Amigas desde a escola, amantes de viagens e parceiras em aventuras, as publicitárias gaúchas Bruna Luise de Vargas e Caroline Scossi, ambas de 26 anos, encontraram em Madri a inspiração para uma nova aposta profissional: misturas prontas para fazer cookies. A ideia, posta em prática em Porto Alegre no final de 2014, é oferecer a oportunidade de os clientes colocarem a mão na massa.

Bruna conta que ela e Caroline - que atualmente está na Europa - tinham o intuito de encontrar novos horizontes no mercado de trabalho. "Nós duas já tínhamos largado os empregos, pois não gostamos do sistema de trabalho, de como ele funciona", justifica Bruna. Foi, então, que resolveram trazer para o Brasil uma ideia que Bruna conheceu na viagem. A dupla, que já gostava de gastronomia, transformou o hobby em profissão. "Queríamos alguma coisa que lidasse com comida, mas que não ficasse o dia inteiro na cozinha", diz Bruna. Nasceu, assim, a Hey! Cookie Jar.

Na primeira leva, foram vendidos 100 potes das misturas. Hoje, esse número mensal chega a 300, com faturamento de R$ 5 mil. Até o fim do ano, a expectativa é atingir umaprodução de 500 unidades por mês. Entre os itens das jarras, estão chocolate, açúcar mascavo, aveia, flocos, sal marinho, bicarbonato, farinha de trigo - dependendo do tipo. 

A produção é artesanal e conta com fornecedores locais. As sócias são também as criadoras de todas as receitas, participam e coordenam o trabalho de produção e cuidam do marketing. Bruna confessa que, com o crescimento da demanda, às vezes, precisam de ajuda em algumas etapas de montagem e logística. 

Apesar da expansão constante, ela diz que não quer levar o produto a grandes redes de supermercado, para que possa manter o conceito artesanal da marca. As sócias prospectam expandir, em 2016, a distribuição para São Paulo e Rio de Janeiro, sendo que já possuem 18 pontos de venda no Rio Grande do Sul, três no Paraná e um no Pará. Em janeiro, começaram a vender também no litoral gaúcho, apostando em Atlântida, na cafeteria Chá das Cinco (avenida Central, 241). As próximas praias que receberão as jars serão as catarinenses.

O investimento inicial não foi a maior dificuldade da empresa, já que ficou em torno de R$700,00. Os maiores obstáculos foram os aprendizados do dia a dia. Para chegar aos modelos atuais, erros e acertos surgiram ao longo do caminho.

"Fazíamos camadas de forma errada e chegavam misturadas quando enviávamos pelo correio. Com o tempo, a gente vai entendendo coisas que no início não prestávamos atenção", revela. Bruna acrescenta que, no começo, houve medo de aceitação do público - já que algumas pessoas não entendiam que os ingredientes ainda precisavam ser preparados em casa. 

"Ainda estamos apostando, volta e meia a gente escuta: 'nossa, essa ideia é muito legal, eu adorei colocar a mão na massa'. E também ainda tem as pessoas que dizem: 'mas eu tenho que fazer?'. Eu acho que a gente está entendendo agora que existe mercado para tudo", reflete. 

Não abandonando a paixão por viajar, as sócias sempre buscam estudar o mercado internacional. Há seis meses, Caroline está na Irlanda, com retorno previsto para setembro deste ano. Além de auxiliar na empresa à distância, trabalhando na parte digital, aproveita para pesquisar as novidades culinárias no exterior. Bruna pretende ir a Buenos Aires em março.