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Câmara dos Deputados

- Publicada em 23 de Novembro de 2015 às 19:43

Ministro nega articulação para salvar Eduardo Cunha

Planalto só está dialogando com o Congresso, ressalva Edinho Silva

Planalto só está dialogando com o Congresso, ressalva Edinho Silva


ELZA FIÚZA/ABR/JC
O ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, negou ontem que o Palácio do Planalto esteja articulando para proteger o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por interesse em manter longe da pauta uma abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Segundo Edinho, a bancada do PT tem “total autonomia” para exercer suas posições dentro do Congresso da forma que achar melhor. Na semana passada, os petistas que são membros do Conselho de Ética chegaram atrasados à sessão em que seria lido o relatório de abertura de processo contra Cunha.
O ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, negou ontem que o Palácio do Planalto esteja articulando para proteger o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por interesse em manter longe da pauta uma abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Segundo Edinho, a bancada do PT tem “total autonomia” para exercer suas posições dentro do Congresso da forma que achar melhor. Na semana passada, os petistas que são membros do Conselho de Ética chegaram atrasados à sessão em que seria lido o relatório de abertura de processo contra Cunha.
“Os assuntos internos do Legislativo não são assuntos do governo. O governo é formado pelo PT e outros partidos da coalizão. O PT tem total autonomia de construção das suas posições dentro do Legislativo. O diálogo do governo é para criar uma agenda de interesse do país e do povo brasileiro e essa agenda passa pela aprovação do ajuste e retomada do crescimento - disse Edinho após reunião de Dilma com seus principais ministros no Planalto.”
O ministro disse que o governo trabalha, junto ao Legislativo, para convencer deputados e senadores de que a aprovação da CPMF é ponto fundamental para que o país possa equilibrar as contas e partir para uma nova fase, de saída da crise.
“O governo está dialogando com o Congresso sobre a importância da aprovação da CPMF porque ela cria as bases do equilíbrio fiscal. É uma medida transitória para que a gente possa retomar o crescimento. Essa é a agenda que interessa o povo - ponderou.
Fiel ao seu estilo de se defender atacando, Cunha afirmou ontem que é “furado” acharem que ele vai cair antes de decidir sobre o pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o que promete fazer antes do recesso parlamentar, que começa em 22 de dezembro. O peemedebista disse ainda que “não existe qualquer hipótese” de se afastar do cargo.

Oposição não tem número suficiente para paralisar a casa, avalia presidente

Ao comentar os movimentos da oposição para paralisar as votações na Câmara, o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) minimizou o poder de mobilização de seus até recentemente aliados e afirmou que eles não têm capacidade de paralisar a Casa. “Todos eles, juntos, não têm número suficiente para paralisar a Casa”, afirmou o peemedebista na tarde de ontem.
Hoje, líderes da oposição e de partidos que se dizem independentes vão se reunir para discutir como se dará a obstrução para tentar forçar politicamente como se dará a saída de Cunha. PPS, PSB, P-Sol e Rede já anunciaram que vão obstruir todas as votações, assim como pretendem deixar de comparecer às próximas reuniões de líderes, momento em que a pauta de votações de semana é discutida.
O DEM, que semana passada se reuniu e não entrou em consenso sobre o distanciamento formal a Cunha, deve seguir o mesmo caminho dos independentes. No PSDB a tendência é adotar uma obstrução seletiva, votando algumas matérias que o partido considerar de interesse.
Para Cunha, embora a obstrução seja uma forma dos partidos de mostrarem insatisfação com o peemedebista e inviabilizarem a continuidade dele na Presidência, vai refletir apenas “a posição da Casa”. “Se eles querem ficar em obstrução o tempo inteiro e tiver maioria para obstruir, significa que a Casa não quer votar. Não vou me constranger com essa possibilidade.”
Cunha lembra que, ao ser eleito para o cargo, não contou com o apoio da oposição. O PSDB apoiou o desafeto do peemedebista Júlio Delgado (PSB-MG).
“Se a presidente da República tem um dígito de popularidade, não quer dizer que ela vai ter que deixar o poder por causa disso. Fui eleito. O momento da minha eleição acabou. Naquele momento tive maioria na Casa, sem PT, PSDB, P-Sol, PPS. Se eles estão questionando, pode questionar a vontade. Não vou tirar a legitimidade da minha eleição em função de qualquer questionamento, como você não pode tirar a legitimidade da eleição da presidente por questionamento, a não ser contestação de natureza legal. Não vou aceitar o questionamento da legitimidade. Vou continuar exercendo igualzinho estava até agora. Até o final do mandato.”

'Se tivesse visão do Brasil, ele renunciaria', diz FHC

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) defendeu ontem que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), renuncie ao cargo. “Se ele tivesse um pouco mais de visão de Brasil renunciaria ao cargo”, mas “não tendo, vai ter que ser renunciado”. FHC disse que Cunha “não tem mais condições morais nem políticas” continuar à frente da Câmara.
O ex-presidente participou de um seminário promovido pelo Instituto Teotônio Vilela, fundação do PSDB, sobre meio ambiente e sustentabilidade. O senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, também esteve no encontro e afirmou que o partido “já externou” sua posição no “Conselho de Ética e no plenário da Câmara”. Aécio voltou a defender o afastamento de Cunha.
Partido aliado do PSDB, o PPS já afirmou que vai ingressar com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo o afastamento de Cunha da Presidência da Câmara.
Os tucanos romperam com Cunha no início deste mês, por considerarem insatisfatórias as explicações do peemedebista cobre contas que ele manteve na Suíça, suspeitas de terem sido irrigadas com recursos desviados da Petrobras, conforme investigação do Ministério Público Federal.
Anteriormente, o PSDB vinha dando sustentação a Cunha por acreditar que o deputado levaria adiante o processo de impeachment da presidente da Dilma Rousseff (PT) - que vem dando sinais de arrefecimento.