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Conjuntura

- Publicada em 23 de Novembro de 2015 às 22:09

Levy critica demora na votação do orçamento

Joaquim Levy defendeu que País precisa de acertos institucionais

Joaquim Levy defendeu que País precisa de acertos institucionais


JOSE LUCENA/FUTURA PRESS/AE/JC
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse ontem que postergar a votação do orçamento no Congresso torna mais difícil atingir a meta de obter um superávit de 0,7% do Produto Interno Bruto em 2016. Levy participou do seminário Reavaliação do Risco Brasil, promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse ontem que postergar a votação do orçamento no Congresso torna mais difícil atingir a meta de obter um superávit de 0,7% do Produto Interno Bruto em 2016. Levy participou do seminário Reavaliação do Risco Brasil, promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
"Como não foi votado em outubro e vai ser votado sabe-se lá quando, há perdas de meses de arrecadação. Isso talvez signifique que vai ter que aumentar o imposto mais do que o desejado? Talvez. Ou vai ter que cortar os gastos mais do que o planejado? Talvez. Porque, na verdade, você vai postergando as coisas e, é óbvio, que 0,7% ao longo do ano inteiro é uma coisa, e 0,7% ao longo de oito ou nove meses é muito mais difícil. É puramente aritmético, e as pessoas têm que se dar conta disso".
Levy defendeu que o País precisa de acertos institucionais que permitam que a economia funcione "com menos atrito e mais previsibilidade". Em seu discurso no evento, o ministro destacou que o Brasil precisa de novas formas de financiamento, por ter "crescido demais" para os mecanismos existentes atualmente, alguns deles criados décadas atrás, como a caderneta de poupança e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
"Pensamos no longo prazo para criar um novo marco de financiamento da economia: nossa economia está pedindo novas formas de financiamento", disse ele. "O desafio atual é ter uma solidez fiscal que permita que a gente possa começar a ter um mercado mais de longo prazo, que é o que vai permitir financiar mais a economia brasileira."
O ministro resumiu as medidas que precisam ser tomadas para melhorar o cenário do País: "Temos inúmeros vetores de crescimento, tanto agora para 2016 quanto para os próximos anos. A gente só precisa ter um pouco de ambição e ir no que realmente é fundamental para alcançar isso: fazer certos acertos institucionais que permitam à economia funcionar com menos atrito e mais previsibilidade".
Entre os setores que podem contribuir para o crescimento no curto prazo, o ministro destacou que o turismo pode se beneficiar do câmbio desvalorizado e das Olimpíadas de 2016, e a indústria pode se organizar para a substituição de importações. "São os dois mais óbvios", disse ele, que mencionou também o agronegócio e a aviação.

Presidente da Standard & Poor's diz que Brasil não reagiu desde o rebaixamento do rating

A presidente para o Brasil e América Latina da agência de classificação de risco Standard & Poor's, Regina Nunes, afirmou ontem, durante o seminário organizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), que os indicadores negativos da economia brasileira ainda não se estabilizaram desde que a instituição rebaixou a nota do País, em setembro.
A executiva enfatizou que não há prazo para a agência fazer uma nova avaliação do rating soberano - os analistas da instituição, disse ela, fazem o acompanhamento diário da situação econômica -, mas reiterou que a economia não dá sinais de reação. "Não é só que os indicadores estão se deteriorando. Eles também não mostram sinalização de melhora para o futuro", disse ela. Segundo a executiva, não existe dentro da instituição, contudo, a expectativa é de que o cenário irá mudar no curto prazo. "A perspectiva negativa continua."
A agência retirou o selo de bom pagador do País em 9 de setembro, alegando "falta de habilidade" e de "vontade" do governo para colocar as contas públicas em ordem. A nota passou de "BBB-" para "BB ", uma abaixo do considerado grau de investimento, que é quando há pouca ou nenhuma chance de o país não honrar com seus compromissos.
A nota do País está agora no que analistas chamam de grau especulativo, quando há riscos de calote. A agência manteve uma perspectiva negativa para a nota de crédito, dando sinal de que, caso a economia não reaja, o rating pode cair ainda mais.
Os indicadores aos quais Regina se referiu são a meta para o superávit primário, o tamanho da dívida pública brasileira, a inflação em alta, o desemprego crescente, entre outros índices macroeconômicos. Ela demonstrou preocupação com a dívida do País e também com a dificuldade de o governo promover reformas estruturantes, como a reforma tributária.