Nesta quinta-feira, a 32 horas de encerrar-se o prazo oficial do encontro, ONGs ambientais internacionais deram seu show para pressionar os negociadores reunidos na Conferência da ONU sobre o Clima (COP-21) a chegar a um acordo.
"Parem de jogar pôquer político com o futuro de nossos filhos", disparou Kumi Naidoo, diretor executivo do Greenpeace para a África do Sul. Além do Greenpeace falaram Oxfam, WWF, Action Aid, Environmental Defense Fund, Christian Aid e Climate Action Network, entre outras. Vários oradores assinalaram que esta quinta-feira marcava o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948.
Para as ONGs, os direitos das populações mais pobres e mais ameaçadas pela mudança do clima não foram ainda adequadamente reconhecidos no texto provisório do acordo. Elas destacam duas questões fundos para perdas e danos e para adaptação que tendem a ficar à margem.
O termo "perdas e danos" se refere ao ressarcimento por desastres causados pelo aquecimento global, como a inundação de pequenas ilhas pela elevação do nível do mar. Estados Unidos e União Europeia não querem nem ouvir falar nisso.
A adaptação diz respeito aos ajustes para enfrentar a mudança climática já ocorrida e a que ainda virá, por força do CO2 lançado até agora na atmosfera. ONGs e países pobres insistem em um financiamento específico dos ricos, separado do dinheiro para ajudar no corte de emissões.