Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Relações Internacionais

- Publicada em 15 de Novembro de 2015 às 22:05

Brics deve reduzir riscos globais, diz Dilma

Dilma Rousseff (c) participou da solenidade de abertura do encontro dos países do G-20

Dilma Rousseff (c) participou da solenidade de abertura do encontro dos países do G-20


ROBERTO STUCKERT FILHO/PR/JC
A presidente Dilma Rousseff defendeu o compromisso dos países do Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) com quatro pontos básicos para a redução do que chamou de "riscos que a economia global continua a enfrentar". A lista inclui o estímulo aos investimentos em infraestrutura, a diminuição da volatilidade dos mercados globais, a necessidade de reformas das instituições financeiras e o combate à pobreza e às desigualdades. Esta, segundo ela, é a agenda que deve ser priorizada no âmbito do G-20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo).
A presidente Dilma Rousseff defendeu o compromisso dos países do Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) com quatro pontos básicos para a redução do que chamou de "riscos que a economia global continua a enfrentar". A lista inclui o estímulo aos investimentos em infraestrutura, a diminuição da volatilidade dos mercados globais, a necessidade de reformas das instituições financeiras e o combate à pobreza e às desigualdades. Esta, segundo ela, é a agenda que deve ser priorizada no âmbito do G-20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo).
"Os países devem seguir comprometidos a trabalhar pela redução dos riscos que a economia global continuar a enfrentar, priorizando na agenda do G-20 temas importantes para países em desenvolvimento como investimentos em infraestrutura, a redução da volatilidade dos mercados globais, a necessidade de reformas das instituições financeiras e o combate à pobreza e às desigualdades", afirmou a presidente.
Este foi o discurso de abertura da presidente durante a reunião do Brics, que aconteceu na manhã deste domingo, paralelamente à cúpula do G-20 no balneário de Antália, na Turquia. Dilma afirmou que os resultados das ações do grupo são "muitos expressivos", e citou também a concretização do Novo Banco de Desenvolvimento e do Arranjo Contingente de Reservas, o que, na visão da presidente, deve impulsionar a ampliação da agenda de cooperação e a consolidação da parceria econômica do bloco.
Dilma também reforçou o empenho de tornar realidade os compromissos da reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI), assumidos em 2010, em prol de uma governança econômico-financeira global mais equilibrada e representativa, com maior participação dos países emergentes e em desenvolvimento.
Os líderes dos Brics ainda veem riscos para a economia global e consideram que a sua recuperação ainda não é sustentável. O grupo divulgou um comunicado conjunto sobre a situação da economia mundial. "Os líderes concordaram que a economia global ainda estava em risco e que sua recuperação ainda não é sustentável, o que realça a importância do fortalecimento da coordenação e da cooperação em políticas macroeconômicas entre os membros do G-20 para evitar repercussões negativas e de modo a lograr crescimento forte, equilibrado e sustentável", afirma o comunicado conjunto informal, divulgado depois do encontro.
Os líderes do Brics defenderam ainda que "todos os membros do G-20 devem se concentrar na implementação de suas respectivas estratégias nacionais de crescimento". O documento destaca que a "politização das relações econômicas e a introdução de sanções econômicas", que chama de desafios geopolíticos, continuam prejudicando as perspectivas futuras de crescimento econômico. Atualmente, a Rússia enfrenta sanções econômicas impostas pelo Estados Unidos e União Europeia (UE) em função da sua atuação na crise na Ucrânia.

Presidente mostra preocupação com subsídios

A preocupação com o aumento dos subsídios agrícolas fez parte do discurso da presidente Dilma Rousseff no almoço de abertura da reunião de cúpula das 20 maiores economias do mundo, o G-20. A presidente brasileira também cobrou dos países responsabilidades diferenciadas nas metas para o clima. Dilma sugere que economias ricas tenham maiores responsabilidades e apoiem nações em desenvolvimento.
Dilma alertou que o atual cenário econômico - desaceleração de algumas economias importantes e os preços mais baixos das commodities - pode levar alguns países a adotarem medidas protecionistas. Como negociadores brasileiros têm sinalizado nas últimas semanas, Dilma demonstrou preocupação com a possibilidade de que a queda do preço das matérias-primas aumente a concessão de subsídios.
Apesar da preocupação com subsídios a alguns setores, Dilma ressaltou a importância de proteger pequenos produtores nos países mais pobres. A presidente lembrou que são esses produtores que respondem pela maior da oferta de alimentos no mundo.
Dilma também expressou o desejo do Brasil de que o mundo alcance um acordo justo, ambicioso e duradouro na conferência sobre o clima, a COP, que será realizada nos próximos dias em Paris. Ao lembrar que o Brasil tem avanços nesse tema, a presidente defendeu que países devem ter responsabilidades comuns nas metas para redução da emissão de carbono, mas defendeu que haja referências "diferenciadas".

'Não vim a passeio', afirma Levy na Turquia, negando os rumores de que perderá posto

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, rechaçou os rumores de que estaria sendo ameaçado ou a ponto de ser substituído. "Estamos navegando e permaneço até segunda ordem", disse durante entrevista coletiva ao fim dos trabalhos do primeiro dia da reunião de cúpula do G-20. "Estou aqui, tenho respaldo da presidente Dilma e não vim a passeio", disse.
Levy tenta afastar os rumores de que estaria sendo pressionado a deixar o governo sob a acusação de que a política econômica é muito austera. "O folhetim não é muito importante. O importante é o avanço das medidas. É nisso que a gente está focando."
Em Brasília, informações de bastidores indicam que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria liderando a pressão contra o ministro e que o petista teria Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, como preferido para ocupar a cadeira de Levy.
Diante dos rumores, Levy ressaltou que "nunca teve grandes diferenças com o presidente Lula". "Uma das grandes sabedorias (de Lula) foi ter paciência, ao contrário de outras pessoas que querem fazer tudo ao mesmo tempo. A grande lição que ele deu foi fazer as coisas no seu tempo", disse.
O ministro da Fazenda deu como exemplo a política de aumento do salário-mínimo, que "foi construída" gradualmente. "Isso mostra persistência e paciência", disse.