Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

- Publicada em 07 de Janeiro de 2016 às 21:26

Como planejar 2016 na logística e no transporte?

Acredito que 2016 deverá ser melhor do que 2015. Isso não significa que será um bom ano, mas sim, que em 2016 deveremos enfrentar uma recessão inferior à prevista para 2015, possivelmente algo entre 2% a 3% de queda no PIB.
Acredito que 2016 deverá ser melhor do que 2015. Isso não significa que será um bom ano, mas sim, que em 2016 deveremos enfrentar uma recessão inferior à prevista para 2015, possivelmente algo entre 2% a 3% de queda no PIB.
Em 2016 estaremos menos sujeitos a variáveis econômicas como inflação, câmbio, taxa de juros etc., porém, estaremos muito mais expostos às questões políticas, e isso, infelizmente, não é nada animador. Os resultados da economia serão proporcionais aos problemas gerados pelas disputas internas no próprio PT e entre o PT e seus aliados (em especial o PMDB), pela ação da oposição na tentativa de obter o impeachment da presidenta Dilma, pelos desdobramentos da Lava Jato e de outras investigações (que serão muitas), e principalmente pela prévia da disputa presidencial, que ocorrerá nas eleições municipais, no segundo semestre de 2016. Portanto, é impossível prever os desdobramentos políticos sobre a economia.
Lembre-se que o Brasil está vivenciando uma grave crise de confiança, e caso investidores, empresários, executivos e consumidores não enxerguem boas perspectivas adiante, assistiremos a mais capítulos desse filme de suspense e de terror.
O governo tem falhado nas reformas estruturais e no ajuste fiscal, e isso, somado às sucessivas trapalhadas de nossos representantes políticos, poderá, em um extremo da curva, produzir um ano pior do que este que terminou. Mas, acredito que existirá bom senso por parte da classe política, muito em função da pressão popular e dos próprios sindicatos (tanto os patronais como os dos trabalhadores), e que isso produzirá um impacto menor que o estimado pelos pessimistas e apocalípticos.
Como isso deverá afetar a área de logística e transporte, tanto junto aos embarcadores e aos prestadores de serviços logísticos? No caso de uma recessão dentro daquilo que é estimado pelo mercado, ao redor de 2% a 3%, continuaremos sendo pressionados por melhores resultados, já que as vendas insistirão em permanecer abaixo das perspectivas, com um leve a moderado aumento de custos.
Nesse cenário, embarcadores serão cobrados a colocar em prática um plano B, para aqueles que não o fizeram em 2015. Para quem já fez a lição de casa, será necessário descer mais alguns degraus, e buscar novas alternativas. Para algumas transportadoras e operadores logísticos poderá ser um ano positivo, especialmente para aquelas posicionadas com soluções de baixo custo e com uma força de vendas agressiva e bem orientada estrategicamente; para as demais, será mais um ano sofrido.
Em um cenário pessimista, de paralisação do País em função das disputas políticas, a economia sofrerá com novas perdas, deteriorando ainda mais os resultados das empresas, sem poupar qualquer um dos setores, em especial indústria e serviços. Nesse caso, novas demissões ocorrerão e a necessidade de enxugar a estrutura ditará a rotina dos embarcadores e das transportadoras/operadores logísticos.
Esperamos que não, mas caso essa hipótese se concretize, teremos que colocar em prática o plano C, D e E. Para um prestador de serviço logístico isso significará o fechamento de filiais, a desativação de rotas de transportes, o declínio de clientes com o encerramento unilateral de contratos, a venda de ativos etc. Para o embarcador significará claramente a busca por alternativas mais radicais, como reassumir a operação de seu armazém, passar a contratar diretamente seu rol de transportadoras, voltar a conduzir processos de importação e exportação, substituir parceiros por opções muito mais econômicas, centralizar operações, reduzir estoques etc.
Muitas empresas, em ambos os lados, já fizeram isso ao longo de 2015, e nesse caso, precisarão buscar novas oportunidades de redução de custos. Não será fácil encontrá-las. Redução de custos será a temática de 2016, como já foi em 2015. O que vai mudar em 2016 é com que nível de desespero isso será perseguido. Em 2015 ainda houve alguma racionalidade, cálculos e estimativas foram feitas, mudanças foram realizadas paulatinamente na maioria dos casos. Em 2016, dependendo da situação, as reduções de custos poderão ser obtidas com muita, mas muita emoção, em um cenário de vale-tudo, de cima para baixo, sem estudos ou análises prévias.
Por isso, esteja pronto. Conheça profundamente seus números, seja você um embarcador ou uma transportadora/operador logístico. Contar com informação de qualidade será o ponto de partida para essa mais nova missão: a sobrevivência.Mas, sigamos em frente. E rezando bastante, para que nossos representantes políticos deixem de se preocupar apenas com seus próprios umbigos e passem a agir em nome daqueles que os elegeram. E já que não ajudam, que pelo menos não atrapalhem mais. Bom trabalho! Tenham um excelente 2016!
Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda. 

