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Governo Federal

- Publicada em 02 de Novembro de 2015 às 19:38

Dilma distribui segundo escalão a leigos

Presidente Dilma Rousseff adota plano de nomeações sem critérios

Presidente Dilma Rousseff adota plano de nomeações sem critérios


EVARISTO SA/AFP/JC
Um turismólogo vai comandar a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) na Bahia. Um corretor de imóveis irá gerir a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) na Paraíba. Um engenheiro sem experiência no setor portuário assumiu a Companhia Docas no Rio Grande do Norte.
Um turismólogo vai comandar a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) na Bahia. Um corretor de imóveis irá gerir a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) na Paraíba. Um engenheiro sem experiência no setor portuário assumiu a Companhia Docas no Rio Grande do Norte.
Sem especialização, apadrinhados de congressistas estão sendo abrigados em cargos estratégicos do governo. O sentido é o mesmo da recente reforma ministerial, que ampliou o espaço do PMDB na esplanada: pacificar a base da presidente Dilma
Rousseff (PT), concluir o ajuste fiscal e afastar o risco de impeachment.
Alguns casos motivaram protestos. Como o do novo superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na Bahia, Fernando Ornelas, que por indicação do deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), substitui Carlos Amorim, com mais de 30 anos de experiência.
O Instituto dos Arquitetos do Brasil repudiou a nomeação de um gestor "sem qualquer experiência ou qualificação na área de preservação do patrimônio cultural", indicado "exclusivamente por questões político-partidárias".
Na Paraíba, o corretor de imóveis Paulo Barreto virou superintendente da CBTU por indicação do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP). Barreto foi gestor da autarquia do governo da Paraíba que fiscaliza jogos de azar e assessor no Ministério das Cidades.
A diretoria da Funasa na Bahia será chefiada pelo ex-presidente da Embratur Vicente Neto, turismólogo por formação, sem experiência na saúde. Atende a um pleito do PCdoB, numa indicação da deputada Alice Portugal (BA).
A distribuição de cargos também envolveu parentes. No Rio Grande do Norte, o novo diretor financeiro da Companhia Docas é Emiliano Rosado, indicado pelo primo deputado, Beto Rosado (PP-RN). Engenheiro civil, Emiliano trabalhou em empreiteiras, mas não possui experiência no setor portuário.
A onda de nomeações também alcança cargos que foram palco da chamada faxina feita por Dilma em seu primeiro mandato, quando demitiu vários por suspeita de corrupção. Nesses casos, foram contemplados PTB, PP, PR, PSD e PRB, siglas que, em outubro, ajudaram a esvaziar a sessão do Congresso de análise de vetos presidenciais, impondo derrota ao governo.
Para a diretoria de administração e finanças do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), por exemplo, a presidente nomeou Fernando Fortes Melro Filho, indicação da bancada do PR de Alagoas na Câmara.
Responsável pela malha viária, o Dnit passou por uma devassa em 2011, que derrubou vários servidores, como o diretor-geral, Luiz Pagot (indicado pelo PR), e teve como desfecho a saída do ministro dos Transportes Alfredo Nascimento. Na diretoria da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o governo acomodou Igo Nascimento, do PSD-TO. Em 2011, Dilma ordenou uma faxina na empresa, vinculada à Agricultura, após denúncia de que Oscar Jucá Neto, então diretor da Conab, teria liberado pagamento irregular de R$ 8 milhões a uma empresa.

Bumlai não teve crédito suavizado, afirma Bndes

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) negou, por meio das redes sociais, que tenha suavizado exigências para privilegiar a empresa São Fernando, do empresário José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Uma nota do Bndes foi publicada em resposta à reportagem da Folha de S. Paulo, na edição de domingo, intitulada "Bndes suavizou exigências para socorrer amigo de Lula", segundo a qual o banco de fomento teria concedido crédito no montante de R$ 101,5 milhões em 2012.
De acordo com o Bndes, seus procedimentos são técnicos e impessoais e, "neste caso específico, diferentemente do que insinua o texto do jornal, não houve violação de norma do banco para favorecer a empresa". A operação da São Fernando Energia era um financiamento indireto, explica a nota do Bndes.
"Desta forma, a análise da operação e o risco de crédito foram assumidos pelos agentes financeiros, tanto públicos, quanto privados", afirma o banco de fomento, acrescentando que, no caso da São Fernando, o Bndes está perseguindo com o rigor usual a recuperação dos recursos emprestados.