Porto Alegre, segunda-feira, 11 de janeiro de 2016. Atualizado �s 18h27.
PREVIS�O DO TEMPO
PORTO ALEGRE AMANH�
AGORA
30°C
32�C
20�C
previs�o do tempo
COTA��O DO D�LAR
em R$ Compra Venda Varia��o
Comercial 4,0500 4,0520 0,29%
Turismo/SP 3,7000 4,2100 0,47%
Paralelo/SP 3,7000 4,2100 0,47%
mais indicadores
P�gina Inicial | Opini�o | Economia | Pol�tica | Geral | Internacional | Esportes | Cadernos | Colunas | GeraçãoE
ASSINE  |   ANUNCIE  |   ATENDIMENTO ONLINE
COMENTAR CORRIGIR ENVIAR imprimir IMPRIMIR

CINEMA Not�cia da edi��o impressa de 12/01/2016. Alterada em 11/01 �s 19h06min

Vaquejadas&lantejoulas

IMOVISION/DIVULGA��O/JC
Personagem de Juliano Cazarr� deseja ser estilista no premiado Boi neon

Ricardo Gruner

A trajetória de Boi neon, filme de Gabriel Mascaro, no circuito de festivais fala por si só. Com estreia na quinta-feira, o longa-metragem apresenta as mudanças no Brasil através dos sonhos de um grupo de vaqueiros no Nordeste. A abordagem da equipe de produtores rendeu à obra quatro prêmios no Festival do Rio: melhor filme, roteiro, fotografia e atriz coadjuvante. No cenário internacional, a recepção também foi calorosa: menção honrosa em Toronto, láurea especial em Veneza, melhor longa em Varsóvia e prêmio da crítica em Hamburgo.
Diretor do drama Ventos de agosto (2014) e de documentários como Um lugar ao sol (2009) e Doméstica (2012), Mascaro destaca "a vaquejada como palco alegórico", nas palavras do próprio cineasta. Vaquejada é o esporte no qual os praticantes tentam emparelhar um boi entre dois cavalos - para conduzi-los ao cal onde o animal deve ser derrubado. O ator Juliano Cazarré interpreta Iremar, o protagonista do filme, quem prepara os bois antes de soltá-los na arena - mas o que o personagem deseja mesmo é ser estilista.
Neste panorama, entra em cena também Galega (Maeve Jinkings), a motorista do caminhão que serve de casa para ela, a filha pequena e os colegas que trabalham no curral. A partir dessa família improvisada, o filme desconstrói estereótipos e aposta na sensibilidade de ações cotidianas. "Dilato noções de identidade e gênero em personagens que convivem com novas escalas de sonhos possíveis", afirma o diretor.
Para passar ao público essas transformações, Mascaro acaba com a ideia monocromática do imaginário da região. Além do boi neon que empresta sua característica inusitada ao título do longa, o longa-metragem também se vale de cores vivas - que se fazem presentes nos anseios de Iremar e da menina Cacá, por exemplo.
Curiosamente, quase todo o elenco profissional é formado por atores de fora do Nordeste - mesmo que Mascaro se sinta incomodado com artistas tentando criar uma pronúncia típica. "Meu conceito de região é diferente", aponta ele. "Não queria ninguém forçando o sotaque, mas imaginar que o Nordeste contemporâneo convive com outras variedades linguísticas." Ainda conforme o realizador, essa diversidade foi surgindo de forma orgânica em função da preparação de elenco - e do contato dos atores com pessoas das redondezas do set.
Escrito pelo próprio cineasta, o roteiro inclui também colaborações de Marcelo Gomes, Cesar Turim e Daniel Bandeira. Ao invés de reviravoltas, o texto prioriza cenas rotineiras na vida do grupo apresentado. A partir de planos longos de um viés artístico, por vezes é sugerida uma expectativa por momentos que não se concretizam. "Me interessa pensar mais nos muitos acontecimentos das pequenas coisas do que nos grandes acontecimentos das poucas coisas", afirma o diretor. "Ver potência nos pequenos gestos me parece uma leitura política urgente para o mundo em que vivemos."
Conforme Mascaro, a utilização de cenas oníricas serve para romper com a ideia de naturalismo. Se por um lado o código de registro se aproxima do olhar documental, um surrealismo estético também está presente. "Por vezes o espectador se pergunta se o boi neon existe de verdade, se os tratadores penteiam os cabelos dos cavalos", cita o realizador. "O surrealismo estético se fundiu com os excessos da cultura do espetáculo. Não saber onde termina um mundo e começa outro é o jogo de suspensão que o filme provoca", completa.
O diretor já tinha algum contato com as vaquejadas antes mesmo do desenvolvimento do título - através de amigos e primos que frequentavam os eventos. Entretanto, a ideia do produtor é se debruçar sobre universos que desconhece sempre que possível. "Tento procurar pontos de troca, me aproximar de uma sensibilidade de outro mundo que também poderia habitar o meu mundo. E aí percebemos que os mundos distantes não são mais tão distantes assim", ressalta. Integrante de uma geração de cineastas que transformou as produções de Pernambuco em papa-prêmios em festivais, ele agora se dedica a uma pesquisa sobre idosos e outra sobre evangélicos.
COMENT�RIOS
Deixe seu coment�rio sobre este texto.



DEIXE SEU COMENT�RIO CORRIGIR ENVIAR imprimir IMPRIMIR
LEIA TAMB�M
Vai que d� certo 2 Oito e meio Spotlight: segredos revelados Por falta de projecionista, Cinemateca Capit�lio est� temporariamente fechada

 EDI��O IMPRESSA

Clique aqui
para ler a edi��o
do dia e edi��es
anteriores
do JC.


 
para folhear | modo texto
� Corrigir
Se voc� encontrou algum erro nesta not�cia, por favor preencha o formul�rio abaixo e clique em enviar. Este formul�rio destina-se somente � comunica��o de erros.
Nome:
Email:
Mensagem:
� Indique esta mat�ria
[FECHAR]
Para enviar essa p�gina a um amigo(a), preencha os campos abaixo:
De:
Email:
Amigo:
Email:
Mensagem:
 
� Comente esta not�cia
[FECHAR]
  Seu coment�rio est� sujeito a modera��o. N�o ser�o aceitos coment�rios com ofensas pessoais, bem como usar o espa�o para divulgar produtos, sites e servi�os. Para sua seguran�a ser�o bloqueados coment�rios com n�meros de telefone e e-mail.  
  Nome:  
  Email:    
  Cidade:    
  Coment�rio:    
500 caracteres restantes
 
Autorizo a publicação deste comentário na edição impressa.
 
Digite o resultado
da opera��o matem�tica
neste campo