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Consumo

- Publicada em 17 de Novembro de 2015 às 17:57

Intenção de gasto com presentes recua 22%

Sete em cada 10 consumidores perceberam que produtos estão com preços maiores

Sete em cada 10 consumidores perceberam que produtos estão com preços maiores


GILMAR LUÍS/JC
Com os preços mais altos e o aumento do desemprego, o brasileiro pretende gastar menos com presentes para o Natal em 2015 do que em 2014. O gasto médio por presente neste ano deverá ser de R$ 106,94, queda de 22% em relação à intenção observada no passado, de R$ 125,22. Os dados, que descontam os efeitos da inflação, são de pesquisa realizada nas 27 capitais brasileiras pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com o SPC Brasil.
Com os preços mais altos e o aumento do desemprego, o brasileiro pretende gastar menos com presentes para o Natal em 2015 do que em 2014. O gasto médio por presente neste ano deverá ser de
R$ 106,94, queda de 22% em relação à intenção observada no passado, de
R$ 125,22. Os dados, que descontam os efeitos da inflação, são de pesquisa realizada nas 27 capitais brasileiras pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com o SPC Brasil.
A queda na intenção de gasto médio é resultado de um aumento na parcela de consumidores que pretendem desembolsar um valor menor com a data, que saltou de 29,1% em 2014 para 41,2% em 2015. Por outro lado, cresceu o número de consumidores que querem comprar algum presente, de 87% para 93%. "Os dados demonstram que o Natal carrega um significado cultural importante. O consumidor quer presentear e não vai deixar de fazê-lo, mas sabe que o momento é de cautela e que, por isso, os gastos devem ser mais bem pensados", explicou a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
A economista afirmou também que sete em cada 10 consumidores (74,3%) avaliam que os presentes estão mais caros em 2015. A diferença é que essa percepção de aumento dos preços se deve principalmente à instabilidade do quadro econômico. A crise econômica foi apontada como causa da inflação por 38,1% dos entrevistados em 2015, contra 13,6% em 2014. As menções ao aumento do dólar para os preços saltaram de 1,9% para 8,7%.
Levando em consideração somente os entrevistados que disseram que pretendem gastar menos, 25,9% citaram o aumento dos preços como uma barreira às compras, bem acima do patamar de 1,8% observado no ano passado. Outros aspectos citados são o endividamento (14,7%) e o desemprego (12,8%). "Com tantos consumidores inseguros para gastar, as lojas que apresentarem preços e condições de pagamentos diferenciados vão sair na frente para ganhar a atenção dos brasileiros", disse.
Segundo a pesquisa, juros elevados e crédito mais restrito devem levar o consumidor a adotar o dinheiro como forma de pagamento neste Natal, com 42,3% das respostas, seguido pelo cartão de crédito parcelado (27,7%), cartão de crédito à vista (13,6%) e cartão de débito (12,1%). Para quem pretende parcelar, a média é de cinco prestações. "Isto significa que quem comprar presentes em novembro ou dezembro estará com a renda comprometida com prestações a pagar pelo menos até os meses de abril e maio de 2016, respectivamente", afirmou o educador financeiro José Vignoli.
O levantamento também aponta que os filhos aparecem em primeiro lugar na lista dos que serão mais presenteados, citados por 46,7%, seguidos pelos cônjuges (42,6%), pelas mães (35,0%) e pelos sobrinhos (19,4%). As roupas serão os presentes mais comprados, com 67,2% das respostas, à frente de calçados (37,0%), brinquedos (31,7%) e perfumes e cosméticos (27,7%). Os shopping centers serão o lugar favorito para as compras, com 50,4%. As lojas de ruas aparecem em segundo lugar, com 30,8%, e as lojas virtuais estão em terceiro, com 30,3%.

Real fraco não inibe compras on-line no exterior

Nem mesmo a desvalorização do real tem tirado o impulso do comércio eletrônico brasileiro, mostra levantamento da empresa de pesquisa Ipsos, a pedido da companhia de pagamentos digitais PayPal. Do universo de internautas brasileiros que fizeram compras on-line nos últimos 12 meses, 51% adquiriram produtos somente em sites brasileiros, enquanto 45% fizeram transações tanto no Brasil como no exterior. Os outros 4% restantes apenas compraram em sites estrangeiros. O patamar é quase idêntico ao do ano passado, quando o percentual de transações em sites brasileiros estava em 50%, enquanto as transações no País e no exterior somavam 46%, e as exclusivas no exterior estavam em 4%.
Segundo o diretor de Marketing do PayPal para a América Latina, Renato Pelissaro, esse dado chama a atenção devido às condições macroeconômicas do País. "A gente tem observado, neste começo de crise, que as compras on-line estão sendo bastante preservadas. Com a desvalorização do câmbio, por exemplo, houve uma migração para países que também tiveram depreciação em suas moedas, como a Ásia", disse.
Nesta perspectiva, a pesquisa mostra que 29% das transações feitas por brasileiros no exterior são de empresas na China. O país asiático, cuja moeda também sofreu com desvalorização ante o dólar durante este ano, só perde para os Estados Unidos como destino das compras on-line - 31% dos consumidores brasileiros compraram em sites norte-americanos nos últimos 12 meses.
Em relação às compras na China, 85% dos brasileiros disseram que os preços mais baixos motivaram as compras em sites do país. Já sobre os Estados Unidos, o principal motivo apontado (67%) foi o da melhor qualidade dos produtos.
Ainda assim, aponta Pelissaro, há resistência por parte de alguns consumidores para compras em sites estrangeiros. Para ele, medidas de proteção às compras feitas pelas empresas de pagamento digitais, como frete grátis na devolução e possibilidade de reembolso, podem quebrar as resistências dos consumidores. "A gente observa um nível de incerteza muito grande. Porém, depois que o consumidor faz a primeira transação no exterior, acaba ganhando confiança", disse.
As entrevistas para o levantamento foram feitas on-line com 800 consumidores brasileiros entre 23 de setembro e 5 de outubro. A pesquisa foi feita simultaneamente em 29 países dos cinco continentes.
Os segmentos de vestuário, eletrônicos e entretenimento lideram as buscas dos internautas. Dos consumidores on-line, 61% adquiriram roupas, calçados e acessórios nos últimos 12 meses, enquanto 57% compraram equipamentos eletrônicos de consumo.