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Operação Lava Jato

- Publicada em 30 de Novembro de 2015 às 18:25

'Fiquei muito perplexa', diz Dilma sobre Delcídio

Dilma Rousseff está participando da Conferência do Clima em Paris

Dilma Rousseff está participando da Conferência do Clima em Paris


JACQUES DEMARTHON/AFP/JC
A presidente Dilma Rousseff, falou ontem, pela primeira vez, sobre a prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado. Perguntada sobre a prisão, Dilma disse a jornalistas brasileiros: "Fiquei com dois sentimentos. Fiquei muito perplexa, extremamente perplexa. Não esperava que isso acontecesse, ninguém esperava". Dilma se encontra em Paris, participando de eventos da Conferência do Clima COP-21.
A presidente Dilma Rousseff, falou ontem, pela primeira vez, sobre a prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado. Perguntada sobre a prisão, Dilma disse a jornalistas brasileiros: "Fiquei com dois sentimentos. Fiquei muito perplexa, extremamente perplexa. Não esperava que isso acontecesse, ninguém esperava". Dilma se encontra em Paris, participando de eventos da Conferência do Clima COP-21.
A presidente afirmou que não tem qualquer temor em relação a uma possível delação do senador. "Fiquei bastante surpresa com a prisão do senador Delcídio. Não tenho nenhum temor com relação a delação."
Indagada se tinha alguma proximidade com o presidente do banco BTG Pactual, André Esteves, que também foi preso na semana passada, Dilma disse que conhece bem pouco o banqueiro.
"No que se refere ao preso que é CEO do BTG, eu conheci muito pouco. Não tive relações sistemáticas com ele, conheci bem pouco", afirmou Dilma, confirmando que o conheceu em fóruns, em Davos, na Suíça.
A presidente também foi perguntada se o BTG Pactual estava em projetos de infraestrutura do governo e disse desconhecer qualquer projeto com o banco. "Que eu saiba o banco não estava envolvido em projeto de infraestrutura. Não conheço."
Sobre o impacto das prisões, a presidente afirmou que ele existe, mas que não pode mensurar. Acho que sempre terá impacto a prisão de um senhor tão importante quanto o CEO de um banco tão importante quanto o BTG.
Dilma participou hoje da 21ª Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas (COP--21), em Le Bourget, na periferia de Paris.
Delcídio foi preso preventivamente na manhã da última quarta-feira no flat onde mora, em Brasília. O senador é acusado de ameaçar parentes do ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, e de ter oferecido a ele, através de seu advogado, ajuda para fugir do Brasil e não revelar nada sobre o esquema de corrupção da Petrobras relacionadas a ele e ao banqueiro André Esteve, do BTG Pactual, preso no mesmo dia. A prisão foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, que apontou o oferecimento de vantagem como, por exemplo, uma mesada de R$ 50 mil para a família de Cerveró e R$ 4 milhões a seu advogado, Edison Ribeiro.

Para Falcão, petista traiu a confiança do PT e do governo

"O senador Delcídio Amaral traiu a confiança do de seu partido e do governo Dilma Rousseff". A manifestação é do presidente do PT, Rui Falcão, ontem, sobre a prisão do petista na semana passada sob suspeita de atrapalhar as investigações da Lava Jato.
"Todos sabemos que há uma seletividade nas investigações da Lava Jato, como também são nítidas as manobras para criminalizar o PT como instituição. (...) Nada disso, contudo, exime o senador do delito de usar seu cargo em benefício próprio, com prejuízos para o PT, para o governo e para o próprio País, sobretudo ao cogitar o suborno e a fuga de um criminoso que estaria colaborando com a Justiça", afirmou Falcão em sua coluna semanal publicada no site do partido.
Delcídio foi preso depois que Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, entregou à Procuradoria-Geral da República (PGR) a gravação de uma conversa na qual o parlamentar diz ter influência política sobre ministros do STF para tentar libertar Cerveró e organiza um plano de fuga para levá-lo à Europa.
O petista já havia publicado uma nota dura contra o ex-líder do governo no Senado, quando o senador foi preso na operação que também levou à cadeia o banqueiro André Esteves. Na ocasião, Falcão foi criticado por correligionários e até pela oposição por abandonar o senador. Alguns dirigentes do PT chegaram a dizer que a nota era "desastrosa" por envolver a sigla na polêmica.
"É injusta a crítica de que não defendemos o Estado Democrático de Direito ao divulgar a nota que reprova as tratativas do senador já amplamente divulgadas. Há muito temos alertado para o surgimento de um embrião do estado de exceção dentro do Estado de Direito". Da mesma forma, temos denunciado o cerco ao PT, à Dilma e ao Lula por setores do aparelho de estado capturados pela direita", rebateu.
Na semana que vem, a reunião da Executiva Nacional do partido, que será realizada em Brasília vai debater a expulsão ou não de Delcídio do Amaral. Segundo integrantes da cúpula do partido, a tendência é pela desfiliação do parlamentar.