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- Publicada em 13 de Janeiro de 2016 às 22:25

Há luz no fim do túnel

O ano de 2015 foi muito complicado e, para o nosso setor, com reflexos bastante impactantes. Ao longo do ano, tivemos diversos aumentos de custos operacionais (principalmente dos insumos) que, devido à baixa atividade e ociosidade em nosso setor, não conseguimos repassar totalmente ou, em alguns casos, nem em parte para nossos preços.
O ano de 2015 foi muito complicado e, para o nosso setor, com reflexos bastante impactantes. Ao longo do ano, tivemos diversos aumentos de custos operacionais (principalmente dos insumos) que, devido à baixa atividade e ociosidade em nosso setor, não conseguimos repassar totalmente ou, em alguns casos, nem em parte para nossos preços.
A atual crise política no Brasil, na minha opinião, retrata o que temos de mais dramático em nosso País: corrupção desenfreada, má gestão da coisa pública, incompetência administrativa, falta de investimentos em infraestrutura, entre outros.
Mas um alento nos é proporcionado quando falamos do nosso Judiciário, da Polícia Federal e dos procuradores da Justiça, pois existe uma força-tarefa para mostrar que os poderosos - sejam eles políticos, empresários etc... - também são obrigados a respeitar as leis.
Vivemos hoje um momento único em nosso País, com muitos questionamentos por parte da sociedade em relação às mazelas que nós brasileiros temos enfrentado, exigindo que nossos governantes cumpram com aquilo que prometeram
nas eleições.
Para o ano de 2016, com o processo de impeachment em andamento, haverá muita turbulência até que algo seja decidido. Mas vejo com bons olhos o momento pelo qual passamos, seja qual for o desfecho. Teremos, em caso de permanência do atual governo, um motivo para alinhar as estratégias e começar a criar fatos para avançarmos economicamente. Em caso de mudança, teremos uma reestruturação nos postos-chave do governo, o que trará um novo ânimo para toda a sociedade, com esperança renovada.
Presidente do Setcepar  Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas
no Estado do Paraná

Fornecedor teme mais cortes na Petrobras

Número de sondas em operação caiu e vai ser ainda mais reduzido

Número de sondas em operação caiu e vai ser ainda mais reduzido


AGÊNCIA PETROBRAS/JC
Um dia após a Petrobras anunciar cortes de US$ 32 bilhões nos seus investimentos nos próximos três anos, as ações da estatal voltaram a cair. Com as dificuldades enfrentadas pela companhia, a cadeia de fornecedores já se prepara para o anúncio de novos cortes no orçamento. Para empresários e associações ligadas à indústria naval, de máquinas e equipamentos para o setor, a sinalização da estatal é que em março haverá novo ajuste nas projeções de investimentos e nas premissas financeiras, em novo plano de negócios referente a 2016 a 2020.
Na semana passada, o valor de mercado da petroleira retomou ao patamar de abril de 2004, estimado em R$ 80,1 bilhões, segundo a consultoria Economatica. Com a crise da Petrobras, o prognóstico é de mais demissões na indústria e empresas prestadoras de serviços ligados à exploração offshore. A Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) prevê corte de 25 mil vagas ao longo de 2016, em parte, por conta da paralisia de encomendas ligadas ao setor.
A Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro) prevê redução de 38% no número de sondas em operação na Bacia de Campos, a principal área produtora do País. Para este ano, a previsão é que apenas 22 das 36 sondas previstas estejam em operação. Há três anos, em 2013, havia 70 unidades na região.
Executivo de uma grande fornecedora de sondas à petroleira afirma que muitas empresas deixaram o Brasil, e as que permaneceram negociam com a Petrobras a redução das taxas de afretamento previstas em contrato. A dificuldade de caixa da petroleira forçou a retração dos projetos e também a demanda por sondas. Segundo a fonte, a petroleira possui mais sondas afretadas do que realmente precisa, o que reforça a avaliação de que novos cortes e renegociações de contratos devem ocorrer.
A retração dos investimentos na área de exploração e produção, diante dos baixos preços internacionais do petróleo, também afeta as empresas prestadoras de serviço que atuam no apoio à atividade petrolífera nos municípios produtores - além do aluguel de sondas, transportes de cargas, aluguel de imóveis e serviços gerais.
"A primeira quinzena de janeiro de 2016 é a confirmação de um cenário insustentável para os municípios", afirmou o prefeito de Macaé e presidente da Ompetro, Aluízio Santos, para quem novos cortes serão inevitáveis para a Petrobras. "Ela não vai conseguir a solvência com o atual cenário." Segundo o prefeito, a Petrobras é contratadora única da maior parte das empresas de Macaé, a principal base da estatal no norte fluminense. Com a redução de sua capacidade de investimentos, a perspectiva é "desemprego em cadeia".
"Os municípios estão vulneráveis a essa situação. Mais que a perda de royalties com a queda no preço do petróleo, a redução da atividade econômica ligada ao petróleo provoca transferência dos executivos e funcionários de altos salários e a demissão de cargos médios e baixos. Este ano se anuncia muito pior que 2015", resume Santos.
Também entre estaleiros e empresas ligados à construção naval, a preocupação está na redução da demanda por embarcações de apoio offshore até 2020. Segundo fontes do setor, não há perspectiva de construção de novas embarcações pela subsidiária de logística da Petrobras, a Transpetro, que, até então, liderava a retomada do setor naval a partir do Programa de Modernização e Renovação da Frota (Promef).
"Há mais de um ano, a Petrobras não fecha novos contratos com as empresas do setor, que hoje vivem da manutenção de contratos antigos", afirmou o presidente da Abimaq, José Velloso. Segundo ele, nos últimos três anos, a indústria de máquinas já perdeu mais de 60 mil trabalhadores em função da retração na economia. Somente no último ano, foram 35 mil funcionários demitidos.

