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saúde

- Publicada em 21 de Dezembro de 2015 às 22:32

Porto Alegre intensifica aplicação de inseticida contra o Aedes aegypti

Cidade Baixa e Menino Deus têm suspeita de febre chikungunya e zika

Cidade Baixa e Menino Deus têm suspeita de febre chikungunya e zika


Fredy Vieira/JC
Os bairros Cidade Baixa e Menino Deus, em Porto Alegre, receberam ontem a visita das equipes da Vigilância Sanitária, que aplicaram inseticida contra o Aedes aegypti. As ações ocorreram devido à suspeita de casos importados de febre chikungunya e zika vírus em moradores da região. Desde a semana passada, a prefeitura está em estado de alerta, em virtude do aumento no número de mosquitos encontrados nas armadilhas.
Os bairros Cidade Baixa e Menino Deus, em Porto Alegre, receberam ontem a visita das equipes da Vigilância Sanitária, que aplicaram inseticida contra o Aedes aegypti. As ações ocorreram devido à suspeita de casos importados de febre chikungunya e zika vírus em moradores da região. Desde a semana passada, a prefeitura está em estado de alerta, em virtude do aumento no número de mosquitos encontrados nas armadilhas.
Segundo Luiz Felippe Kunz Junior, médico veterinário da Vigilância em Saúde e coordenador da aplicação, os insetos capturados serão encaminhados para uma análise viral. "Temos uma rede de 800 armadilhas de monitoramento espalhadas por 26 bairros, usadas para termos um índice populacional do inseto na cidade. Temos outras armadilhas em colaboração com a Universidade Federal de Minas Gerais, com as quais fazemos uma captura maior de mosquitos em áreas com suspeitas de casos, recolhendo os insetos para análise."
Mesmo assim, é importante fazer a aplicação de inseticida, a fim de conter o Aedes, que é transmissor da dengue, além de zika e chikungunya. "Até que outros mosquitos nasçam ou insetos de outras áreas do município venham para essas regiões, demora um pouco, então a área se mantém sem tanto risco", observa Kunz.
Vendo que a equipe aplicava o inseticida no bairro Menino Deus, o aposentado Carlos da Silva Pacheco, de 73 anos, se aproximou. "Quero avisar que encontrei, na semana passada, um Aedes aegypti no corredor do meu prédio. Matei com a mão e ainda levei para o porteiro ver. Lá em casa eu tenho telas mosquiteiras, então não entra nada, mas os meus vizinhos podem ser infectados", ressalta. O Aedes aegypti mede menos de um centímetro, tem cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas. Atualmente, é o mosquito mais comum na área urbana da Capital.
O aposentado suspeitava de que a presença de seis piscinas em seu edifício fosse a fonte do nascimento dos Aedes aegypti. Entretanto, Kunz, da Vigilância em Saúde, descarta essa hipótese. "Normalmente, piscinas de condomínios não apresentam riscos, pois são tratadas com cloro, que é suficiente para matar microrganismos e larvas de insetos como o Aedes aegypti. Contudo, há risco quando se trata de piscinas abandonadas, principalmente as infantis, que são rasas e mais atraentes para o mosquito", destaca.
Quando as piscinas de plástico, por exemplo, não passam por limpeza por alguns dias, o risco é grande, assim como quando elas são esvaziadas, mas deixadas viradas para cima. "Com a ocorrência de duas ou três chuvas, se cria uma lâmina de água suficiente e propícia para o Aedes fazer sua reprodução", alerta o veterinário.
O maior problema registrado em condomínios tem sido em ralos pluviais. "Na medida em que os condomínios foram tirando qualquer coisa que pudesse juntar água, os mosquitos foram descobrindo os ralos pluviais e colocando seus ovos nesses locais, porque, lá, conseguem sobreviver", justifica Kunz. Ajardinamentos com bromélias também devem receber atenção, visto que a flor possui uma superfície dura, na qual a água pode acumular.

População está mais receptiva a agentes de saúde

A população tem se tornado mais receptiva quando recebe a visita das equipes de Vigilância em Saúde, segundo o veterinário Luiz Felippe Kunz. "Temos divulgado antes no site (www.ondeestaoaedes.com.br) os locais e as datas em que a aplicação do inseticida será feita, pois essa era uma reclamação das pessoas, de não saberem quando íamos chegar. Publicamos no site e isso rapidamente é replicado em redes sociais e pela imprensa", conta.
Foi o caso do aposentado Abgar Tabajara, de 92 anos. Morador do Menino Deus desde 1947, nunca havia recebido a visita das equipes, mesmo tendo um pátio grande. "Acho importante fazerem a desinsetização. Não sei se temos mosquitos da dengue aqui, mas é sempre bom combater", pondera.
Essa foi a quarta aplicação de inseticida na cidade desde o início do mês. Hoje, o bairro Aberta dos Morros e um condomínio no bairro Santo Antônio terão aplicação de inseticida devido à suspeita de infecção por zika vírus.