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Internacional

- Publicada em 21 de Dezembro de 2015 às 16:22

Chanceler da Venezuela e Macri trocam acusações durante cúpula

Encontro em Assunção ocorre em meio a pressões sobre Caracas

Encontro em Assunção ocorre em meio a pressões sobre Caracas


JORGE ROMERO/AFP/JC
Representantes de Argentina e Venezuela bateram boca ontem, na cúpula do Mercosul, em Assunção, no Paraguai. Recém-empossado, o presidente argentino, Mauricio Macri, pediu pela liberação de políticos presos pelo governo de Nicolás Maduro, o que enfureceu a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, que devolveu a crítica de maneira contundente.
Representantes de Argentina e Venezuela bateram boca ontem, na cúpula do Mercosul, em Assunção, no Paraguai. Recém-empossado, o presidente argentino, Mauricio Macri, pediu pela liberação de políticos presos pelo governo de Nicolás Maduro, o que enfureceu a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, que devolveu a crítica de maneira contundente.
"Se vamos falar sobre direitos humanos, vamos falar com sinceridade", disse. "Vou permitir-me responder ao presidente Macri, já que falou da Venezuela. Não estou aqui como chanceler, mas como representante do povo da Venezuela. O senhor está fazendo ingerência sobre um assunto da Venezuela. O senhor está defendendo essa pessoa", disse ela, mostrando foto de Leopoldo López, político da oposição que foi preso em um processo polêmico.
A chanceler mostrou fotos de manifestações que, segundo ela, teriam sido feitas de maneira violenta pela oposição venezuelana contra o governo. "O senhor está defendendo esse tipo de manifestação, essa violência política", disse. "Bazucas foram usadas nas manifestações de 2014. Não sei se viram essas fotos. Não são do governo, são da agência AFP", disse ela, mostrando fotos.
"Na Venezuela, existem poderes públicos independentes que devem ser respeitados, assim como a autodeterminação soberana do povo", disse. A chanceler representa o país no encontro em razão de o presidente Nicolás Maduro ter cancelado sua participação na noite de domingo.
Delcy sugeriu ainda que Macri pedia a liberdade "de violentos", porque teria relação com ditadores militares. "Entendo que o presidente Macri queira pedir a liberdade para esses violentos. Entendo, porque sei que um de seus primeiros anúncios foi libertar responsáveis por tortura, desaparecimento e assassinato durante a ditadura na Argentina", disse a chanceler.
A venezuelana encerrou a questão chamando o presidente argentino para um discurso franco. "Se vamos falar de direitos humanos de forma franca, como diz Macri, temos que fazê-lo com sinceridade", disse.
Desde a campanha eleitoral, Macri tem defendido uma posição crítica com a Venezuela. Chegou a sugerir a suspensão do país do bloco, mas recuou posteriormente. A declaração do presidente, que levou à reação da venezuelana, foi dura para os padrões do linguajar diplomático usado em reuniões presidenciais.
"Nos Estados integrantes do Mercosul, não pode haver lugar para a perseguição política por razões ideológicas nem a privação ilegítima da liberdade por pensar diferente", disse o argentino. "Quero pedir expressamente diante de todos os queridos presidentes do Mercosul a pronta liberação dos presos políticos na Venezuela", disse.
O argentino sugeriu que a Venezuela, apesar das eleições, não é uma democracia plena. "Minha visão sobre a democracia vai muito além que ir às urnas a cada certa quantidade de tempo, a democracia é uma forma de vida e um pacto de convivência entre pessoas que pensam diferente."
 
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