin. O operador disse que Milton e Salim são réus confessos em esquema de corrupção e que os requerimentos de deputados refletem preocupação legítima com a atuação da empresa. Já o advogado de Cunha afirmou que o presidente da Câmara jamais atuou em favor de Funaro e que não pode ser responsabilizado pela atividade de outros deputados.