O Exército brasileiro enviou ontem dois helicópteros para ajudar nas buscas e nos resgates de desaparecidos na tragédia na cidade de Mariana, em Minas Gerais, na quinta-feira, quando duas barragens da mineradora Samarco se romperam. Pelo menos 28 pessoas estão desaparecidas, entre funcionários da mineradora e moradores da cidade. Entre os procurados há cinco crianças, entre eles um bebê de três meses, segundo a prefeitura do município. Um óbito já foi confirmado. Dois outros corpos foram encontrados nas proximidades do acidente, mas ainda não foi confirmado se são realmente vítimas da tragédia.
O trabalho de buscas seguiu ontem com sete helicópteros e 13 equipes especializadas em salvamento, que atuam por terra. O foco das buscas, em solo, ainda é o distrito de Bento Rodrigues, o mais atingido, onde 500 famílias estão desalojadas. Na manhã de sábado, o governador de Minas, Fernando Pimentel, sobrevoou toda a região para ter dimensão da tragédia. Em entrevista, afirmou que a prioridade é o trabalho de resgate, mas reconheceu ser muito difícil encontrar sobreviventes, especialmente os 13 funcionários da Samarco.
Pimentel afirmou que as causas do rompimento das barragens ainda é desconhecida e que fez falta o funcionamento de um alarme sonoro para avisar os moradores do risco que corriam, apesar de deixar claro que o equipamento não é exigido pela lei. "Essa é, certamente, uma medida que pode ser estudada para ser adotada no futuro", ressaltou.
A Defesa Civil de Minas informou que monitora a água do rio Doce em 21 municípios do Estado. A medida é necessária, porque o rio, que é usado para abastecimento das populações locais, foi atingido pela lama. Por medida de segurança, a captação está temporariamente suspensa.