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Geral

- Publicada em 12 de Novembro de 2015 às 22:45

Projeto visa benefício a operados bariátricos

Bianca Tessele compara compulsão alimentar ao alcoolismo

Bianca Tessele compara compulsão alimentar ao alcoolismo


ANTONIO PAZ/JC
Jessica Gustafson
Os bares e restaurantes de Porto Alegre são obrigados, desde o final do ano passado, a conceder descontos ou a oferecer prato especial de porção reduzida às pessoas que tenham realizado cirurgia bariátrica ou outra gastroplastia para redução do estômago. Um projeto de lei, de autoria da deputada Any Ortiz (PPS), pretende ampliar a medida para todo o Estado. Somente em 2014, cerca de oito mil pessoas passaram pelos procedimentos no Rio Grande do Sul, sendo que Porto Alegre é a segunda capital com maior número de obesos no País, ficando atrás apenas de Macapá, no Amapá.
Os bares e restaurantes de Porto Alegre são obrigados, desde o final do ano passado, a conceder descontos ou a oferecer prato especial de porção reduzida às pessoas que tenham realizado cirurgia bariátrica ou outra gastroplastia para redução do estômago. Um projeto de lei, de autoria da deputada Any Ortiz (PPS), pretende ampliar a medida para todo o Estado. Somente em 2014, cerca de oito mil pessoas passaram pelos procedimentos no Rio Grande do Sul, sendo que Porto Alegre é a segunda capital com maior número de obesos no País, ficando atrás apenas de Macapá, no Amapá.
No Brasil, foram 90 mil cirurgias no ano passado. Segundo o Ministério da Saúde, em 2015, o índice de brasileiros acima do peso é de 52,5% da população (acima de 18 anos), tendo, entre eles, 17,9% de pessoas obesas. Se aprovado, o Rio Grande do Sul será o primeiro estado a conceder esse tipo de benefício. De acordo com a deputada, além da preocupação em contribuir com os operados bariátricos, o projeto pode ser pensado pelo viés do combate ao desperdício de alimentos, pois, se não houver o recurso do prato de porção reduzida, todo o alimento que for suplementar ao indicado se transformará em desperdício.
"Entendemos que os transtornos alimentares precisam ser tratados com seriedade. Após a cirurgia, a pessoa precisa do apoio de diversos profissionais. Conversei com vários operados, e eles me disseram que é muito difícil quando pedem um prato e sabem que precisam comer só um pouco do que está servido. Eles querem ter a opção de uma porção menor, com preço justo e proporcional, até para evitar desperdícios", explica Any. A intenção é que a fiscalização fique por conta do Procon, que deve aplicar multa pelo descumprimento da legislação.
Na Capital, a lei prevê desconto aplicado sobre o preço de refeições servidas à la carte, em porção ou rodízio (não se aplicando à comida por peso, meias porções, lanches e bebidas) ou devem ser oferecidas porções reduzidas. O descumprimento implica multa de 40 Unidades Financeiras Municipais (UFMs), cerca de R$ 132,00.
A presidente da Associação Brasileira de Apoio aos Operados Bariátricos, Bianca Tessele, diz que a ampliação da lei para o Estado é importante, pois muitos municípios já estão criando legislação neste sentido, e o projeto abrangeria a todos. "Eu comparo a compulsão alimentar ao alcoolismo. Levar um alcoólatra para o open bar é semelhante a levar uma pessoa com compulsão ao bufê livre ou dizer para ela comer só uma parte da comida do prato. Com a lei, o operado reflete mais sobre a alimentação e limita a compulsão", considera Bianca.
Ela ressalta que o desconto ou a opção de prato reduzido estimulam também que essas pessoas frequentem os bares e restaurantes, pois muitas acabam optando por ficar em casa devido à falta de opção. "Após a cirurgia, a alimentação é bastante controlada. Passamos mal se ingerimos muito e, normalmente, a opção baby, que nos oferecem, é gordurosa. Além disso, sabemos que 70% dos operados voltam a engordar e adquirem em cinco anos o peso anterior ao procedimento. Os estímulos para que isso não aconteça são muito importantes", relata.
Bianca diz que muitos estabelecimentos em Porto Alegre estão cumprindo a lei. Contudo, alguns ainda desconhecem a norma. Sempre que a lei não é aplicada, ela conversa com a gerência e explica a situação. Caso seja negado o benefício, é feita uma denúncia ao Procon. "Estamos articulando uma campanha para informar melhor os restaurantes e bares da Capital", ressalta.
Para comprovar a cirurgia, deve ser apresentada a carteira social expedida pela Associação Brasileira de Apoio aos Operados Bariátricos (Abaob) ou pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), com base em laudo ou declaração de médico responsável, inscrito no Conselho Regional de Medicina, acompanhado de documento com foto.
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