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Economia

- Publicada em 09 de Dezembro de 2015 às 17:48

Inflação chega a 10,48% no acumulado de 12 meses

No ano, índice sofreu o impacto de reajustes como o da gasolina

No ano, índice sofreu o impacto de reajustes como o da gasolina


JOÃO MATTOS/JC
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial no País, acelerou de 0,82% para 1,01% na passagem de outubro para novembro. É a maior taxa para o mês desde 2002, quando foi de 3,02%. No resultado acumulado em 12 meses, o índice chegou a 10,48%, o maior desde novembro de 2003, quando foi 11,02%. No ano, a taxa é de 9,62%, mais alta desde 2002. Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial no País, acelerou de 0,82% para 1,01% na passagem de outubro para novembro. É a maior taxa para o mês desde 2002, quando foi de 3,02%. No resultado acumulado em 12 meses, o índice chegou a 10,48%, o maior desde novembro de 2003, quando foi 11,02%. No ano, a taxa é de 9,62%, mais alta desde 2002. Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE.
A coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, explicou que a inflação chegou aos dois dígitos por causa da aceleração da inflação ao longo de 2015: "A taxa deste ano carrega reajuste de vários itens importantes no orçamento, como energia, água e esgoto e teve pressão forte no câmbio, recentemente tivemos aumento no óleo diesel, a gasolina. E reajuste do diesel, apesar de não se ver diretamente no IPCA porque é pequeno, afeta todos os setores por causa do frete. Existe uma pressão de custo multicausal, com várias causas, que levaram a inflação a se acelerar".
Metade da alta da inflação em 12 meses (51,34%) veio apenas de alimentos, energia elétrica e combustíveis. Da taxa de 10,48%, pouco menos de um terço (27,39%) veio de alimentos, 14,41% de energia elétrica e 9,54% de combustíveis.
Nos 12 meses encerrados em novembro, os preços de alimentos subiram 11,56%, enquanto a energia elétrica teve alta de 51,27%. A energia teve individualmente a maior influência na alta do IPCA no período, com impacto de 1,51 ponto percentual dos 10,48%.
No mês passado, quase metade da alta da inflação frente a outubro (0,46 ponto percentual dos 1,01%) veio do grupo de alimentos, que subiu 1,83%. A segunda maior influência veio de transportes, com alta de 1,08% e impacto de 0,20 ponto percentual. Individualmente, o item que mais subiu em novembro foi combustível, com aumento de 4,16% e impacto de 0,21 ponto percentual.
Entre os combustíveis, o preço da gasolina avançou 3,21% (impacto de 0,13 ponto percentual). Quando se considera os meses de outubro e novembro, o preço ficou 8,42% mais caro, diante do reajuste de 6% nas refinarias em 30 de setembro. Já o preço do etanol variou 9,31% em novembro, com impacto de 0,08 ponto percentual.
Nos alimentos - que têm peso de 25% no IPCA -, o preço daqueles para consumo em casa subiu 2,46%, enquanto a alimentação fora do domicílio subiu 0,70%. Entre os itens, a maior alta em novembro foi da batata-inglesa, de 27,46%, seguida pelo tomate (24,65%) e açúcar cristal (15,11%).
No mês de novembro, o preço da energia elétrica subiu 0,98%, puxada pelo aumento de 7,47% no Rio de Janeiro por causa do reajuste de 16% a partir de 7 de novembro, pela alta de 2,39% em Porto Alegre, também com reajuste de 5,82% a partir de 25 de outubro e pela variação de 0,17% em São Paulo, com reajuste de 15,50% a partir de 23 de outubro na tarifa de uma das concessionárias. Com aumento de energia, o grupo habitação registrou alta de 0,76% em novembro.
Eulina admitiu que a inflação elevada tem efeito nas altas de preços no futuro, tanto pela questão psicológica de repasse de preços quanto pela influência da indexação, já que muitos contratos ainda são reajustados pela inflação, como é o caso de plano de saúde. Mas ponderou que a situação é muito diferente do passado, quando se tinha "inflação desenfreada":
"Ainda tem vários itens que são indexados por contrato, então a inflação de um ano vai determinar aumento forte de alguns itens nos anos seguintes. E há uma questão psicológica, de que se está tudo caro se aumenta os preços. Mas está muito longe de comparar com época de inflação desenfreada. Naquele período não havia parâmetro de preços, se aumentava várias vezes ao dia, até para o IBGE era difícil medir, não se conseguia nem explicar as causas", disse.
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