O segundo leilão do terreno de cinco hectares, dos 18 pertencentes à Fenac, em Novo Hamburgo, não teve propostas de compra e foi declarado deserto. A empresa já havia realizado uma primeira tentativa, em dezembro do ano passado. A área levada ao novo certame, na tarde de ontem, possuía lance inicial estipulado em R$ 18 milhões.
A quantia seria utilizada para dar a largada na primeira etapa do projeto de expansão do tradicional Centro de Eventos da Região Metropolitana de Porto Alegre. O diretor-presidente da Fenac, Elivir Desiam, afirma que existe um plano alternativo para viabilizar os aportes iniciais necessários para a ampliação do espaço em mais 16 mil metros quadrados de área construída.
A modernização ainda inclui climatização, iluminação especial, infraestrutura com restaurantes, espaço para convenções com capacidade para 1.000 pessoas e ambiente administrativo. No total, as duas fases da expansão devem prover o centro de eventos com 42 mil novos metros quadrados. Uma planta arquitetônico foi elaborada, mas não há previsão de valores para o investimento total. A cifra só será definida após a conclusão do projeto executivo. Desiam antecipa que a empresa deu início à uma consulta junto aos agentes financeiros com o objetivo de avaliar a real capacidade de arcar com uma parte dos investimento.
"Também trabalhamos em um plano B. A Fenac hoje é uma empresa capitalizada, que gera lucro e não possui passivos fiscais. A expansão será feitas por etapas. Estudamos iniciar o primeiro pavilhão com recursos próprios", salienta. Enquanto isso, o tema da venda do terreno voltará ao conselho de administração. O colegiado é formado por 11 representantes de entidades empresariais do Vale dos Sinos. Trata-se de uma sociedade anônima (S.A.), cujo maior acionista é a prefeitura municipal de Novo Hamburgo.
A atual infraestrutura sediou 14 eventos de médio e grande portes e recebeu mais de 553 mil visitantes em 2015. Desde 2009, quando foram realizadas três feiras e o público não passou de 91 mil pessoas, o crescimento da demanda supera os 360% em quantidade de eventos e 507% em visitações. Para Desiam, os resultados crescentes no período de seis anos justificam a ampliação.
O diretor-presidente, não descartada um novo leilão ao longo de 2016. Caso isso se confirme, o novo edital deverá ser lançado após o mês de março. Segundo Desiam, a sessão de abertura do edital, ontem, contou com a presença de um representante de investidores e teve sete interessados que não apresentaram lances. Deste modo, o dirigente conclui que a área é nobre e desperta a cobiça do mercado. Por outro lado, ele aponta o momento econômico e as incertezas políticas que moldam o atual cenário do País como os fatores responsáveis pela ausência de ofertas nos dois leilões.