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Opinião

- Publicada em 06 de Novembro de 2015 às 17:10

Brasil e a TPP. O que temos com isso?

Heitor Klein
O recentemente anunciado Acordo Estratégico Transpacífico de Associação Econômica (TPP - sigla em inglês) ressuscita um problema grave brasileiro dos últimos anos: a paralisia na realização de acordos comerciais relevantes. A TPP, que une Estados Unidos, Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Vietnã, países que respondem por 40% do PIB mundial e possuem mais de 800 milhões de habitantes, terá reflexos importantes no comércio exterior brasileiro.
O recentemente anunciado Acordo Estratégico Transpacífico de Associação Econômica (TPP - sigla em inglês) ressuscita um problema grave brasileiro dos últimos anos: a paralisia na realização de acordos comerciais relevantes. A TPP, que une Estados Unidos, Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Vietnã, países que respondem por 40% do PIB mundial e possuem mais de 800 milhões de habitantes, terá reflexos importantes no comércio exterior brasileiro.
A Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas já aponta para uma queda de 2,7% no total das exportações. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) alerta que o acordo terá impactos significativos em 35% dos embarques nacionais de manufaturados. Para os calçadistas, o cálculo é semelhante. Em 2014, exportamos para os países signatários da TPP
US$ 316,57 milhões, 30% de tudo o que foi gerado com os embarques naquele ano. Não é pouco. O impacto deve ser ainda maior nos EUA, país que historicamente é o principal destino dos embarques nacionais de calçados. Sem tarifas de importação e com queda de boa parte das barreiras não tarifárias entre os países acordados, Estados Unidos e Canadá devem ser "invadidos" por calçados do Vietnã e Malásia. O espaço brasileiro no varejo norte-americano, já reduzido drasticamente nos anos recentes por conta das importações chinesas, deve encolher ainda mais com a TPP. O México, outro importante mercado para o calçado verde-amarelo, também deve passar a importar mais dos asiáticos signatários do acordo.
O acordo comercial, encarado como uma reação ao crescimento da China, assusta especialmente pelo fato de estarmos de fora. Ficamos presos ao Mercosul, um acordo comercial combalido e que nos mantém prisioneiros, pois para celebrar qualquer outro acordo em âmbito internacional precisamos da anuência do bloco. Bloco que tem a Argentina, país que, além de impor barreiras comerciais ao Brasil nos anos recentes - quem não recorda das famigeradas DJAIs? -, tem emperrado as negociações de uma parceria de livre comércio com a União Europeia.
Presidente executivo da Abicalçados
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