Porto Alegre, ter�a-feira, 05 de janeiro de 2016. Atualizado �s 18h10.
PREVIS�O DO TEMPO
PORTO ALEGRE AMANH�
AGORA
29°C
31�C
22�C
previs�o do tempo
COTA��O DO D�LAR
em R$ Compra Venda Varia��o
Comercial 3,9910 3,9930 1,01%
Turismo/SP 3,7000 4,2000 0,96%
Paralelo/SP 3,7000 4,2000 0,94%
mais indicadores
P�gina Inicial | Opini�o | Economia | Pol�tica | Geral | Internacional | Esportes | Cadernos | Colunas | GeraçãoE
ASSINE  |   ANUNCIE  |   ATENDIMENTO ONLINE
COMENTAR CORRIGIR ENVIAR imprimir IMPRIMIR

CINEMA Not�cia da edi��o impressa de 06/01/2016. Alterada em 05/01 �s 19h10min

Spotlight retoma o ideal rom�ntico do jornalismo nas telas

SONY PICTURES/DIVULGA��O/JC
Stanley Tucci e Mark Ruffalo em cena de Spotlight: Segredos revelados, que estreia amanh�

Bruno Teixeira

Eleito, no último domingo, como o melhor filme de 2015 pela Sociedade Nacional de Críticos de Filme dos Estados Unidos (NSFC), Spotlight: segredos revelados estreia amanhã na Capital. O título dirigido por Tom McCarthy (de 2012) acompanha quatro jornalistas de um jornal de Boston na investigação de casos de abusos sexuais de crianças praticados, durante anos, por padres católicos. Entre a frieza da realidade e os mistérios da trama, o longa retoma um ideal romântico sobre o jornalismo, como uma profissão de grandes investigações, com repórteres incansáveis e cruzadas incessantes por grandes centros urbanos.
Não por menos, em Spotlight, há muito de um clássico sobre o mesmo tema: Todos os homens do presidente (1976). Além do fato de serem baseados em histórias reais, as tramas partem de pequenos fios soltos que levam a grandes esquemas coordenados por instituições com poderes ilimitados. Se no filme de Alan J. Pakula, a Casa Branca estava por trás da invasão à sede do partido democrata em Watergate; em Spotlight, a igreja católica é a força capaz de acobertar casos de abuso sexual.
Desta vez, não há uma fonte sigilosa, nem redações esfumaçadas por cigarros e a sinfonia das máquinas de escrever. O longa de McCarthy se passa no início dos anos 2000, quando já existia a facilidade do uso de telefones celulares e a internet despontava como uma ameaça ao meio impresso.
No entanto, a determinação dos personagens, especialmente de Walter Robinson e Michael Rezendes, vividos por Michael Keaton e Mark Ruffalo, lembra a dupla Carl Bernstein (Dustin Hoffman) e Bob Woodward (Robert Redford). Os jornalistas Sacha Pfeiffer (Rachel McAdams) e Matty Carroll (Brian d'Arcy James) completam a equipe Spotlight e, apesar de passarem um pouco despercebidos em relação aos outros dois colegas, criam o elo entre o jornalista com a fome pela notícia e o cidadão que está envolvido por suas crenças e relações sociais no mesmo sistema no qual tenta denunciar. Outros destaques são Marty Baron (Liev Schreiber), editor-chefe do jornal, e Mitchell Garabedian (Stanley Tucci), primeiro advogado de defesa das vítimas que menciona o conhecimento dos fatos pelo cardeal Law (Len Cariou).
A partir deste panorama, o filme mostra com delicadeza as vítimas de abuso sexual, não focando apenas no drama de alguns casos específicos, mas acompanhando os relatos de diversos personagens que surgem no decorrer da história, dando a dimensão do número cada vez maior de pessoas atingidas. Apesar de ser o centro das críticas, a igreja e a religiosidade também foram cuidadosamente retratadas. A relação entre o público católico e a crítica expressa na obra é bem representada na convivência entre Sacha Pfeiffer e sua avó, uma católica que vai à missa três vezes por semana. Além disso, poucas cenas foram rodadas tanto no lado interno quanto externo de igrejas, imagens de Jesus Cristo e de santos católicos praticamente não aparecem, ou foram reduzidas a detalhes em frames. O confronto mais explícito está direcionado à igreja católica como instituição e aos religiosos, fortemente representados na figura do cardeal.
Reviver nas telas histórias marcantes na vida real é um tendência cada vez mais usual e bem-sucedida nos últimos anos. Filmes como 12 anos de escravidão, Clube de compras Dallas e A teoria de tudo, entre outros, também trilharam caminhos semelhantes ao de Spotlight: segredos revelados. A delicadeza ao tratar de um tema polêmico combinado às emoções dos desafios de uma investigação jornalística podem ser os ingredientes para que o filme tenha, também, conquistado vitórias no Gotham Awards e na Associação dos Críticos de Los Angeles, além de indicações ao Independent Spirit Awards, à distinção do Sindicato dos Atores de Hollywood (SAG) e ao Globo de Ouro.
A série de reportagens publicadas em 2002 consagrou a equipe de Spotlight com o prêmio Pulitzer, maior honraria da profissão, e levou o Vaticano a tomar providências sobre os casos. Apesar dos clichês e do romantismo em torno da atividade jornalística, uma boa história perde o valor quando não é bem contada. E, nesse sentido, Spotlight cumpre muito bem o seu papel.
COMENT�RIOS
Deixe seu coment�rio sobre este texto.



DEIXE SEU COMENT�RIO CORRIGIR ENVIAR imprimir IMPRIMIR
LEIA TAMB�M
T�xi Teer� Novo Star Wars j� � a 8� maior bilheteria da hist�ria Os oito odiados Alvin e os esquilos: na estrada

 EDI��O IMPRESSA

Clique aqui
para ler a edi��o
do dia e edi��es
anteriores
do JC.


 
para folhear | modo texto
� Corrigir
Se voc� encontrou algum erro nesta not�cia, por favor preencha o formul�rio abaixo e clique em enviar. Este formul�rio destina-se somente � comunica��o de erros.
Nome:
Email:
Mensagem:
� Indique esta mat�ria
[FECHAR]
Para enviar essa p�gina a um amigo(a), preencha os campos abaixo:
De:
Email:
Amigo:
Email:
Mensagem:
 
� Comente esta not�cia
[FECHAR]
  Seu coment�rio est� sujeito a modera��o. N�o ser�o aceitos coment�rios com ofensas pessoais, bem como usar o espa�o para divulgar produtos, sites e servi�os. Para sua seguran�a ser�o bloqueados coment�rios com n�meros de telefone e e-mail.  
  Nome:  
  Email:    
  Cidade:    
  Coment�rio:    
500 caracteres restantes
 
Autorizo a publicação deste comentário na edição impressa.
 
Digite o resultado
da opera��o matem�tica
neste campo