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Economia

- Publicada em 22 de Novembro de 2015 às 22:25

Mulheres são motivadas por mudar a vida das pessoas

Elizabeth defende maior presença feminina

Elizabeth defende maior presença feminina


ANITA BORG INSTITUTE/DIVULGAÇÃO/JC
Patricia Knebel
É preciso criar um mundo onde as contribuições e os ideais das mulheres sejam tão valorizados quanto os dos homens. A afirmação é do fundador e presidente executivo do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab. Na semana passada, a instituição divulgou o Relatório de Desigualdade Global de Gênero 2015, que analisou a realidade de 145 países. Uma das conclusões foi a de que, apesar de mais de um quarto de bilhão de mulheres terem ingressado na força de trabalho global desde 2006, vai demorar pelo menos 118 anos para que ocorra uma equiparação salarial entre os sexos. Nas áreas relacionadas à tecnologia, uma das lutas adicionais tem sido atrair um número maior de profissionais femininas. Nesta entrevista para o Jornal do Comércio, a vice-presidente sênior de Marketing, Alliances & Programs do Anita Borg Institute, Elizabeth Ames, revela que as organizações que incluem ativamente as mulheres se beneficiam de uma maior inovação e melhores resultados. E este tem sido um dos motes do trabalho realizado pela instituição, criada em Palo Alto, no coração do Vale do Silício (EUA). O Anita Borg Institute trabalha em mais de 50 países, em parceria com as principais universidades e empresas da Fortune 500 para estimular a inserção das representantes do sexo feminino no setor de tecnologia.
É preciso criar um mundo onde as contribuições e os ideais das mulheres sejam tão valorizados quanto os dos homens. A afirmação é do fundador e presidente executivo do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab. Na semana passada, a instituição divulgou o Relatório de Desigualdade Global de Gênero 2015, que analisou a realidade de 145 países. Uma das conclusões foi a de que, apesar de mais de um quarto de bilhão de mulheres terem ingressado na força de trabalho global desde 2006, vai demorar pelo menos 118 anos para que ocorra uma equiparação salarial entre os sexos. Nas áreas relacionadas à tecnologia, uma das lutas adicionais tem sido atrair um número maior de profissionais femininas. Nesta entrevista para o Jornal do Comércio, a vice-presidente sênior de Marketing, Alliances & Programs do Anita Borg Institute, Elizabeth Ames, revela que as organizações que incluem ativamente as mulheres se beneficiam de uma maior inovação e melhores resultados. E este tem sido um dos motes do trabalho realizado pela instituição, criada em Palo Alto, no coração do Vale do Silício (EUA). O Anita Borg Institute trabalha em mais de 50 países, em parceria com as principais universidades e empresas da Fortune 500 para estimular a inserção das representantes do sexo feminino no setor de tecnologia.
Jornal do Comércio – Quais são os desafios para a inclusão das mulheres no mercado de tecnologia?
Elizabeth Ames – Um deles é o isolamento. As mulheres em funções técnicas geralmente são uma ou duas em uma sala cheia de homens. Isso pode fazer com que elas se sintam desconfortáveis e, consequentemente, decidam sair e migrar para indústrias onde se sentem mais incluídas. A outra questão é que muitas mulheres que demonstram habilidades de liderança são consideradas menos simpáticas. Isso torna mais difícil para elas avançarem, pois sentem que, se demonstrarem as habilidades necessárias para isso, serão vistas como agressivas ou insistentes. E ainda tem a questão dos estereótipos. O perfil geral de um programador de software ou codificador é sexo masculino, jovem, branco e asiático. Provavelmente isso é um pouco diferente no Brasil, mas o ponto em comum é que, em qualquer país, não inclui as mulheres.
JC – Muitas meninas têm interesse em atuar nas áreas de ciências, engenharia e tecnologia mas, ao longo do tempo, acabam optando por carreiras nas áreas sociais e humanas. Porque isso acontece?
Elizabeth – Uma das principais respostas é justamente essa questão dos estereótipos que apontam o que meninas devem estar interessadas em fazer e, ao mesmo tempo, reforçam a imagem de como estamos acostumados a enxergar os programadores – como pessoas solitárias, anti-sociais e homens. E tem a questão dos modelos. As meninas jovens não têm muitas referências de mulheres que seguiram as áreas de ciências. Falta estímulo e encorajamento de como essa pode ser uma carreira para seguir.
JC – Quais as habilidades femininas podem ser aliadas no desempenho de mulheres em cargos de tecnologia?
Elizabeth – Elas são particularmente boas em colaboração, comunicação e construção de equipe. Além disso, tanto nas áreas técnicas como de gestão, as mulheres costumam trazer uma perspectiva global diferente do que é mostrado. As meninas também são muitas vezes motivadas por ajudar os outros e ter um impacto na vida de outras pessoas. Muitas vezes a conexão da área técnica com o bem social gera mais interesse em carreiras tecnológicas para as mulheres.
JC – Como está a representatividade das mulheres em cargos de gestão na área de computação?
Elizabeth – Nos Estados Unidos, a participação das mulheres no mercado de computação em funções mais técnicas é de 21% e 23%, de acordo com o Anita Borg Institute’s Top Companies for Women Technologists e US Government Bureau of Labor Statistics, respectivamente. A representação diminui em 50% do nível de entrada para o nível executivo. Mas, acredito absolutamente que essa realidade pode se transformar. Em 2014, entre as empresas da Fortune 500, havia 60 mulheres CIOs. Em 2015, esse número aumentou para 84. Isso ainda representa apenas 17% dos CIOs, mas um aumento de cerca de 40%. Já é um indicativo importante de mudança.
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