Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

tecnologia

- Publicada em 27 de Janeiro de 2016 às 18:32

Livros on-demand

 FOTOS DE RUDIRAN MESSIAS PARA REPORTAGEM SOBRE LIVRO DIGITAL (KINDLE).    NA FOTO: LIVRO DIGITAL(DISPOSITIVO KINDLE).

FOTOS DE RUDIRAN MESSIAS PARA REPORTAGEM SOBRE LIVRO DIGITAL (KINDLE). NA FOTO: LIVRO DIGITAL(DISPOSITIVO KINDLE).


ANDRÉ NETTO/ARQUIVO/JC
A demanda dos grupos de educação por conteúdo virtual tem obrigado as editoras de livros didáticos a repensar seu modelo de negócios. Para sobreviver, elas precisam adaptar os livros impressos para conteúdo digital. Mais do que um e-book, elas são cobradas para desenvolver materiais interativos e abastecer dispositivos tecnológicos, até mesmo os recém-chegados ao mercado, como os óculos de realidade virtual.
A demanda dos grupos de educação por conteúdo virtual tem obrigado as editoras de livros didáticos a repensar seu modelo de negócios. Para sobreviver, elas precisam adaptar os livros impressos para conteúdo digital. Mais do que um e-book, elas são cobradas para desenvolver materiais interativos e abastecer dispositivos tecnológicos, até mesmo os recém-chegados ao mercado, como os óculos de realidade virtual.
O grupo espanhol Santillana, dono no Brasil da editora Moderna, de materiais didáticos, lançou, no fim do ano passado, um serviço de conteúdo "on demand" para as escolas, batizado de "Smartlab". "É uma solução 'à la Netflix', que fornece títulos complementares ao livro didático produzidos por diferentes parceiros nacionais e internacionais e renovados periodicamente", explica Robson Lisboa, diretor de novos negócios do grupo Santillana.
Entre os parceiros estão, por exemplo, a enciclopédia Britannica e o Young Digital Planet. O custo da solução varia conforme o pacote, mas gira em torno de R$ 39,90 por aluno por mês. "Se a escola comprasse o material separadamente, teria de pagar de cinco a 10 vezes mais", diz Lisboa. Segundo ele, o grupo administra o Smartlab como uma "startup" e um negócio separado da venda de livros didáticos impressos.
Pressionada pela era digital, a centenária Editora FTD mudou sua marca e se apresenta, desde o ano passado, como uma fornecedora de soluções para escolas - a FTD Educação. Além dos livros didáticos, o grupo fornece os chamados sistemas de ensino - um serviço de apoio didático com oferta de material didático e suporte tecnológico - para 400 escolas no Brasil.
Há quatro anos, a empresa tem um núcleo de conteúdo digital e fornece material on-line para escolas que usam seus sistemas de ensino. De acordo com o gerente de inovação e novos negócios da FTD, Fernando Fonseca Junior, a solução digital é complementar ao material físico. "O conteúdo digital não se sustenta sozinho. As escolas ainda não compram esse material isoladamente", explica.
Em meio a esse movimento de digitalização de conteúdo, empresas de tecnologia enxergam um mercado no ramo de educação. O Google, por exemplo, tem um canal no YouTube com 13 mil horas de aula com curadoria da Fundação Lemann; um sistema de buscas voltados para conteúdo educacional; e uma ferramenta chamada de "Google para Educação", que permite que os professores criem salas de aulas virtuais e compartilhem materiais com os alunos.
De acordo com Rodrigo Pimentel, diretor da plataforma do Google para Educação na América Latina, as soluções são gratuitas e o Google não pretende cobrar por elas. "A função do Google é organizar a informação da internet, e estamos fazendo o mesmo para educação", explica. A plataforma é integrada com outras soluções do Google, como o Drive, de armazenamento de dados, e o computador de baixo custo Chromebook, que usa o sistema operacional do Google.
Em outubro, a gigante de tecnologia começou a apresentar para escolas brasileiras o programa "Expedições", que oferece um conteúdo de realidade virtual através de um óculos feito de papelão acoplado ao celular. Por meio dele, os alunos podem fazer uma visita virtual em diferentes museus e até no interior de uma pirâmide egípcia. A Samsung também estuda aplicações no ramo de educação por meio de aplicativos para organizar o conteúdo educacional acessado pelos tablets da marca. Uma das principais aplicações para seus óculos de realidade virtual, o Gear VR, cujo último modelo chegou ao Brasil em dezembro, é na sala de aula, explica o gerente sênior de Marketingde Produtos da Samsung, Renato Citrini.

Segmento desperta interesse de empresas especializadas

 FOTOS DE RUDIRAN MESSIAS PARA REPORTAGEM SOBRE LIVRO DIGITAL (KINDLE).    NA FOTO: LIVRO DIGITAL(DISPOSITIVO KINDLE).

