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Argentina

- Publicada em 10 de Dezembro de 2015 às 15:19

Macri toma posse como presidente

Vencedor das eleições argentinas, novo mandatário pregou a união do país após disputa polarizada

Vencedor das eleições argentinas, novo mandatário pregou a união do país após disputa polarizada


JUAN MABROMATA/AFP/JC
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, tomou posse nesta quinta-feira e liderará o país vizinho pelos próximos quatro anos. Com sua chegada, encerra-se o ciclo de 12 anos da família Kirchner na Casa Rosada. O novo presidente chegou às 11h30min (12h30min em Brasília) ao Congresso e prestou juramento 10 minutos depois.
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, tomou posse nesta quinta-feira e liderará o país vizinho pelos próximos quatro anos. Com sua chegada, encerra-se o ciclo de 12 anos da família Kirchner na Casa Rosada. O novo presidente chegou às 11h30min (12h30min em Brasília) ao Congresso e prestou juramento 10 minutos depois.
Em discurso de 26 minutos, Macri afirmou que os argentinos estavam cansados "da prepotência e do enfrentamento inútil", pediu unidade nacional e destacou a necessidade de abandonar o personalismo. "A política não é uma competição entre dirigentes para ver quem tem o ego maior, é o trabalho de dirigentes modernos que trabalham para servir aos demais. Quero pedir que nosso ponto de encontro seja a verdade."
O novo mandatário se disse aberto ao diálogo com todos os partidos políticos. "Quero a contribuição de todos, os que se sentem de direita, os de esquerda, os peronistas e os antiperonistas. Essa diversidade nos enriquece e nos faz melhores", disse.
Macri voltou a falar em seu objetivo de zerar a pobreza e a fome e diminuir a desigualdade, afirmando que o Estado estará onde for necessário, "principalmente para os que têm menos". "O país tem setores que pensam de maneiras diferentes, mas não está dividido. Já acabaram as eleições: agora todos devemos nos unir para crescer e melhorar", completou.
O ex-chefe de governo da cidade de Buenos Aires chegou à presidência com 51,4% dos votos válidos, após derrotar o ex-governador de Buenos Aires Daniel Scioli, candidato governista, em um segundo turno inédito realizado em 22 de novembro.
Sob a coalizão Mudemos, Macri prometeu levar a Argentina para o centro político, com um programa de governo mais próximo do mercado financeiro e menos protecionista. Uma das primeiras medidas deverá ser unificar o mercado de moeda estrangeira, que foi restringido por Cristina Kirchner, e aprovar novas taxas para atrair investimentos estrangeiros ao país.
A equipe econômica, já anunciada, é composta por ex-empresários e liderada por Alfonso Prat-Gay, que participou da recuperação do país da crise de 2001. O anúncio foi bem recebido pelo mercado financeiro.
Na política externa, pretende ter uma relação mais afastada com países ideologicamente próximos a Cristina Kirchner, como a Bolívia e a Venezuela. Como exemplo, defendeu a libertação de presos políticos de Caracas e ameaçou aplicar a cláusula democrática do Mercosul contra o presidente Nicolás Maduro.
Por outro lado, deu sinais de que tem a intenção de estreitar os laços com o Brasil. Na semana passada, visitou a presidente Dilma Rousseff em Brasília e reuniu-se com empresários na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).
Dilma, aliás, perdeu o juramento da posse de Macri. Inicialmente, estava previsto que ela chegasse a Buenos Aires às 11h, mas isso só ocorreu às 12h locais. Com o atraso, a presidente desistiu de ir ao Congresso e sua comitiva seguiu direto para a Casa Rosada.

Transição turbulenta marcou a troca de comando

Macri tomou posse depois de três semanas de transição turbulenta. Cristina Kirchner não participou da cerimônia. A despedida dela foi feita na noite de quarta-feira, em um ato político com militantes pedindo sua volta em 2019.
A decisão foi tomada depois do impasse sobre o local em que Macri receberia a faixa e o bastão presidenciais. Cristina queria que fosse no Congresso, enquanto Macri preferia recebê-los na Casa Rosada.
As equipes chegaram a iniciar uma briga judicial sobre o fim do mandato. Na quarta-feira, a Justiça definiu que a presidente deixava o cargo à 0h desta quinta-feira. Durante as 12 horas entre a saída de Cristina e a posse de Macri, o país foi comandado pelo presidente interino do Senado, Francisco Pinedo, que entregou a faixa e o bastão ao novo chefe de Estado.