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Conjuntura

- Publicada em 20 de Janeiro de 2016 às 22:23

Bradesco estima retomada somente em 2017

 Economista Fabiana D'Atri - Crédito Julio Soares

Economista Fabiana D'Atri - Crédito Julio Soares


JULIO SOARES/OBJETIVA/DIVULGAÇÃO/JC
A falta de cenário sobre os rumos da economia brasileira é o grande desafio a ser superado neste ano, que tende a ser de estabilidade em relação a 2015. A observação foi feita ontem em reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul, pela economista Fabiana D'Atri, do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco.
A falta de cenário sobre os rumos da economia brasileira é o grande desafio a ser superado neste ano, que tende a ser de estabilidade em relação a 2015. A observação foi feita ontem em reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul, pela economista Fabiana D'Atri, do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco.
Segundo ela, 2016 precisa ser um ano de respostas e soluções para que o País retome o crescimento a partir de 2017. "Temos o entendimento que a crise econômica estabilizou, parou de piorar. Agora, são necessárias medidas de curto e médio prazo de ajuste fiscal para que a recuperação ocorra. Não dá para deixar tudo para 2017", reforçou. Dentre elas, citou como fundamental a Reforma da Previdência.
A analista assinalou, no entanto, que buscar o consenso de medidas para o ajuste fiscal não é tarefa simples ou trivial. Neste sentido defendeu a convergência de interesses de todos os setores da sociedade. "O Brasil precisa encontrar suas próprias saídas porque não haverá mais locomotivas para puxar a economia mundial. Não esperem que China, Índia, Estados Unidos ou Europa tenham crescimento suficiente para alterar a situação econômica global, que é e continuará difícil", alertou.
A economista também chamou atenção para o que considera de cautela excessiva por parte dos setores empresariais e dos consumidores, o que aprofundou ainda mais a crise. Sustentou que o momento é desafiador e exige ações inovadoras e criativas. "Este não é um período de acomodação, é de oportunidades. É preciso sair da zona de conforto", provocou. A economista destacou que o primeiro semestre de 2016 ainda será de declínio em relação ao ano passado, com pequeno crescimento no segundo período.
Fabiana citou as razões que devem determinar a retomada da atividade econômica no Brasil. Em razão do câmbio, que acredita tenha chegado ao seu limite de depreciação, elencou o aumento das exportações e a redução das importações, fato que pode gerar incremento de consumo de produtos internos. Ponderou, no entanto, que a elevação das vendas externas não dependerá somente da variação cambial. Segundo ela, as empresas precisarão conquistar novos mercados e fazer parcerias e alianças. "Apostar só na desvalorização do real, que somou 51% no ano passado - a segunda maior variação dentre as principais moedas, atrás somente do peso argentino - não vai resolver."
A representante do Bradesco também acredita no aumento de investimentos na infraestrutura, principalmente em razão de novas concessões, na queda da inflação e em certa estabilidade salarial, resultando em menor pressão nos preços. Entende que o consumidor também voltará às compras, mas ainda com muita cautela. A recuperação, na sua visão, se dará de forma generalizada e não concentrada em setores quando os sinais adequados surgirem.

Indicadores brasileiros serão negativos em 2016

Para este ano, os principais indicadores econômicos repetirão as variações negativas de 2015, segundo o Bradesco. Em relação aos empregos, a projeção é de aumento na taxa de desemprego para 9,7%, com o fechamento de mais 700 mil vagas, que se somarão as 1,6 milhões estimadas para o ano passado. Nos dois anos seguintes, a taxa de desemprego continuará elevada, na casa de 8,9% e 8,5%, respectivamente. Mas a expectativa é de geração de empregos nos dois anos. Em relação à taxa Selic, a economista do banco Fabiana D'Atri acredita que será mantida a atual de 14,25%. Quanto ao dólar, a instituição trabalha com dois cenários. O mais provável é que, neste ano, feche em R$ 3,80, alcançando R$ 3,90 em 2017 e R$ 4,00 no seguinte. O cenário alternativo, condicionado à questão interna, é chegar a R$ 4,15 em 2016, avançando para R$ 4,30 e R$ 4,50 nos dois anos seguintes.