Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Câmara Federal

- Publicada em 22 de Novembro de 2015 às 17:54

Governo blinda Cunha para evitar impeachment, diz Marina

Para Marina, já existem provas suficientes contra o parlamentar

Para Marina, já existem provas suficientes contra o parlamentar


JOSÉ CRUZ/ABR/JC
A ex-senadora Marina Silva afirmou neste domingo que o governo está blindando o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como forma de impedir o andamento de um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Ela disse acreditar que já há provas que trazem convicção sobre a culpa do deputado, mas ressaltou que ainda não vê fatos contra a presidente.
A ex-senadora Marina Silva afirmou neste domingo que o governo está blindando o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como forma de impedir o andamento de um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Ela disse acreditar que já há provas que trazem convicção sobre a culpa do deputado, mas ressaltou que ainda não vê fatos contra a presidente.
A Rede Sustentabilidade, partido de Marina, é coautora, junto com o P-Sol, de uma representação no Conselho de Ética da Câmara que pede a cassação de Cunha. No pedido feito no mês passado, os partidos argumentam que houve quebra de decoro, já que o deputado teria mentido em depoimento à CPI da Petrobras, em março, quando disse que não tinha contas no exterior.
“Uma parte da oposição blindava (Cunha) em nome do impeachment e o governo continua blindando em nome do não impeachment”, disse Marina, que foi candidata ao Palácio do Planalto, no ano passado. “Neste momento, as provas que foram juntadas contra o presidente da Câmara dos Deputados não são fabricadas. Acontecem dentro de um processo que leva os parlamentares a uma convicção, com base naquilo que foi trazido pelas apurações. É isso que deve ser feito com relação à presidente.”
Sobre a possibilidade de impeachment de Dilma, Marina afirmou que é preciso haver provas contra a presidente, assim como no caso de Cunha. “Não se muda presidente só porque a gente está discordando”, resumiu ela.
Em convenção da Rede Sustentabilidade, realizada em Brasília, a ex-senadora criticou a dificuldade do governo de responder à crise econômica e reafirmou avaliações que vem fazendo recentemente. Para Marina, o País vive uma divisão de propostas para solução da crise - aquelas feitas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, as do PT, as do PMDB e as do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). “Tem quatro planos para a crise e nenhum deles com capacidade de responder à crise”, insistiu.

Cúpula do PMDB se constrange em dar apoio

O vice-presidente Michel Temer e integrantes da cúpula do PMDB começam a demonstrar certo constrangimento em sair em defesa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O desconforto aumentou depois das manobras colocadas em prática pelo peemedebista na última quinta-feira, quando tentou impedir o avanço do processo de cassação contra ele no Conselho de Ética.
Um exemplo da falta de disposição da cúpula do PMDB de fazer manifestações a favor de Cunha aconteceu durante o congresso da sigla realizado esta semana em Brasília. Apesar de os principais nomes do partido terem chegado juntos ao evento, para demonstrar unidade, não houve nenhum ato de desagravo ao presidente da Câmara. Pelo contrário, ele chegou a ser vaiado e teve de ouvir o bordão “fora, Cunha” até dos próprios correligionários.
Mesmo em conversas reservadas, Temer tem evitado se posicionar de maneira mais explícita a favor de Cunha, de quem sempre foi próximo. Diz apenas que, como qualquer pessoa, ele tem amplo direito a defesa. O vice, porém, se recusa a discutir nomes para uma eventual substituição de Cunha no cargo. Afirma que não fala sobre "hipóteses" e que só fará isso no dia em que saída do aliado for um fato consumado.
Entre os peemedebistas, cresce o sentimento de que a situação do presidente da Câmara pode contaminar a imagem do partido. A avaliação é de que a rebelião de deputados em plenário desta semana mostrou que, apesar de ser um político habilidoso e possuir rede ampla de aliados, a posição de Cunha começa a ficar insustentável e pode piorar caso as investigações contra ele avancem no STF.
O desgaste da imagem do deputado perante a opinião pública também entra nesse cálculo. Os parlamentares dizem que a pressão de suas bases aumentou e entendem que o Conselho de Ética entrará de vez nos holofotes após Cunha e aliados terem manobrado para impedir, na última quinta-feira, a leitura do parecer a favor do seguimento do processo de cassação do peemedebista por quebra de decoro.
Para um deputado peemedebista, que falou sob anonimato, os protestos contra Cunha devem continuar. “Enfrentaram o todo-poderoso e viram que o mundo não acabou. Agora a tendência é que continuem.”

Líder do PPS vai pedir ao STF que afaste o deputado

O deputado Rubens Bueno (PR), líder do PPS, vai pedir nesta terça-feira que o Supremo Tribunal Federal (STF) afaste Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara dos Deputados. Antes de decidir ingressar com o mandado de segurança, Bueno chegou a consultar outros líderes de bancadas. Os parlamentares, no entanto, preferiram não apoiar o pedido antes de consultar suas bancadas.
No mandado de segurança, Rubens Bueno vai apontar situações que demonstram a interferência de Cunha no andamento do processo no Conselho. Mencionará, por exemplo, o fato de não ter disponibilizado à comissão uma sala para a realização da reunião.
Também haverá destaque para o fato de, na quinta-feira passada, Cunha ter se antecipado, contra o que costuma fazer às quintas-feiras, no início da ordem do dia ontem. Ele iniciou os trabalhos às 10h46min, com menos de 257 deputados no plenário, quórum necessário para haver votações.
Essa não é a primeira vez que um deputado recorre à Justiça para tentar afastar Cunha da Presidência da Câmara. Sílvio Costa (PSC-PE) entrou, no dia 22 de outubro, com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) nesse mesmo sentido. Ainda não obteve resposta.
Apesar de ser vice-líder do governo, o deputado fez questão de ressaltar que a ação teve motivação pessoal, sem orientações do Palácio do Planalto.
Semana passada, o PSDB, que vinha pregando de forma tímida o afastamento de Cunha do cargo, assumiu uma postura mais incisiva na questão. Líderes do partido chegaram a falar que não se curvarão às demandas do peemedebista.

Após confusão, manifestantes deixam gramado do Congresso

Os últimos grupos de manifestantes contra o governo da presidente Dilma Rousseff foram retirados na noite de sábado do gramado em frente ao Congresso Nacional, numa operação conjunta das polícias Militar e Legislativa do Distrito Federal (DF).
As primeiras remoções ocorreram com relativa tranquilidade, mas, no início da noite, durante a saída do grupo que defende uma intervenção militar no país, houve discussão e confronto entre os que pregam a volta dos militares e pessoas que se reuniram no local para protestar aos gritos de “não vai ter golpe” e “ditadura nunca mais”.
Os primeiros a serem expulsos do local, por volta das 18h40min, foram os militantes do Movimento Brasil Livre (MBL), que pede o impeachment de Dilma e, mais recentemente, o afastamento dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Sentados dentro de suas barracas, os jovens resistiram pacificamente à remoção, entoando o hino nacional e gritos contra os políticos. A Polícia Legislativa, responsável pela segurança da área mais próxima ao Congresso, puxou as barracas e ergueu os manifestantes, que reclamaram, mas não resistiram.
A segunda operação ocorreu minutos depois, por volta das 19h10min, sob o comando da Polícia Militar do DF. Numa área mais afastada, mas ainda no gramado do Congresso, havia cerca de 40 pessoas que defendiam a intervenção militar.