Para Queiroz, estatal trabalha com uma estimativa irreal

 HELDER QUEIROZ PINTO JUNIOR, DIRETOR DA AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO ? ANP. JOSÉ CRUZ - ABR

HELDER QUEIROZ PINTO JUNIOR, DIRETOR DA AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO ? ANP. JOSÉ CRUZ - ABR


JOSÉ CRUZ/ABR/JC
Ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e professor do Grupo de Economia da Energia da UFRJ, Helder Queiroz vê com ceticismo dois pontos do plano de negócios da Petrobras - a premissa de que o petróleo feche o ano com cotação média de US$ 45 e a meta de vender US$ 14,4 bilhões em ativos em 2016.
Qual sua avaliação do ajuste do plano de investimento?
A empresa tem que ficar menor mesmo, já era de se esperar. Petroleiras no mundo todo estão se adequando ao novo cenário, de baixo preço do barril do petróleo. No caso da Petrobras, a situação é ainda mais grave, por causa do problema financeiro que enfrenta. A própria conjuntura nacional obriga a companhia a se adequar.
O que destaca no plano?
O que chamou atenção é o desinvestimento (meta de vender US$ 14,4 bilhões em ativos em 2016), que foi mantido. Esse é um problema central, porque, em 2015, não chegou a US$ 1 bilhão. A Petrobras não tem controle do quanto vai conseguir vender. Parece um pouco otimista. Muitos dos candidatos podem ter menos apetite, porque sabem que a Petrobras domina a cadeia do petróleo no Brasil. Por isso, olham o setor com desconfiança. Mas, para o investidor estrangeiro, pode ser um bom negócio, por causa do real mais barato.
Concorda com a avaliação de analistas de que a premissa para o barril está superestimada?
A projeção da cotação do petróleo é relevante no plano de negócios de qualquer petroleira. Considerando que há um excedente de petróleo no mercado e que a cotação está abaixo de
US$ 40 há várias semanas, a conclusão é de que a Petrobras trabalha com uma estimativa irreal, que não está aderente à conjuntura atual.
É possível imaginar que a projeção da Petrobras pode ser alcançada no ano?
Para que a média do preço do barril fechasse em US$ 45 em 2016, seria preciso que, em algum momento, ultrapassasse esse valor, já que hoje está próxima de US$ 30. Acho pouco provável que isso aconteça.
A revisão para baixo da meta de produção preocupa?
É uma revisão muito pequena (de 2,185 milhões de barris para 2,145 milhões de barris por dia). Não preocupa. Os poços do pré-sal estão com uma produtividade muito melhor, apesar de a produção em grandes reservas da Bacia de Campos estar em declínio. Entre produzir nesses campos e no pré-sal, a Petrobras opta pelo pré-sal, mais produtivo. Mas ainda tem muito petróleo na Bacia de Campos.