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- Publicada em 21 de Janeiro de 2016 às 21:44

Observação crítica da sociedade

 um amor Inesperado

um amor Inesperado


DIVULGAÇÃO/JC
A editora É Realizações criou a Biblioteca crítica social com o objetivo de publicar livros introdutórios de alto nível dedicados ao estudo de autores de renome internacional, cujas obras façam, de alguma forma, uma observação crítica da sociedade. Os títulos abordarão várias linhas de pensamento e os autores serão filósofos, críticos culturais, historiadores, economistas e outros. A ideia é criar um público novo e, ao mesmo tempo, suprir uma demanda existente nos cursos universitários no Brasil.
A editora É Realizações criou a Biblioteca crítica social com o objetivo de publicar livros introdutórios de alto nível dedicados ao estudo de autores de renome internacional, cujas obras façam, de alguma forma, uma observação crítica da sociedade. Os títulos abordarão várias linhas de pensamento e os autores serão filósofos, críticos culturais, historiadores, economistas e outros. A ideia é criar um público novo e, ao mesmo tempo, suprir uma demanda existente nos cursos universitários no Brasil.
Cada obra da Biblioteca crítica social terá uma breve biografia do autor estudado, uma descrição do conjunto de sua obra, uma discussão sobre um ou mais títulos específicos em seu contexto histórico e cultural, transcrições de passagens ilustrativas das obras seguidas de breves comentários e sugestões de leituras complementares e/ou de aprofundamento.
A coordenação é do consagrado filósofo e escritor Luiz Felipe Pondé, que também assina os prefácios dos livros. São cinco títulos lançados. O primeiro chama-se Russel Kirk - O peregrino da terra desolada (144 páginas, R$ 25,90), de Alex Catharino, pesquisador do Russel Kirk Center. O autor persegue a intuição kirkeana de que os dogmas teóricos são menos centrais para a vida intelectual que os sentimentos.
Theodore Dalrymple - A ruína mental dos novos bárbaros (192 páginas, R$ 29,90), de Maurício G. Righi, graduado em História pela USP e doutor em Ciências da Religião pela PUC-SP, revisita a trajetória do psiquiatra britânico ao lidar com situações extremas dos pacientes, utilizando arcabouço teórico. Conclui que o mal contemporâneo cuja sintoma é a infelicidade consiste numa verdadeira ruína moral.
Leo Strauss - Uma introdução à sua filosofia política (128 páginas, R$ 23,90), de Talyta Carvalho, graduada em Filosofia pela USP e mestre em Ciências da Religião pela PUC-SP, considera a afirmativa de Strauss que, a contar de Maquiavel, a filosofia deixou de procurar padrões normativos para a prática da política e passou a meramente descrevê-la. Gertrude Himmelfarb - Modernidade, Iluminismo e as virtudes sociais (112 páginas, R$ 23,90), de José Luiz Bueno, mestre em Filosofia pela PUC de Valparaíso (Chile), atenta para a redescoberta conclamada pela historiadora americana da moral como uma disciplina tão relevante como as outras da filosofia e ciências humanas.
Por fim, Thomas Sowell - Da obrigação moral de ser cético (104 páginas, R$ 19,90), de Fernando Amed, doutor em História pela USP, se concentra no livro Conflito de visões e evidencia como o tipo de economia praticado por Sowell converge para as ciências sociais, a filosofia e a psicologia, permitindo o histórico de visões de mundo atual e contribuições que não podem se restringir aos muros da universidade.

Lançamentos

 um amor Inesperado

um amor Inesperado


DIVULGAÇÃO/JC
Um amor inesperado (Editora Pandorga, 208 páginas), romance da caxiense Ana Lemos, é o segundo volume da trilogia romântica Amores Traçados. Alice fugiu do ex-namorado violento. Em outra cidade encontra Andrew, um playboy que o pai mandou trabalhar, envolvido com uma mulher linda. Uma tragédia acontecerá?
Causos do Nêgo Veio (Artes e Ofícios, 120 páginas), do consagrado cantor e compositor Neto Fagundes, apresenta 77 histórias gaudérias, campeiras e engraçadas. Fagundes passou para o papel seu talento de narrar casos em rodas de amigos. O Nêgo Véio é bagual para mais de metro e é mais metido que piolho em costura.
Cartas para Rose (Editora Gazeta, 160 páginas), é o segundo romance do advogado, jornalista, professor e escritor cachoeirense Mildo Fenner. O primeiro é Charlote, sucesso de público e crítica, envolvendo imigração alemã. Cartas é, sobretudo, uma bela história de amor.
 

