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Agronegócios

- Publicada em 08 de Dezembro de 2015 às 17:14

Crédito rural alcança R$ 73,4 bi até novembro

Custeio registrou R$ 53,3 bilhões, 36% do montante oferecido

Custeio registrou R$ 53,3 bilhões, 36% do montante oferecido


NILSON KONRAD/DIVULGAÇÃO/JC
As contratações de crédito rural feitas pelos produtores de julho a novembro para a safra agrícola 2015/2016 totalizaram R$ 73,462 bilhões em todo o País por meio de 1,135 milhão negócios, de acordo com o Sistema de Operações do Crédito Rural e do Proagro (Sicor) do Banco Central. Com isso, o valor médio por contrato de julho a novembro foi de R$ 64,7 mil.
As contratações de crédito rural feitas pelos produtores de julho a novembro para a safra agrícola 2015/2016 totalizaram R$ 73,462 bilhões em todo o País por meio de 1,135 milhão negócios, de acordo com o Sistema de Operações do Crédito Rural e do Proagro (Sicor) do Banco Central. Com isso, o valor médio por contrato de julho a novembro foi de R$ 64,7 mil.
Esse volume, nos cinco primeiros meses da safra 2015/2016, está praticamente em linha com o volume de recursos liberados em igual período do ano passado, com uma queda de 2,47%. De julho a novembro de 2014, também de acordo com o Sicor, foram emprestados R$ 75,328 bilhões para o crédito rural. Nesse período, foram fechados 1,372 milhão contratos.
A região Sul foi a que fechou mais volume de contratos (473,7 mil) no período, com o maior volume de recursos (R$ 28,346 bilhões). Na sequência, o Sudeste contratou R$ 20,456 bilhões em 188,1 mil negócios. O volume de recursos destinados à região Centro-Oeste foi de R$ 16,267 bilhões nesses cinco meses (72,2 mil contratos) e, no Nordeste, de R$ 5,379 bilhões (365,6 mil operações). No Norte, o total foi de R$ 3,015 bilhões de recursos em 35,7 mil operações. A região Centro-Oeste foi a que apresentou o maior volume de recursos por contrato nesse período, uma média de R$ 225,4 mil. Já a região com o menor volume médio foi o Nordeste: R$ 14,7 mil.
Os dados do Banco Central revelam que os produtores continuam investindo no campo. Na modalidade custeio, de julho a novembro deste ano, houve um crescimento de 23% em relação ao mesmo período de 2014, com R$ 42,9 bilhões. Esse tipo de financiamento é usado, por exemplo, para compra de insumos, plantio, tratos culturais e colheita. A comercialização, por sua vez, teve recuo de 2%, com desembolso de R$ 10,4 bilhões.
As liberações do custeio e comercialização nos cinco primeiros meses da safra 2015/2016 contabilizaram R$ 53,3 bilhões, o que representa 36% do montante oferecido pelo governo federal (R$ 149,5 bilhões) para essas finalidades. Os desembolsos de investimentos foram de R$ 9 bilhões, ou 24% do total programado, de R$ 38,2 bilhões.
O destaque do período ficou com as linhas de financiamento para custeio do médio produtor (Pronamp) - faturamento de até R$ 1,6 milhão ao ano -, que atingiram R$ 8,5 bilhões. O valor representa um incremento 45% em relação ao consolidado de julho a novembro do ano anterior
(R$ 5,8 bilhões). Os bancos públicos apuraram um aumento de 48% na oferta de recursos para o crédito da categoria, de R$ 6,6 bilhões ante R$ 4,4 bilhões, nos cinco meses de 2014.
Os números do Sicor mostram que o total financiado pelos bancos públicos, a juros controlados para a linha de custeio, foi de R$ 24,5 bilhões, nos cinco meses de contratação, incluindo recursos obrigatórios, poupança rural e fundos constitucionais. Os bancos privados somaram R$ 9 bilhões, e as cooperativas de crédito, R$ 4,4 bilhões. Para os financiamentos a juros livres para custeio e comercialização, o montante alcançou R$ 6,5 bilhões, incluindo bancos públicos, privados e cooperativas de crédito, com avanço de 36% em relação ao igual período de 2014.
Para o financiamento da safra, o agricultor empresarial conta também com a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), recursos a taxas de juros livres, que atingiu R$ 859 milhões nesse período.

