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- Publicada em 21 de Dezembro de 2015 às 18:57

Renan planeja tirar Temer da presidência do PMDB

Renan Calheiros busca apoio para reduzir influência de Michel Temer

Renan Calheiros busca apoio para reduzir influência de Michel Temer


ANTÔNIO CRUZ/ABR/JC
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), montou o mapa da guerra que promete travar para tirar Michel Temer do comando nacional do PMDB. Aliados do peemedebista dizem que ele passou a arregimentar apoio entre dirigentes estaduais da sigla para tentar mitigar a influência interna do vice-presidente da República, que é presidente nacional do PMDB desde 2005.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), montou o mapa da guerra que promete travar para tirar Michel Temer do comando nacional do PMDB. Aliados do peemedebista dizem que ele passou a arregimentar apoio entre dirigentes estaduais da sigla para tentar mitigar a influência interna do vice-presidente da República, que é presidente nacional do PMDB desde 2005.
Renan, que preside o partido em Alagoas, acredita que, como agora a direção da sigla no Rio de Janeiro se tornou aliada de Dilma Rousseff (PT) contra o poder de Temer na legenda, tem chances de derrubar o vice.
A ofensiva do senador já teria hoje o apoio de dirigentes do partido em estados como Ceará, Paraná, Piauí, Amazonas e Pará, além do Rio de Janeiro. Se não houver uma composição, o embate entre os grupos de Temer e Renan se dará em março, quando o PMDB fará sua convenção nacional.
Aliados do vice-presidente minimizam o peso da investida do senador e dizem que Renan trabalha para enfraquecer e tirar Temer da presidência do PMDB há mais de uma década.
Eles ressaltam que não é a primeira vez que o senador e o vice se estranham em praça pública e lembram episódios em que Renan "traiu" Temer. Citam, por exemplo, que em 2005 o senador apoiou a candidatura de Aldo Rebelo (PCdoB) à presidência da Câmara, em detrimento de Temer.
O grupo do vice diz ainda que não planeja um contra-ataque à articulação de Renan, pois, agora, é preciso dar "tempo ao tempo".
Lembram que, hoje empoderado pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que deu ao Senado a palavra final no
impeachment, Renan começou a última semana fragilizado, vendo aliados serem alvo da Polícia Federal (PF) numa operação filhote da Lava Jato. Nesse raciocínio, asseguram que, "até março muita coisa vai acontecer".
A investida contra Temer coincide com o momento em que Renan se aproxima da presidente Dilma Rousseff (PT). Nos bastidores, ele defendeu que a petista deveria encampar uma agenda econômica desenvolvimentista e pareceu satisfeito com a nomeação de Nelson Barbosa para a Fazenda antes, vinha criticando a agenda do ex-titular da pasta, Joaquim Levy.
Mesmo os mais próximos, no entanto, ressaltam que o alinhamento de Renan a Dilma não pode ser visto como "irrevogável". Conhecido pelo pragmatismo, Renan não deve ficar abraçado à petista se sentir que o governo não reagirá e, principalmente, se o cerco contra ele e seus aliados se fechar na Operação Lava Jato.
O senador é citado em seis inquéritos ligados à Lava Jato. Um dos delatores do esquema na Petrobras, Nestor Cerveró, afirma, por exemplo, ter pago US$ 6 milhões em propina ao peemedebista.
Na semana passada, os sigilos fiscal e telefônico de Renan foram quebrados pelo ministro Teori Zavascki, relator da investigação no STF. A quebra foi autorizada para ajudar em investigações sobre as supostas ligações de Renan com um esquema de desvio de dinheiro na Transpetro.

Vice-presidente inicia operação para evitar racha na sigla

O vice-presidente Michel Temer começou uma operação para acalmar os ânimos dentro do seu partido, o PMDB, e evitar o aprofundamento do racha que visa minar sua permanência no comando nacional da sigla.
Michel Temer recebeu na noite de domingo, em sua residência, em São Paulo, alguns dos principais nomes da legenda no estado do Rio de Janeiro, berço da ala anti-impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na sigla.
O ex-governador fluminense Sérgio Cabral, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e o prefeito carioca Eduardo Paes participaram do jantar com o vice-presidente. Aliado de Temer, o ex-ministro Moreira Franco também esteve no encontro.
Os integrantes do PMDB fluminense disseram textualmente que não farão qualquer movimento brusco contra Dilma Rousseff, sob o argumento de que a parceria entre estado, prefeitura e União tem sido importante para o Rio nos últimos anos.
Eles, no entanto, concordaram com a tese de que o aprofundamento da divisão no partido só serve para fragilizar a imagem da sigla e de Michel Temer.
O entendimento geral é de que é preciso, neste momento, cessar o tiroteio interno. Nesse sentido, Cabral, Pezão e Paes teriam sinalizado apoio à manutenção de Temer à frente do PMDB.
Durante o encontro, o ex-ministro Moreira Franco argumentou que a disputa na sigla "pode transformar o PMDB em uma bomba". "Seremos Hiroshima ou Nagazaki", concluiu.
A tentativa de minimizar as brigas dentro do PMDB ocorrem dias após Renan Calheiros ter disparado ataques públicos a Temer.