FOTOS DE RUDIRAN MESSIAS PARA REPORTAGEM SOBRE LIVRO DIGITAL (KINDLE). NA FOTO: LIVRO DIGITAL(DISPOSITIVO KINDLE).


ANDRÉ NETTO/ARQUIVO/JC
Em meio a esse movimento de digitalização de conteúdo, empresas de tecnologia enxergam um mercado no ramo de educação. O Google, por exemplo, tem um canal no YouTube com 13 mil horas de aula com curadoria da Fundação Lemann; um sistema de buscas voltados para conteúdo educacional; e uma ferramenta chamada de "Google para Educação", que permite que os professores criem salas de aulas virtuais e compartilhem materiais com os alunos.
De acordo com Rodrigo Pimentel, diretor da plataforma do Google para Educação na América Latina, as soluções são gratuitas e o Google não pretende cobrar por elas. "A função do Google é organizar a informação da internet e estamos fazendo o mesmo para educação", explicou. A plataforma é integrada com outras soluções do Google, como o Drive, de armazenamento de dados, e o computador de baixo custo Chromebook, que usa o sistema operacional do Google, e geram receita para a empresa.
Em outubro, a gigante de tecnologia começou a apresentar para escolas brasileiras o programa "Expedições", que oferece um conteúdo de realidade virtual através de um óculos feito de papelão acoplado ao celular. Por meio dele, os alunos podem fazer uma visita virtual em diferentes museus e até no interior de uma pirâmide egípcia. Outra empresa de tecnologia que estuda aplicações do seu negócio no ramo de educação é a Samsung. A companhia tem, por exemplo, aplicativos para organizar o conteúdo educacional acessado pelos tablets da marca.
Uma das principais aplicações possíveis para seus óculos de realidade virtual, o Gear VR, cujo último modelo chegou ao Brasil em dezembro, é na sala de aula, explica o gerente sênior de Marketingde Produtos da Samsung, Renato Citrini. "O aluno poderá chegar a lugares que nunca imaginou com os óculos.", disse.
 
 

Mudança passa também pela arquitetura das salas de aula

Em meio ao processo de digitalização do conteúdo, os grupos de educação tem de pensar em um novo formato das salas de aula. Em vez de inibir o uso do celular pelos alunos, as novas salas são desenhadas para estimular o uso de dispositivos móveis para acessar plataformas digitais de ensino. O ambiente também deve ser mais "amigável" para receber trabalhos em equipe e, em algumas ocasiões, estimular o aluno a ser mais ativo no processo de ensino.
A inspiração para a nova sala de aula vem de ambientes como os escritórios das empresas de tecnologia e das cafeterias Starbucks, afirma o arquiteto Kiko Sobrino, que desenvolve projetos para escolas há cerca de três anos. "O aluno já é digital, mas a sala de aula ainda é um ambiente analógico. Ela precisa de uma evolução", disse. Sobrino projetou uma sala de aula para o grupo Santillana, que oferecerá às escolas uma opção para adaptar seus ambientes. A regra é ter um ambiente conectado, com mesas compartilhadas, centrais de carregadores e QR codes para divulgar a tabela periódica, por exemplo.
Para acessar conteúdos onlines na sala de aula, a Estácio repensou o antigo "datashow". A empresa pesquisou no mercado aparelhos que pudessem se adaptar à sala de aula, mas, na falta de um produto adequado, desenvolveu sua própria solução.
A Estácio criou o "telion", uma espécie de TV equipada com processador da Intel. No telion, o professor pode escrever na própria tela, acessar um conteúdo no sistema de ensino da universidade, marcar o texto digital e receber dúvidas de alunos.
"Não temos a pretensão de inventar a roda. Mas tivemos de criar nossa própria solução porque o que encontramos no mercado não era viável. Ou era muito caro e não dava para usar em grande escala ou era uma solução muito difícil de ser usada pelos professores", afirma a diretora de inovação da Estácio, Lindália Reis.
Desde que construiu o protótipo, a Estácio já produziu 100 unidades do telion na fábrica da Samsung. Para este ano, a meta é colocar o aparelho em 4 mil salas de aula. A empresa é dona de uma patente internacional do produto e avalia licenciar o eletrônico para outras escolas interessadas.
Além de adaptações para receber a tecnologia, as salas são reformadas para estimular o aluno a ser mais ativo no processo de ensino. Para isso, o grupo Anima pretende construir laboratórios "maker" nas suas universidades. São espaços onde os alunos podem fazer protótipos de suas ideias. O primeiro deles foi inaugurado no ano passado na Unimonte, em Santos (SP), e mais dois serão criados neste semestre - na UniBH e na Una, ambas em Minas Gerais. Além dos laboratórios, a Anima pretende construir 50 salas de aulas inovadoras neste ano, com puffs, mesas em triângulo e outras adaptações para facilitar o trabalho em grupos.