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Opinião

- Publicada em 25 de Novembro de 2015 às 17:16

Operação Lava Jato, ou quando a corrupção perde

Muitas pessoas ficam irritadas com a superposição de notícias sobre atos de corrupção que vêm sendo descobertos, graças ao trabalho conjunto do Ministério Público Federal (MPF), da Polícia Federal e da Receita Federal, com o apoio logístico de outros órgãos.
Muitas pessoas ficam irritadas com a superposição de notícias sobre atos de corrupção que vêm sendo descobertos, graças ao trabalho conjunto do Ministério Público Federal (MPF), da Polícia Federal e da Receita Federal, com o apoio logístico de outros órgãos.
No caso da Operação Lava Jato, aquilo que se desconfiava mas jamais foi provado acabou acontecendo. Sob a coordenação do juiz federal Sérgio Moro, revelaram-se provas, ainda pendentes de exame definitivo pelo Judiciário, da existência de um grande esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
As consequências são assustadoras. O nome advém do fato de a operação que está em sua 21ª etapa, com novas prisões de políticos, banqueiro, além dos empresários e parlamentes encarcerados anteriormente ter começado em um posto de gasolina no Paraná, em março de 2014. Agora, o líder do governo, senador Delcidio Amaral (PT-MS), foi preso, por estar atrapalhando as investigações.
O procurador da República Deltan Dallagnol, do Ministério Público Federal do Paraná, que atua nas investigações da Operação Lava Jato, voltou a afirmar que a corrupção no Brasil é sistêmica, não é ônus de um partido ou de um governo.
Dallaganol aproveitou para defender a proposição de projeto de lei popular para implementar 10 medidas contra crimes de colarinho branco, uma campanha encampada pelas procuradorias. O representante do MPF também aproveitou para criticar o desmembramento das investigações da Lava Jato.
A Petrobras sofreu danos econômicos severos, ilustrados pelo pagamento de propinas a antigos dirigentes e pelo superfaturamento bilionário de obras.
A própria economia brasileira, carente de investimentos, sofre consequências, com várias empresas fornecedoras da Petrobras envolvidas no esquema e suas atividades paralisadas.
Mais preocupante ainda é que as fraudes tenham servido ao financiamento de agentes e partidos políticos, colocando sob suspeição o funcionamento do regime democrático.
Embora se acredite que, com o apoio das instituições democráticas e da população em geral, tais problemas restem, ao final, superados, com o fortalecimento da democracia e da economia brasileiras, a grande questão a ser colocada é como se chegou a esse ponto de deterioração, no qual a descoberta e a repressão de crimes de corrupção geraram tantos efeitos colaterais negativos?
Uma das respostas é que o sistema de Justiça Criminal não tem sido suficientemente eficiente contra crimes desta natureza. Como resultado, os problemas tendem a crescer, tornando a sua resolução, pelo acúmulo, cada vez mais custosa.
A ineficiência é ilustrada pela perpetuação na vida pública de agentes que se sucedem nos mais diversos escândalos criminais. Não deveria ser tão difícil condená-los ao ostracismo.
Com o devido respeito aos direitos fundamentais dos investigados e acusados, mas é necessário um choque para que os bons exemplos de eficiência não fiquem dependentes de voluntariedade e circunstâncias. Não adianta ter boas leis penais se a sua aplicação é deficiente, morosa e errática.
A Lava Jato pode e deve ser o marco para um novo ciclo no qual a ética não seja relativizada no Brasil. Pelo contrário, seus postulados passem a nortear a vida nacional, tanto a particular como, e principalmente, a pública.
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