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Política

- Publicada em 08 de Novembro de 2015 às 18:42

Explicação de Cunha sobre contas repercute mal

As explicações dadas pelo presidente da Câmara sobre a propriedade de contas e ativos no exterior não convenceram o presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), e deixaram preocupados até mesmo aliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo Araújo, Cunha deu a versão dele sobre o fato, mas é preciso ver as outras versões, ouvir Receita Federal e Banco Central. Para o presidente do Conselho, as entrevistas de Cunha fortalecem a necessidade de apurar os fatos.
As explicações dadas pelo presidente da Câmara sobre a propriedade de contas e ativos no exterior não convenceram o presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), e deixaram preocupados até mesmo aliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo Araújo, Cunha deu a versão dele sobre o fato, mas é preciso ver as outras versões, ouvir Receita Federal e Banco Central. Para o presidente do Conselho, as entrevistas de Cunha fortalecem a necessidade de apurar os fatos.
Cunha negou ser dono de contas, mas admitiu que deixou de declarar às autoridades brasileiros que é beneficiário de recursos no exterior. Alega que não declarou, porque os ativos estão registrados em nomes de trustes que ele mesmo contratou. "Diga-me uma coisa: a conta está nas mãos do truste, que está administrando, mas de quem é o dinheiro? Ele está dando a versão dele, agora temos que ver as várias versões, o que diz o Banco Central, a Receita, ele tinha que ter declarado?", indagou Araújo.
Aliados de Cunha, que dão sustentação a ele até agora, avaliam que a decisão de antecipar a defesa fragilizou a situação do peemedebista e dificultou sua permanência na presidência da Câmara. "É a confissão de ato que fere o decoro parlamentar. A estratégia de antecipar a defesa foi considerada um desastre", resumiu um aliado de Cunha.
O relator do caso, deputado Fausto Pinato (PRB-SP), afirmou que não pode se manifestar sobre o processo sob risco de qualquer parlamentar levantar suspeição sobre sua atuação, acusando-o de prejulgamento, que poderia levar a um novo sorteio da relatoria.Pinato admitiu que, depois da fase preliminar, se o processo tiver andamento, poderá requisitar cópias das entrevistas que Cunha concedeu à imprensa.
As entrevistas podem servir como contraponto com as provas dos autos. Na entrevista à Globo, Cunha admitiu que, antes de constituir os trustes para administrar seus ativos no exterior, entregou os recursos para terceiros que não quis identificar. Essa operação também não foi declarada à Receita ou ao Banco Central.
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que também integra o Conselho de Ética, criticou os argumentos apresentados por Cunha nas entrevistas à imprensa: "A sua justificativa para as contas lá fora são um deboche à inteligência média do povo brasileiro".
O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), entende que Cunha apresentou argumentos pouco consistentes. "Ademais, não basta ele fazer alegações em sua defesa. Ele deverá provar o que diz no conselho. Não será missão fácil", afirmou o tucano.
Cunha disse que não comenta avaliações de bastidores e que, no Conselho de Ética, irá limitar sua defesa ao que está dito na representação do P-Sol e da Rede: "Lá, não discutirei os termos de defesa gerais que apresentei. E sobre o ponto da representação, quando for apresentada (a defesa) formalmente, virá com argumentos e provas contundentes de que o que falei na CPI é verdade".
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