Manjar, estrela, cerejas frescas

Sim, a maioria prometeu que em 2016 ia perder peso, fazer exercícios, arrumar a gaveta da cabeceira e se grudar menos no smartphone. O verão começou no calendário dia 21 de dezembro passado e, agora, começou para valer na pele da gente.
Enquanto degusto um sorvete, sem muita cobertura de culpa, penso que comer, como disse o outro, é o primeiro e último prazer da vida. Será que a gente é mesmo o que come? Ou o que digere? Comer é igual à amizade - é amor que não acaba?
O Brillat Savarin, que sabia tudo de panelas, comidas e coisas relacionadas à gastronomia, disse que a descoberta de um novo manjar faz mais pela felicidade humana do que a descoberta de uma estrela. Gênio da culinária do século XX, o espanhol Ferran Adrià, deve concordar. Adrià fechou o elBulli, que ficava em Roses, a duas horas de Barcelona e era o restaurante mais famoso do mundo. Lá a cozinha era tipo o laboratório do Einstein e se podia apreciar espuma de bacon, manteiga de café e suco de cogumelos misturados e servidos em forma de cappucino de cogumelo.
Era uma das receitas, que acabavam postadas instantaneamente pela internet, estragando o mistério e a novidade. A crise econômica também ajudou a fechar a casa, que ficou na memória gastronômica de quem podia pagar uns 200 euros por um jantar.
O Adrià agora tem um "laboratório" gastronômico num galpão de 1,8 mil metros quadrados que era uma fábrica de tecidos, com paredes claras e vigas aparentes, onde 75 pessoas circulam. Não há espaços fixos ou salas, nem para Adrià. As paredes têm pinturas do chef e rascunhos com dúvidas escritas por ele, fórmulas culinárias e retratos. No meio de tudo, um mapa histórico da culinária mundial. "Tudo começou no neolítico. Sem farinha, leite e ovos, a gastronomia não existiria", disse Adrià. No caos organizado do laboratório se pesquisa ingredientes, produz livros, aplicativos, cursos, exposições e o que mais envolva restaurantes. A equipe de amigos e colaboradores quer entender, por exemplo, o que é um vinho e Adrià, que trabalha dezoito horas por dia, levou oito meses para entender o que é uma folha de alface.
Se alguém aí sabe de uma maneira nova de cozinhar arroz com feijão, bife, ovo ou batata frita, manda para o Adrià, que periga ele colocar na BulliPedia, a Wikipedia da alta gastronomia, livros e exposições de arte. Esses tempo ele, que gosta muito de comida andina, disse que gostaria de sair pelo mundo para ver quem está com novas receitas.
Depois do experimentalismo, da desconstrução dos ingredientes, da química algo exagerados e do laboratório de culinária nuclear, que revolucionou a gastronomia mundial, Ferran Adrià parece voltar às essências dos alimentos. Ou não. Parece que ele não sabe ainda. Deve estar tentando descobrir o tal novo manjar que nos torne mais feliz do que a descoberta de uma estrela. Não sabe se voltará à cozinha. Vamos aguardar os próximos passos, enquanto testamos alguma receita de picanha com molho de Coca-Cola, mostarda, pimenta e geleia de morango.

a propósito...

Meu pai ensinou: não importa tanto o que se come, mas com quem a gente come. Eu brincava: importa quem a gente come - e ele me puxava as orelhas... Fim de ano com a família, gosto de apreciar cerejas frescas chilenas. Meio caras, mas na Ceasa o preço é simpático. Aos seis anos fui conhecer os parentes na Itália. Avôs, tios e primos moravam numa casa simples no sítio onde ficamos. Nas cerejeiras podia-se colher as frutas e comê-las. Seis anos, cerejas perfeitas, avôs e frutas vistos pela primeira vez no Vêneto. Ótimo, aqui em dezembro essas cerejas parecem italianas. Não as transformo em espuma, nem passo meses tentando entendê-las. Me basta seu gosto de avôs. (Jaime Cimenti)