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Opinião

- Publicada em 11 de Janeiro de 2016 às 15:52

Transportes públicos voltam a agitar a sociedade

À grave situação político-econômica do País, que afeta indistintamente a todos com inflação e desempregos recordes pode somar-se mais um elemento de desestabilização - a volta dos protestos de rua contra o aumento das passagens de transportes coletivos. Disseminados pelas principais capitais brasileiras nos últimos dias, os reajustes, na maioria superando os índices oficiais de inflação e gerando uma nova preocupação à população que não teve os salários corrigidos na mesma medida.
À grave situação político-econômica do País, que afeta indistintamente a todos com inflação e desempregos recordes pode somar-se mais um elemento de desestabilização - a volta dos protestos de rua contra o aumento das passagens de transportes coletivos. Disseminados pelas principais capitais brasileiras nos últimos dias, os reajustes, na maioria superando os índices oficiais de inflação e gerando uma nova preocupação à população que não teve os salários corrigidos na mesma medida.
Somada ao grande nível de insatisfação da maior parte dos brasileiros, que, de uma maneira geral, repudiam a forma de condução da economia pelo governo e o comportamento pouco republicano de grande parte dos políticos, o ambiente social torna-se perigosamente explosivo. Porto Alegre, que, como todas as grandes cidades, viveu e se angustiou com as grandes manifestações, teve um recente aumento dos ônibus e dos táxis. E agora, quando houver o início da operação resultante da licitação dos ônibus, provavelmente ainda no primeiro trimestre, anuncia-se que haverá novo aumento. As autoridades públicas têm de avaliar se a população tem capacidade de suportar reajustes tão próximos uns dos outros.
No final da semana passada, o País assistiu com preocupação às primeiras manifestações em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e em outras cidades, algumas fora dos grandes centros urbanos. É um sinal de insatisfação que deve acender uma luz de alerta entre todos aqueles que têm responsabilidade na condução dos assuntos públicos e, igualmente, dos próprios cidadãos, todos preocupados com a situação do País e dos reflexos que eles provocam sobre a sociedade.
Nestes momentos de turbulência, como a história está cansada de nos ensinar, abre-se espaço para ações que nem sempre correspondem aos anseios gerais da população, mas que, de uma forma difusa, devido à grave situação vivida por todos, acabam encontrando espaço para se desenvolver, mesmo que às vezes, ou na maioria dos casos, não tenham um objetivo bem definido ou um foco do que são realmente as reivindicações.
Foi o que ocorreu nos grandes movimentos de meados de 2013, quando tudo começou, como agora, como protestos contra o aumento dos preços dos ônibus e, a partir daí, espalhou-se como um rastilho de pólvora para um leque de assuntos e abriu espaço para grupos radicais exercerem uma violência que, por certo, não era o objetivo inicial do movimento.
Cabe às autoridades tentar entender os acontecimentos e buscar uma solução para eles antes que a possibilidade de perda do controle se torne real, o que pode acabar acarretando resultados funestos para todos. Se os governantes, entendendo que a situação econômica do País é grave, e realmente ela é, tentarem aumentar a receita da maneira mais fácil, que é o aumento dos impostos e tarifas administradas, atingem todos os afetados pela mesma crise, originada dentro do sistema, isto é, a todos os cidadãos, indiscriminadamente.
Querer penalizá-los ainda mais através de aumentos que superam a inflação e os índices de correção dos salários, como no presente caso dos transportes urbanos, parece uma atitude simplista e, no mínimo, contraditória. Se a situação é difícil para todos, nada mais justo que os sacrifícios sejam repartidos, de maneira a não sufocar nem o Estado, nem o cidadão contribuinte, que é, afinal, quem gera receita para a União e paga todas as contas.
 
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