Setor arrozeiro tem alta de 104% no custo da energia em um ano

O aumento das tarifas de energia elétrica já atingia de forma negativa o setor arrozeiro nos últimos anos, mas, com a entrada em vigor em 2015 do Sistema de Bandeiras Tarifárias, este impacto preocupa os produtores ainda mais. A bandeira vermelha, que é a de maior custo de geração, atingiu na safra passada o final do período de irrigação, mas para a safra 2015/2016 ela incide sobre as contas de luz desde o início da implantação das lavouras, quando o produtor utiliza mais intensamente a técnica.
O custo da energia elétrica para os produtores de arroz aumentou em aproximadamente 104% em um ano. Em dezembro de 2014, o kilowatts-hora (kW/H) para os irrigantes custava R$ 0,06 entre 22h e 6h30min, e R$ 0,16 entre 6h30min e 19h. Agora, no mesmo mês de 2015, os valores estão em R$ 0,14 e R$ 0,28. "A utilização da bandeira vermelha representa 23% do aumento da luz neste período", destaca o diretor financeiro da Federarroz, Gustavo Thompson.
Além das questões de renda no campo, a Federarroz também se preocupa com uma possível inadimplência dos produtores junto às concessionárias de energia elétrica. Segundo o presidente da entidade, Henrique Dornelles, a federação tem o relato de produtores que, em uma semana de uso de energia já gastaram o equivalente a metade de um mês se comparado ao mesmo período do ano passado. "É um impacto muito forte da bandeira vermelha para o próximo período", observa.
Dornelles afirma que a bandeira vermelha atinge um setor cujos preços são determinados pelo varejo, o que termina afetando uma atividade que teve todos os seus custos majorados. Lembra que desde o início do ano a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, foi alertada sobre esta situação, assim como o Ministério de Minas e Energia.
Conforme o dirigente, recentemente, foi aprovado, na Câmara dos Deputados e no Senado, projeto de lei que retira a incidência da bandeira vermelha da Aquicultura e do Rural Irrigantes de forma generalizada no Brasil, o que beneficia o arroz, que é 100% irrigado no Rio Grande do Sul. "O setor espera que a presidente Dilma entenda o problema e sancione a lei para que os produtores tenham um pouco mais de tranquilidade", enfatiza.

Promilk e produtores entram em acordo de pagamento

Depois de um longo processo de negociações, que incluiu diversos cancelamentos de assembleias de credores, foi aprovado, ontem, em Estrela, um acordo entre produtores de leite e a Promilk, laticínio em recuperação judicial.
A proposta de pagamento aos agricultores, aprovada por unanimidade, prevê a quitação do valor integral, em 12 anos, com dois de carência e juros anuais de 6%. Nos primeiros 10 anos, serão pagos 65% dos valores e nos últimos dois, os outros 35% da dívida. A primeira parcela será depositada na conta bancária dos produtores em 30 de maio de 2018.
Na avaliação da Fetraf-RS, a proposta está longe de ser ideal para os agricultores familiares, no entanto representa um avanço em relação à sugestão inicial da Laticínios, e foi o acordo possível e mais viável, depois de um extenso processo de negociação. "Não era o que reivindicávamos, porém, se compararmos que inicialmente a Promilk queria pagar somente a metade da dívida, consideramos uma evolução. Também não adiantaria aprovar uma proposta que a empresa não teria como honrar", pondera a coordenadora da Fetraf-RS, Cleonice Back.
Somente para os agricultores familiares com ação coletiva ajuizada pela Fetraf, em 2014, a Promilk deve cerca de R$ 900 mil. O total das dívidas com os 4.093 credores é de R$ 37 milhões.