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CONSUMO

- Publicada em 20 de Dezembro de 2015 às 21:18

Movimento em Porto Alegre cresce às vésperas do Natal

Irmãs Magda e Paula Vais dizem que será o Natal das lembrancinhas

Irmãs Magda e Paula Vais dizem que será o Natal das lembrancinhas


JONATHAN HECKLER/JC
Shopping centers e até lojas de rua encararam o maior movimento no fim de semana em Porto Alegre como um alento em um ano de queda em vendas. Os últimos quatro dias antes do Natal devem canalizar mais expectativas de lojas para bater metas (ou chegar perto) e tentar seduzir clientes com promoções. O fluxo aumentou mais que o esperado no sábado e ontem frente aos demais dias do mês, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas da Capital (CDL-POA), e as famílias buscaram estratégias, como evitar parcelamentos para não entrar com dívidas em 2016, reduzir a lista de presenteados e priorizar itens úteis e lembrancinhas.
Shopping centers e até lojas de rua encararam o maior movimento no fim de semana em Porto Alegre como um alento em um ano de queda em vendas. Os últimos quatro dias antes do Natal devem canalizar mais expectativas de lojas para bater metas (ou chegar perto) e tentar seduzir clientes com promoções. O fluxo aumentou mais que o esperado no sábado e ontem frente aos demais dias do mês, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas da Capital (CDL-POA), e as famílias buscaram estratégias, como evitar parcelamentos para não entrar com dívidas em 2016, reduzir a lista de presenteados e priorizar itens úteis e lembrancinhas.
O presidente da CDL-POA, Gustavo Schifino, enquadrou os últimos dois dias como "de reação". Para o dirigente, é possível que a projeção de empatar com a data de 2014 possa até mudar um pouco e ficar positivo, com elevação de 2% nominais, perdendo para a inflação.
"Estou bem esperançoso. As lojas que estão aproveitando a oportunidade, baixando preços, estão vendendo", avisa o presidente da CDL-POA, que espera ver a expectativa de receita de quase R$ 400 milhões com o Natal ficar um pouco acima da cifra. "As pessoas seguraram o que deu até agora e querem trocar presentes, para amenizar a dificuldade do ano", atribui Schifino.
"Agora chega", disse o administrador Francisco Monteiro, com bom humor, segurando seis sacolas de presentes, enquanto sua mulher, a escrevente Jussara, ainda fazia planos para comprar mais alguns itens. O casal foi ao Shopping Praia de Belas ontem para tentar liquidar a lista de presentes, que alcança familiares mais próximos, de filhos a neto. "Separamos parte do 13º salário para esses gastos, e se sobrar um dinheiro, melhor", acalenta Monteiro. Jussara disse que está pesquisando mais e comparando preços este ano.
Os corredores no Praia de Belas indicaram diferentes comportamentos. A maioria ostentava poucas sacolas. A professora Cintia Passos e o namorado Alexandre Furlan foram trocar notas pelo brinde promocional um panetone. "Compramos presentes só para nós", disse Cintia, crítica do apelo consumista da data.
Já as irmãs Paula e Magda Vais estavam terminando a lista de contemplados na família e contaram que este ano serão menos presentes, com prioridade para lembrancinhas. "Não está fácil. Sou comerciária, a loja onde trabalho está vendendo menos e minha comissão será menor", avisa Paula.
O gerente da Luigi Bertolli, Juarez Cardoso, apontou que os itens com descontos são os mais solicitados. "As pessoas pesquisam muito, entram, saem, voltam e compram o que tem preço mais baixo", reforça. Na filial, o fluxo maior contrasta com a queda de 30% na venda até agora. Este ano a loja contratou menos da metade da mão de obra temporária. "Os próximos dias são nossa esperança, vamos continuar com promoções", projeta.

Presente útil domina escolha nas lojas

Namorados Elisandro Lisboa e Marisol Nunes procuraram mimos

Namorados Elisandro Lisboa e Marisol Nunes procuraram mimos


JONATHAN HECKLER/JC
A filha Elaine ganhou um tênis, a mulher Laura, uma sandália e uma chinelo, e o que sobrou para Érico Jaques foi a conta. "Vamos parcelar os R$ 379,00 em poucas prestações", disse Jaques, que decretou como encerrada a safra de presentes na família. O trio aproveitou o domingo para ir às compras no Centro de Porto Alegre. A gerente da loja Paquetá, Marissandra Lopes, avaliou que o movimento foi o melhor dos três domingos de dezembro com comércio funcionando. "Tô vendendo, não posso reclamar", resumiu.
No estabelecimento vizinho, a POA Fashion, de confecção com preço baixo, o gerente Fernando Maciel avalia que a queda pode chegar a 50% frente ao Natal de 2014. "A gente rebaixou os preços o que deu e nem assim as pessoas compram tanto", conta Maciel, citando que a preferência é por pagar à vista. "A inflação pegou todo mundo, e as pessoas não querem se endividar", alega o gerente.
No Shopping Total, corredores movimentados geraram fluxos opostos nas lojas. Na Arena, que vende bolsas e acessórios, a vendedora mostrava desolação com a ausência de clientes. "Nem lembrancinha estão levando. Está muito difícil", desabafou Silvia Freitas. A responsável pelas vendas da filial da Gang no Total, Brenda Souza, animou-se ontem e garantiu que o domingo "bombou". "Os clientes buscam itens mais baratos, aí levam cinco a seis unidades", disse Brenda, admitindo que o resultado da data, mesmo assim, ficará abaixo de 2014.
A profissional autônoma Marisol Nunes definiu sem rodeios a categoria de presente que comprou para a filha. "É mimo e pronto." É o Natal da crise, reforçou Marisol. Ao lado do namorado Elisandro Lisboa, que levava as embalagens, Marisol disse que gastará a metade do valor do ano passado. O casal também optou por reservar um pouco de dinheiro para passar a virada do ano na praia. "Vamos nos divertir antes que venha 2016, que é uma caixa de surpresas", antevê a autônoma.