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Lava Jato

- Publicada em 12 de Novembro de 2015 às 18:56

Lobista diz que operador fez 'repasses' a Renan

O lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, afirmou à Polícia Federal que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), recebeu "repasses" por meio do também lobista Jorge Luz. Durante acareação com o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, o operador do PMDB afirmou que os valores destinados a Renan Calheiros tiveram origem em contratos da Diretoria Internacional da Petrobras.
O lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, afirmou à Polícia Federal que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), recebeu "repasses" por meio do também lobista Jorge Luz. Durante acareação com o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, o operador do PMDB afirmou que os valores destinados a Renan Calheiros tiveram origem em contratos da Diretoria Internacional da Petrobras.
A acareação, divulgada agora, foi realizada na quinta-feira passada e durou cerca de 10 horas. Fernando Baiano citou também o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Assevera que realizou apenas alguns repasses pontuais envolvendo o PMDB, dentre eles o relacionado a Eduardo Cunha e a Renan Calheiros (quanto a este, sempre por meio de Jorge Luz), conforme consta de seus termos de oitiva."
No termo de acareação, o operador de propinas não informou quanto teria sido pago ou como o repasse teria sido feito.
Fernando Baiano foi preso na Operação Lava Jato em 2014. A Justiça Federal, no Paraná, o condenou a 16 anos, um mês e 10 dias de reclusão, por corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a sentença, o operador teria intermediado propina de US$ 15 milhões sobre contratos de navios-sonda. Os valores teriam sido repassados à diretoria da Área Internacional da Petrobras, ocupada na época por Nestor Cerveró.
Em outro trecho, Baiano sustentou: "Reitera que jamais realizou repasses ao PMDB oriundos da Diretoria de Abastecimento, mas sim relacionados a contratos da área internacional; que, afirma que todos os repasses ao PMDB foram feitos por meio de Jorge Luz, observando que quanto a Renan Calheiros, jamais teve contato pessoal com o mesmo".
Fernando Baiano deixará a cadeia no próximo dia 18. Em setembro deste ano, ele fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República.

PGR pede abertura de um novo inquérito sobre Collor

A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um novo inquérito sobre o senador Fernando Collor (PTB-AL), também no âmbito da Lava Jato. O novo pedido, que foi encaminhado ao ministro Teori Zavascki, é sigiloso e não há maiores detalhes.
Collor já foi denunciado pela PGR por corrupção e lavagem de dinheiro. Até agora, as investigações indicam que o senador recebeu R$ 26 milhões em propina entre 2010 e 2014 por um contrato de troca de bandeira de postos de combustível assinado pela BR Distribuidora e por outros contratos da estatal com a UTC Engenharia, outro alvo da Lava Jato. O dono da empresa, Ricardo Pessoa, é apontado como chefe do cartel beneficiário de contratos com a Petrobras.
As primeiras denúncias contra Collor detalham o esquema de lavagem de dinheiro usado pelo senador, com a compra de carros de luxo, além de delações que apontam entrega de dinheiro em mãos ao político.
Subordinado do doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato, Rafael Ângulo relatou ter dado pessoalmente R$ 60 mil a Collor em um apartamento do parlamentar. A Polícia Federal também obteve a confirmação de oito comprovantes de depósito em nome do senador, mencionados em delação por Youssef. O doleiro disse ter feito "vários depósitos" a Collor, no valor de R$ 50 mil.
O senador também foi citado no depoimento do lobista Fernando Baiano, apontado como operador de propinas do PMDB pela Operação Lava Jato, que afirmou que, em 2012, o então diretor financeiro da BR Distribuidora Nestor Cerveró comentou sobre uma suposta pressão feita por Collor na subsidiária da estatal petrolífera.