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Lava Jato

- Publicada em 04 de Janeiro de 2016 às 18:49

STF arquiva investigação sobre propina a Randolfe

Randolfe Rodrigues afirma que existe uma ação para intimidá-lo

Randolfe Rodrigues afirma que existe uma ação para intimidá-lo


GERALDO MAGELA/AGÊNCIA SENADO/JC
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki determinou o arquivamento de inquérito contra o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), no caso em que foi acusado pelo delator Carlos Alexandre de Souza Rocha de recebimento de propina.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki determinou o arquivamento de inquérito contra o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), no caso em que foi acusado pelo delator Carlos Alexandre de Souza Rocha de recebimento de propina.
Teori seguiu entendimento da Procuradoria-Geral da República (PGR), que havia opinado pelo arquivamento, depois de uma contradição entre o depoimento de Rocha, conhecido como Ceará, e de outro delator na Lava Jato.
Randolfe Rodrigues afirmou que a menção do nome dele em delação premiada feita no âmbito da Operação da Lava Jato foi "plantada" como uma tentativa de desqualificar as investigações do Ministério Público Federal. Para Rodrigues, há uma ação para intimidá-lo por ele ter demonstrado que poderá representar contra senadores no Conselho de Ética da Casa se os parlamentares forem implicados no esquema de corrupção da Petrobras.
A decisão de Teori pelo arquivamento é de 9 de dezembro do ano passado, antes mesmo de terem sido tornados públicos os depoimentos de Ceará e antes do recesso do Judiciário.
Rocha atuava como transportador de dinheiro para o doleiro Alberto Youssef, também delator na operação. Rocha havia dito que ouviu comentário do doleiro de que Randolfe recebeu R$ 200 mil de propina. A PGR, porém, reinquiriu Youssef sobre o caso e o doleiro negou ter tido esse diálogo.
"Procurou-se obter esclarecimentos sobre a situação perante Alberto Youssef, que também celebrou acordo de colaboração premiada com o Ministério Público (MP). O doleiro, que teria efetuado o repasse de valores ilícitos ao parlamentar e haveria sido a fonte da informação fornecida por Carlos Alexandre de Souza Rocha, negou ambos os fatos", escreveu a PGR.
Youssef declarou aos investigadores que nunca teve a conversa relatada e que nem conhece Randolfe. "Nunca entregou dinheiro a Randolfe Rodrigues; que nunca falou sobre a entrega de valores para Ceará ou para qualquer outra pessoa", diz em depoimento, transcrito na decisão de Teori.
"Os elementos indiciários colhidos até o momento não são suficientes para indicar de modo concreto e objetivo a materialidade e a autoria delitivas", escreveu o ministro Teori, em sua decisão.

Foi o meu 'pior final de ano' da vida, avaliou o senador

O senador Randolfe Rodrigues afirmou ontem que, após a revelação do depoimento de Carlos Rocha, teve "o pior final de ano" de sua vida.
"Ele (Rocha) me causou um dano gravíssimo", declarou o senador, que disse avaliar processar o delator pelas acusações que lhe fez e levantou a hipótese de a citação a seu nome ter sido "plantada".
Randolfe, porém, não fez críticas à Operação Lava Jato. "Saio desse episódio com a convicção de apoiar mais ainda as investigações, mas é necessário cuidado com as inverdades", disse. "Em vez de desqualificarem a operação, os citados deveriam se dedicar a provar sua inocência", afirmou o senador.

'País não é só mensalão', diz novo presidente do TJ-SP

O desembargador Paulo Dimas de Bellis Mascaretti, que ontem tomou posse em sessão administrativa da presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo, disse que, no País, não há só Mensalão ou a Operação Lava Jato. "Temos que entender que o Brasil não é um País apenas de um processo do mensalão ou dos processos da Operação Lava Jato. Nós temos milhares e milhares de processos de grande repercussão social que tramitam na nossa Justiça estadual e que têm, com certeza, importância para cada cidadão envolvido em litígios", afirmou, em alusão aos dois escândalos de corrupção e desvios que marcaram os governos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT).
Paulo Dimas Mascaretti declarou que os juízes "têm um compromisso claro e diuturno no combate a todo e qualquer crime, principalmente os crimes contra a administração pública". Ele ressaltou que seus pares na Corte paulista "sabem quantas ações civis públicas estão em andamento questionando improbidade administrativa e desvios de recursos do erário".
"Nós estamos comprometidos com o combate à corrupção e a toda e qualquer atuação criminosa. Não podemos dizer que a corrupção é mais importante que os atentados contra a vida e contra o patrimônio das pessoas. Um trabalho muitas vezes desconhecido", declarou o desembargador para uma plateia formada de magistrados, advogados, procuradores de Justiça e secretários de Estado que lotaram o Órgão Especial do TJ.
Aos 60 anos de idade, 33 na magistratura, Mascaretti disse que "continua sonhando com um Judiciário forte, um Judiciário independente, respeitado e acreditado pela sociedade que serve".