Começou ontem, em Palma de Mallorca, o histórico julgamento no qual a princesa espanhola Cristina é acusada de ajudar a financiar seu luxuoso estilo de vida com fundos recebidos por seu marido, em uma suposta trama de má administração de dinheiro público destinado para conferências e centros esportivos.
Cristina e seu marido, Iñaki Urdangarin, não fizeram declarações aos jornalistas reunidos para a chegada deles ao local, uma sala de tribunal improvisada em Palma de Mallorca, em meio a um forte esquema de segurança, para manter distanciados os manifestantes contrários à monarquia. O casal se sentou em silêncio com outros 16 acusados, enquanto o juiz lia as acusações do julgamento, a primeira ocasião na qual um membro da família real espanhola enfrentará acusações penais desde a restauração da monarquia, em 1975. Urdangarin e outro sócio são acusados de desviar até ¤ 6,2 milhões de contratos inflados e que nunca resultaram em trabalho real.
Cristina, de 50 anos, é acusada de evasão fiscal, o que pode render até oito anos de prisão, por supostamente não declarar os impostos sobre gastos pessoais pagos por uma companhia que é propriedade dela e do marido, um medalhista olímpico de handebol que se converteu em empresário. Ele enfrenta acusações mais graves, por supostamente utilizar seu antigo título de duque de Palma para conseguir contatos públicos com políticos através do Instituto Noos, uma ONG que dirigia com outro sócio.