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Empresas & Negócios

- Publicada em 11 de Dezembro de 2015 às 14:04

H2Orta investe em franquias para expandir

 Empresas & Negócios - Ricardo Antônio Rotta - H2Orta - divulgação GS1 Brasil

Empresas & Negócios - Ricardo Antônio Rotta - H2Orta - divulgação GS1 Brasil


GS1 BRASIL/DIVULGAÇÃO/JC
Luiz Eduardo Kochhann
Proprietário de uma assistência técnica de geladeiras, Ricardo Antônio Rotta fez uma mudança inusitada há 18 anos. Tomando conhecimento da obsolescência do programa da indústria de eletrodomésticos, previu o fim do ramo em que atuava e decidiu vender tudo. Criou a H20rta e foi produzir hortaliças em sistema de plantio em hidroponia. Hoje, com um contrato com a Cia. Zaffari de Supermercados, a empresa, localizada em Ivoti, fatura quase
Proprietário de uma assistência técnica de geladeiras, Ricardo Antônio Rotta fez uma mudança inusitada há 18 anos. Tomando conhecimento da obsolescência do programa da indústria de eletrodomésticos, previu o fim do ramo em que atuava e decidiu vender tudo. Criou a H20rta e foi produzir hortaliças em sistema de plantio em hidroponia. Hoje, com um contrato com a Cia. Zaffari de Supermercados, a empresa, localizada em Ivoti, fatura quase
R$ 6 milhões por ano e aposta no modelo de franquias para expandir o negócio. Para 2016, Rotta, um entusiasta da automação no setor primário, prepara a instalação de um dispositivo para aumentar em 32% a produtividade do sistema.
JC Empresas & Negócios - Como foi a decisão de trocar a assistência técnica de geladeiras pela produção de hortaliças? 
Ricardo Antônio Rotta - Uma visão estratégica me mostrava que a tendência era que o serviço de assistência técnica sumisse, o que acabou acontecendo de certa forma. Então, procurei buscar outras alternativas. Foi quando assisti a uma reportagem de um empresário de Sorocaba que tinha uma grande indústria de móveis e vendeu tudo para se dedicar à produção de hortaliças para o Mcdonald's. Fiquei dois dias com ele em São Paulo. Ao lado de 40 alqueires de alface, havia duas pequenas estufas com um projeto de hidroponia em estágio inicial. Fiquei encantado e comecei a fazer cursos na área. Aproximadamente um ano depois, vendi a assistência técnica e migrei para a produção de hortaliças.
Empresas & Negócios - Entrar em um ramo sem ter experiência na área exigiu estratégias?
Rotta - Fiz um plano de investimentos bem sedimentado em dados de mercado, mostrando que o negócio era imbatível. Ainda assim, por falta de experiência, tivemos algumas dificuldades. Quando iniciamos a produção, buscamos parcerias com grandes redes varejistas, mas esses estabelecimentos vendem por preço, e a nossa filosofia sempre foi calcada na qualidade do produto. Investíamos em insumos e em instalações de alto padrão, e tínhamos que vender competindo com produtores que não se importavam com qualidade, apenas com preço. A solução foi buscar outros mercados que tivessem a característica dos nossos produtos. Depois de aproximadamente cinco anos, conseguimos firmar um contrato com a Cia. Zaffari. Era necessário preencher alguns requisitos, que, embora criteriosos, se adaptavam à nossa filosofia. Foi quando as coisas decolaram.
Empresas & Negócios - A produção já era suficiente para atender à demanda da Cia. Zaffari?
Rotta - Na época, só tinha um produtor vendendo hidropônicos para o Zaffari. Cheguei em uma semana, apresentei o produto, e na semana seguinte passamos a fornecer. Foi um processo de desenvolvimento, pois não tínhamos volume para atender a toda a rede, e o hidropônico ainda era uma novidade para o consumidor. O mercado passou a perceber o diferencial do produto, e começamos a crescer paralelamente ao aumento da demanda. Hoje, nosso contrato com a Cia. Zaffari estabelece que só não podemos fornecer para grandes redes atacadistas, mas vendemos também para pequenos supermercados e bistrôs. Da produção de cerca de 4 mil unidades de hortaliças por dia, 80% vai para o Zaffari e 20%, para empresas menores.
Empresas & Negócios - Quais são as vantagens e por que a opção do modelo de hidroponia no mercado?