Meta do governo é utilizar concessões para conciliar o ajuste com crescimento

 PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF PARTICIPA DA CERIMÔNIA DE LANÇAMENTO DA NOVA ETAPA DO PROGRAMA DE INVESTIMENTOS EM LOGíSTICA, NO PALÁCIO DO PLANALTO (VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL)

PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF PARTICIPA DA CERIMÔNIA DE LANÇAMENTO DA NOVA ETAPA DO PROGRAMA DE INVESTIMENTOS EM LOGíSTICA, NO PALÁCIO DO PLANALTO (VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL)


VALTER CAMPANATO/ABR/JC
Investimentos em infraestrutura têm sido feitos desde a década passada para estimular o crescimento do País. De 2003 até agora, dois programas foram implementados para melhorar as condições do setor: os programas de Aceleração do Crescimento (PAC) e de Investimento em Logística (PIL).Apesar do agravamento da crise e de 2015 ter sido um ano marcado pela necessidade de ajustes econômicos, a tendência do governo federal é continuar usando os investimentos em infraestrutura para conciliar crescimento com ajuste fiscal, disse o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Valdir Simão.
"A missão é buscar o equilíbrio fiscal e a retomada do crescimento", afirmou Simão, ao defender o cumprimento do aprovado na Lei de Diretrizes Orçamentárias ajustada e a superação das pendências com o Tribunal de Contas da União, para "começar 2016 com o ajuste fiscal e também com projetos estratégicos, em especial na área de infraestrutura, que estão muito bem encaminhados".
Enquanto o PAC é tocado majoritariamente por investimentos públicos nos eixos de infraestrutura logística, infraestrutura energética e infraestrutura social e urbana, o PIL tem como foco o investimento privado, voltado especificamente para as concessões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.
O PIL, criado em agosto de 2012, tem o objetivo de amenizar os gargalos de infraestrutura do País, por meio de concessões à iniciativa privada, para, desta forma, integrar melhor os modais rodoviário, ferroviário, hidroviário, portuário e aeroportuário. Segundo o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, o PIL busca também o aumento da competitividade da economia brasileira; eficiência no escoamento da produção agrícola; redução dos custos de logística para a indústria; atendimento ao crescimento de viagens nacionais e internacionais e o aumento das exportações.
A segunda etapa do PIL, lançada em junho de 2015, prevê aportes de R$ 198,4 bilhões em infraestrutura, a serem feitos pela iniciativa privada. Desste total, R$ 66,1 bilhões serão destinados a rodovias; R$ 86,4 bilhões a ferrovias; R$ 37,4 bilhões a portos e R$ 8,5 bilhões a aeroportos. A previsão de investimentos deste ano até 2018 é de R$ 69,2 bilhões, e de R$ 129,2 bilhões a partir de 2019.
Estão previstas concessões de 16 trechos de rodovias e seis de ferrovias. Para o trecho brasileiro da Ferrovia Bioceância, de 3,5 mil quilômetros, serão necessários R$ 40 bilhões em investimentos. A Ferrovia Bioceânica vai atravessar o País e ligar os portos do Açu, no Rio de Janeiro, ao do Ilo, no Peru, conectando o Oceano Atlântico ao Pacífico.
Estão previstas concessões para dois trechos da Norte-Sul. Um deles liga Anápolis, em Goiás, a Palmas, capital do Tocantins. O segundo trecho da ferrovia a ser leiloado tem 895 quilômetros e ligará Anápolis, Estrela d'Oeste, em São Paulo, e Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul. As concessões ferroviárias abrangerão também 1.140 quilômetros da ferrovia que liga Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, a Miritituba, no Pará, a um custo de R$ 9,9 bilhões.
Ainda no âmbito do PIL, já foram preparados estudos de quatro trechos rodoviários, foram autorizados 301 estudos relativos a 11 chamamentos públicos para procedimento de manifestação de interesse, etapa na qual as empresas interessadas no empreendimento se manifestam. No setor portuário, o PIL já resultou na prorrogação de três arrendamentos que, juntos, corresponderão a R$ 6,6 bilhões em investimentos (Libra - Santos/SP, CSN - Itaguaí/RJ, Santos Brasil - Santos/SP); e na autorização de 11 terminais de uso privado (R$ 3,3 bilhões em investimentos).