O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou, na noite de quarta-feira, que seu país entrou em uma crise política após as eleições legislativas vencidas com folga pela oposição, e disse que, caso não avance "pela via da revolução", a Venezuela entrará em um conflito que afetará toda a região.
"Ou nós saímos desse atoleiro pela via da revolução ou a Venezuela entrará em um grande conflito que afetará toda a região latino-americana e caribenha. E eu não vou me render, vou combater", disse Maduro durante uma concentração com centenas de partidários, diante do palácio de governo. "Estamos frente a uma crise política que pode derivar em duas coisas: ou deriva em uma contrarrevolução fascista ou em uma revolução renovada, radical, profunda, popular, rumo ao socialismo", afirmou.
Em declarações no mausoléu do falecido presidente Hugo Chávez, Maduro disse na véspera que lutaria contra a agenda dos líderes da oposição, que venceram com folga a disputa parlamentar do domingo passado. O presidente anunciou também que está em andamento uma investigação por suposto delito de compra de votos, sem dar detalhes.
Maduro prometeu rechaçar uma lei respaldada por líderes oposicionistas que liberaria ativistas contrários ao governo que estão presos. O rechaço seria, em boa medida, simbólico, porque, na Venezuela, as iniciativas do Legislativo podem se converter em lei mesmo que o presidente não as aprove, desde que o Tribunal Supremo de Justiça não as considere inconstitucionais.