Rotta - A hidroponia nasceu com a sustentabilidade no seu DNA, pois vem de um processo acadêmico que utiliza apenas 20% da água que seria usada no processo convencional, e mantém o status quo do solo, ou seja, não o polui nem o modifica. Com isso, gastamos menos combustível fóssil para transporte, o que torna o sistema ainda mais sustentável. E, por conseguir produzir um volume muito maior por metro quadrado que em um ambiente convencional, essas estufas agrícolas podem se posicionar muito próximas dos centros consumidores. Sem falar que qualquer região está apta a produzir, independentemente do clima. A hidropônia, inclusive, é a técnica eleita para áreas secas, valendo-se de reservas de água.
Empresas & Negócios - O custo de produção é mais baixo do que no plantio convencional?
Rotta - Nesse sentido, estamos aplicando outras tecnologias para otimizar o uso da mão de obra, diminuindo o custo desse item na produção. Dessa forma, ao longo do tempo, o custo de produção está baixando. Se compararmos, o plantio no solo tem perdas muito grandes, e o impacto do custo da mão de obra é muito grande. No cultivo protegido, com as estufas, controlamos o ambiente e diminuímos incidências de insetos e doenças, além de a produtividade ser mais alta.
Empresas & Negócios - A aplicação de tecnologia e inovação na área é um dos atrativos? 
Rotta - Esse talvez tenha sido o fator que mais me motivou nesse negócio. Como trabalhava com a Brastemp, eu tinha contato com programas de qualidade. Quando vim para o campo e quis aplicar os programas de qualidade, dei um salto fabuloso em relação à concorrência, pois ninguém pensava nisso. Foi o que nos deu outra identidade no ramo e fez com que nos destacássemos de forma quase natural. Esse sistema permite agregar uma série de tecnologias à agricultura, como o fato de podermos aplicar automação no setor primário. A partir daí, busquei aperfeiçoar o sistema com tecnologias no exterior, para melhorar ainda mais os processos e atingir a excelência na produção hidropônica.
Empresas & Negócios - No momento de expandir, por que a escolha por franquias?
Rotta - Toda a produção que sai daqui de Ivoti para a Região Metropolitana de Porto Alegre ocupa um hectare de estufas. E, desde o início, temos um crescimento médio anual de 17%, chegando a picos de 30% em determinados anos. Quando percebemos que o mercado era muito grande, tínhamos a intenção de aumentar a produção aqui e estender o atendimento para outros municípios. Mas trabalhamos com um produto altamente perecível. O ideal é que se venda o alface em até três dias depois de colhido para que não perca suas características físicas. Como fazer isso com a logística caríssima e com a precariedade de nossas estradas? Não tem jeito a não ser instalar unidades de produção próximas aos centros de consumo. O modelo de franquias acabou sendo uma grande sacada, pois evitamos o desmembramento da nossa equipe e problemas na administração em filiais. Além disso, é uma forma de expandir, dar projeção à marca, beneficiando toda a rede e transferindo know-how, sem fazer grandes investimentos próprios. Hoje, trabalhamos com quatro unidades nos três estados do Sul. As operações no Paraná, por exemplo, são muito dinâmicas, a unidade de lá deve ficar maior do que a nossa, dada a receptividade que tivemos naquele mercado. Ou seja, percebemos que, transferindo a nossa tecnologia para outros mercados, teríamos sucesso garantido.
Empresas & Negócios - Quais são as perspectivas para 2016?
Rotta - Desenvolvemos um dispositivo baseado em modelos europeus para produzir hortaliças sem necessidade de corredores, o que nos dará um ganho de 32% de produção no mesmo espaço. A intenção é que o protótipo seja instalado em janeiro e que todas as novas unidades franqueadas contenham o novo sistema. Para os próximos anos, também conta a nosso favor o fato de as pessoas estarem mudando seus hábitos alimentares, focando em saúde. É com esse prisma que vemos o futuro: investimentos, aumento da produtividade, controle dos índices, melhora da qualidade, com foco na sustentabilidade e satisfação do consumidor. Face a esse novo conceito de produção, ainda esperamos engordar a rede com mais quatro unidades até 2017. A cidades de Joinville (SC), Londrina (PR), Uberlândia (MG), Campinas (SP) e Brasília (DF) têm nossa atenção especial. E como todo ano temos que nos estruturar para atender a um crescimento de demanda na ordem de 25%, estamos certos que, independentemente dos rumos da economia, o faturamento chegue a R$ 6 milhões em 2016.
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