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Opinião

- Publicada em 07 de Dezembro de 2015 às 17:14

A opinião pública, a democracia e o impeachment

Os benfeitores imprudentes podem transformar os seus beneficiados em pessoas ingratas. Na área política, estamos vivenciando isso, com as brigas entre os partidos políticos da chamada base aliada do governo federal, que se esfacela a cada dia.
Os benfeitores imprudentes podem transformar os seus beneficiados em pessoas ingratas. Na área política, estamos vivenciando isso, com as brigas entre os partidos políticos da chamada base aliada do governo federal, que se esfacela a cada dia.
Restaurado o exercício do voto e as eleições em todos os níveis de governo após a ditadura militar (1964-1985), assim mesmo o Brasil continuou com um dualismo entre os "bons" e os "maus", entre os de "esquerda" e os de "direita".
Aqui, isso nos remetia para a gênesis da história do Rio Grande do Sul. No entanto, o populismo sem lastro para dar mais estrutura e ordenamento sólidos na educação, saúde e segurança está perdendo espaço.
Tivemos bons momentos após a redemocratização plena e um reordenamento gerencial do Brasil nessas décadas. Entretanto, em um País no qual o Estado é gigante e, assim, apequena, mesmo que não queira, os cidadãos e o empreendedorismo, o desvirtuamento veio mesmo em plena democracia.
Os escândalos se repetiram ao longo dos anos. Agora, uma ação conjunta do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, com o indispensável suporte da Justiça, deflagrou a Operação Lava Jato. Na Justiça, há, sim, democracia funcionando e bem, apesar da desorganização no Executivo e no Legislativo.
Na Petróleo Brasileiro, a Petrobras, tudo é gigantesco. Assim, falar em bilhões de reais ou dólares é uma rotina. No entanto, essa grandiosidade e as múltiplas necessidades de trabalho abriram as portas em dezenas de diretorias disso e daquilo, que contratavam serviços terceirizados ou empreiteiras para obras. Necessárias, mas feitas com superfaturamento no qual as propinas milionárias estavam enrustidas.
O ano de 2015 está terminando da pior maneira, com a disputa do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), contra a presidente Dilma Rousseff (PT), com o acolhimento de um pedido de abertura de processo de impeachment.
Coerentemente com sua preocupação e contando os votos, a presidente Dilma quer evitar o recesso parlamentar, mantendo o funcionamento do Congresso Nacional para que tudo seja votado logo. Caso contrário, o governo estará manietado até a volta dos parlamentares. E, agora, ela terá mais chances de vitória.
Entretanto, o Brasil tem que superar esse maniqueísmo em que temos, de um lado, o bem e, do outro, o mal.
A permanência de partidos em uma base aliada do governo ampliada demasiadamente, cada um com seus pleitos, acaba desagregando, em vez de unir.
A crise econômico-financeira trouxe a crise política. Não se pode esquecer que a opinião pública pesará na votação dos parlamentares da comissão que dará andamento, ou não, ao pedido de impedimento.
Alguns dos que se digladiam hoje em dia na política nacional não são amadores. Talvez aventureiros em busca do botim milionário. Aconteceu antes, estamos repetindo uma velha tendência de alguns escroques metidos nas Assembleias, nas Câmaras de Vereadores e agora, no Congresso Nacional.
A base de apoio ao governo não é apenas a soma aritmética dos que a compõem. Hoje, as opiniões dos deputados federais circulam com as moedas dos interesses. Delas, poucas pessoas são capazes de verificar o seu peso, toque e valor intrínseco, em termos de moralidade.
 
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