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Lava Jato

- Publicada em 14 de Dezembro de 2015 às 18:52

MPF denuncia Bumlai e Vaccari por corrupção

José Carlos Bumlai está preso em Curitiba desde novembro

José Carlos Bumlai está preso em Curitiba desde novembro


EVARISTO SA/AFP/JC
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta segunda-feira, o pecuarista e empresário José Carlos Bumlai, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e outras nove pessoas por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. De acordo com as investigações, o grupo desviou R$ 18 milhões para abastecer os cofres do PT. A Procuradoria-Geral da República pede a reparação mínima de R$ 53,5 milhões.
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta segunda-feira, o pecuarista e empresário José Carlos Bumlai, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e outras nove pessoas por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. De acordo com as investigações, o grupo desviou R$ 18 milhões para abastecer os cofres do PT. A Procuradoria-Geral da República pede a reparação mínima de R$ 53,5 milhões.
Bumlai está preso em Curitiba desde o dia 24 de novembro deste ano, acusado de corrupção e gestão fraudulenta. Ele teria ajudado o Grupo Schahin a fechar um contrato sem licitação com a Petrobras, no valor de R$ 1,3 bilhão, para a operação de um navio-sonda operado pela Schahin Engenharia.
"Bumlai não é o centro dessa investigação. Bumlai nada mais é do que operador de um partido político. Ele é operador do Partido dos Trabalhadores", afirmou o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força tarefa da Lava Jato.
Além de Bumlai e Vaccari, foram indiciados o filho do pecuarista Mauricio de Barros Bumlai e sua nora Crisitiane Barbosa Dodero Bumlai. Foram denunciados também Nestor Cerveró, Jorge Zelada, ambos ex-diretores da área Internacional da Petrobras, o ex-gerente da estatal Eduardo Musa e os executivos do Banco Schahin: Salim Schahin, Milton Schahin e Fernando Schahin. O lobista Fernando Baiano também foi denunciado.
Na sexta-feira, a PF havia indiciado o pecuarista. Os policiais afirmam que há vários indícios de que ele tenha faltado com a verdade no depoimento que prestou à PF. Na ocasião, ele negou ter proximidade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De acordo com o MPF, o esquema de corrupção ocorreu em três momentos. O primeiro foi em outubro de 2014. Bumlai avalizou, junto ao Banco Schahim, um empréstimo de R$ 12 milhões para o PT. Os investigadores afirmam que a operação financeira não tinha lastro e garantia real. Em troca, o Grupo Schahin conseguiu contratos com a Petrobras.
Para garantir os contratos, entre outubro de 2006 e janeiro de 2009, os irmãos Schahin - Milton, Fernando e Salim - ofereceram US$ 1 milhão a Musa, além da quitação da dívida do PT - que na época já era de R$ 18 milhões. Em troca, eles pediram a garantia da contratação da construtora Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, um contrato de US$ 1,6 bilhão. A negociação foi conduzida por Bumlai e Salim Schahin com a intermediação do lobista Fernando Baiano e do ex-tesoureiro do PT.
Em 2009, para ocultar o empréstimo, Bumlai "vende" embriões ao Grupo Schahin e, em troca, recebe notas promissoras do banco e quita a dívida. A denuncia será analisada pelo juiz Sérgio Moro, que conduz o julgamento da Lava Jato. Caso aceite a denúncia, o juiz abre uma ação penal.
 

Ex-dirigente da Engevix é condenado a 19 anos de prisão

O juiz Sérgio Moro condenou a 19 anos de prisão Gerson de Mello Almada, sócio e ex-vice-presidente da Engevix, pelos crimes de corrupção ativa, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Almada havia sido preso em novembro de 2014, na 7ª Fase da Lava Jato, e cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica desde abril passado. Em outubro, Moro autorizou contato com outros executivos da empresa para permitir que a Engevix negocie acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPF) e órgãos do governo federal. A prática do crime de corrupção envolveu o pagamento de R$ 15,2 milhões, valor que deve ser ressarcido à Petrobras.
Os demais executivos da empresa - Newton Prado Junior, Luiz Roberto Pereira e Carlos Eduardo Strauch Albero - foram absolvidos de todas as imputações por falta de provas que agiram com dolo. Enivaldo Quadrado, que trabalhou para o doleiro Alberto Youssef, também foi absolvido por prova insuficiente de que teria participado de operações de lavagem de dinheiro de propina paga pela construtora.
Na mesma ação, foram condenados o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. Os dois, porém, assinaram acordo de delação premiada, e as penas acordadas estão sendo seguidas pela Justiça. Também foi condenado Carlos Alberto Pereira da Costa, que assinava pela empresa GFD Investimentos e pertencia ao doleiro.
Nesta ação, Costa foi condenado a 14 anos e 10 meses de reclusão. Desde 1 de outubro passado, pelo acordo, ele tem direito a regime semiaberto. Moro determinou recolhimento noturno e no fim de semana com tornozeleira eletrônica "por questões de segurança decorrentes da colaboração". O juiz afirmou que haveria dificuldade de proteger o condenado durante o recolhimento em estabelecimento penal semiaberto. A partir de outubro de 2016, Costa deverá passar para o regime aberto pelo restante da pena, mas as condições deverão levar em consideração questões de segurança.