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Economia

- Publicada em 13 de Janeiro de 2016 às 20:10

Turismo pede IR menor sobre remessa ao exterior

 MOVIMENTO DE FINAL DE ANO NO EMBARQUE DO AEROPORTO SALGADO FILHO. FILA NO CHEK IN DAS COMPANHIAS AÉREAS, PASSAGEIROS COM BAGAGEM PARA VIAJAR NO ANO NOVO.

MOVIMENTO DE FINAL DE ANO NO EMBARQUE DO AEROPORTO SALGADO FILHO. FILA NO CHEK IN DAS COMPANHIAS AÉREAS, PASSAGEIROS COM BAGAGEM PARA VIAJAR NO ANO NOVO.


JOÃO MATTOS/JC
Um acordo feito pelo ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy, com o setor de Turismo está travado pela equipe do ministro Nelson Barbosa. A promessa visava garantir um aumento menor no Imposto de Renda cobrado sobre remessas ao exterior, que iria de zero para 6,38%, e não para os 25% que passaram a ser cobrados este mês.
Um acordo feito pelo ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy, com o setor de Turismo está travado pela equipe do ministro Nelson Barbosa. A promessa visava garantir um aumento menor no Imposto de Renda cobrado sobre remessas ao exterior, que iria de zero para 6,38%, e não para os 25% que passaram a ser cobrados este mês.
Até o fim de 2015, remessas para pagamentos de serviços turísticos, de negócios e educacionais prestados no exterior eram isentas de Imposto de Renda retido na fonte, num limite mensal de R$ 20 mil. Para as agências de viagem, a isenção tinha o limite de R$ 10 mil por mês por passageiro. Com o fim da validade prevista em lei, no último dia 31 de dezembro, a alíquota do tributo subiu para 25%. Na prática, a taxa passa a ser cobrada sempre que recursos forem destinados para o pagamento de serviços como de hotéis e transporte, por exemplo.
Em reunião em dezembro do ano passado, pouco antes de Levy deixar o cargo, ficou acertado que o governo aceitaria reduzir essa taxa para 6,38%, valor equivalente ao cobrado de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para gastos com cartões de crédito no exterior. A mudança seria inserida em uma medida provisória que já tramitava no Senado, mas acabou não se concretizando, porque o Congresso entrou em recesso antes da votação.
De acordo com fontes do governo, com a nova equipe da Fazenda, comandada agora por Barbosa, as conversas voltaram à estaca zero. Cálculos feitos pelo ministério apontam para uma arrecadação de R$ 2,7 bilhões neste ano com a alíquota de 25%. Em reunião feita na terça-feira, o secretário executivo da Fazenda, Dyogo Oliveira, argumentou às entidades do setor que a continuidade da desoneração, ainda que parcial, não foi considerada no orçamento deste ano e que seria necessário estudar uma solução para o tema.
Com a indefinição, entidades que representam o setor estimam perdas de até R$ 20 bilhões para a economia, além da eliminação de 185 mil empregos diretos. "O Levy prometeu e fomos cobrar o que ele prometeu", disse o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Edmar Bull.
Segundo a Abav, se for mantida a taxa de 25%, haverá uma migração em massa das remessas para pagamentos com cartão de crédito, que tem cobrança de 6,38% do imposto. Outro risco, seria o de brasileiros passarem a fechar pacotes diretamente em agências no exterior, escapando da taxa mais alta, o que impactaria ainda mais o setor.
Também presente na reunião com o secretário executivo da Fazenda, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves fez um apelo para que fosse mantido acordo feito com Levy. "Será a contribuição do turismo ao ajuste fiscal. O setor vai sair da isenção total e passará a contribuir com Imposto de Renda equivalente ao IOF cobrado nas operações feitas no exterior com o cartão de crédito", disse. Por meio de nota, o Ministério da Fazenda se comprometeu a apresentar uma proposta ao setor até o dia 19, próxima terça-feira.
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