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Indústria Petroquímica

- Publicada em 12 de Novembro de 2015 às 22:36

Braskem avalia investir em planta nos EUA

Empreendimento na cidade de Nanchital terá reflexo positivo na balança comercial mexicana de US$ 1,5 bi

Empreendimento na cidade de Nanchital terá reflexo positivo na balança comercial mexicana de US$ 1,5 bi


BRASKEM/DIVULGAÇÃO/JC
Depois de erguer o seu Projeto Etileno XXI no México (um complexo de capacidade de 1,05 milhão de toneladas ao ano de polietilenos, na cidade de Nanchital), a Braskem persegue novas oportunidades na América do Norte. O presidente da companhia, Carlos Fadigas, adianta que o grupo estuda a construção de uma nova unidade petroquímica de polipropileno nos Estados Unidos.
Depois de erguer o seu Projeto Etileno XXI no México (um complexo de capacidade de 1,05 milhão de toneladas ao ano de polietilenos, na cidade de Nanchital), a Braskem persegue novas oportunidades na América do Norte. O presidente da companhia, Carlos Fadigas, adianta que o grupo estuda a construção de uma nova unidade petroquímica de polipropileno nos Estados Unidos.
O executivo argumenta que esse mercado verifica um forte crescimento econômico, apresentando aumento de demanda e de oferta de matéria-prima (propileno) para a fabricação da resina. Não há uma data fixada para definir o empreendimento, contudo a ideia é realizar uma estrutura de escala mundial (mais de 400 mil toneladas de polipropileno ao ano). Hoje, uma planta com essa capacidade, absorveria um investimento superior a US$ 300 milhões. Atualmente, a Braskem possui cinco fábricas de polipropileno nos Estados Unidos, que somam uma capacidade de 1,5 milhão de toneladas anuais.
Além de atender aos Estados Unidos, outra possibilidade para o futuro empreendimento é exportar parte da produção para o México, que hoje importa grande quantidade de polipropileno. Em território mexicano, através da joint venture que firmou com a Idesa, a companhia brasileira iniciará, em dezembro, a operação da sua planta de polietileno, que absorveu cerca de US$ 5,2 bilhões em recursos. Conforme a Braskem, o complexo no México pode ser considerado o maior investimento industrial em uma estrutura nova (greenfield) de uma empresa do Brasil no exterior. A atividade irá gerar um reflexo positivo na balança comercial do México na ordem de US$ 1,5 bilhão a US$ 2 bilhões, por ano. A Braskem Idesa já conta com uma carteira de clientes com mais de 350 empresas, que possuem contrato prévio assinado.
Fadigas ressalta que se trata do primeiro projeto dessa natureza (a partir do zero) desenvolvido pela companhia no exterior, considerado um marco para a empresa. A internacionalização do grupo começou há cerca de cinco anos, através da aquisição de ativos. Um dos motivos que fez a empresa desenvolver o seu mais recente projeto no México foi o potencial da economia do país. A previsão para este ano é que o PIB mexicano cresça 2,5% e 3,5% em 2016. "Se bobear, é mais do que o Brasil fará na década inteira, infelizmente", aponta Fadigas. O México possui ainda cerca de 120 milhões de habitantes e um consumo total de polietilenos na ordem de 2,1 milhões de toneladas ao ano. No momento, essa demanda é atendida, na maior parte, por importações.

Acordo para a nafta deve sair até o dia 15 de dezembro

Fadigas cita o preço competitivo

Fadigas cita o preço competitivo


BRASKEM/DIVULGAÇÃO/JC
Além do momento favorável que vive a economia do México, o presidente da Braskem, Carlos Fadigas, admite que o principal fator pela escolha do país para a nova planta foi o preço da matéria-prima (etano, proveniente de gás natural e fornecido pela estatal Pemex). O executivo acrescenta que o custo no México é atrelado ao da matéria-prima nos Estados Unidos e ainda conta com um desconto determinado pelo governo mexicano. "Isso contrapõe a situação no Brasil", compara.
Cada tonelada de polietileno produzida no México, segundo Fadigas, teria hoje, pelo menos, o dobro da competitividade em relação à resina feita com a nafta (matéria-prima usada no polo petroquímico de Triunfo, por exemplo) no Brasil. Quanto a referências de preços de matérias-primas, o dirigente revela que, em novembro deste ano, o etano nos Estados Unidos estava cotado a US$ 136,38 a tonelada (base Mont Belvieu), contra US$ 431,75 da tonelada de nafta com referência ARA - parâmetro que é muito utilizado na Europa e Brasil. O executivo lembra que, no ano passado, o custo da nafta chegou ao patamar de
US$ 900 a tonelada.
No Brasil, a Braskem está discutindo com a Petrobras um contrato de fornecimento de nafta mais duradouro e a estatal deseja estipular um preço acima, inclusive, da referência ARA. Fadigas prefere não levar totalmente a público os termos de negociação com a Petrobras, mas adianta que a referência ARA será o limite máximo que a Braskem poderá cogitar. Por enquanto, as duas empresas vêm tratando o fornecimento de matéria-prima através de aditivos de contrato de curto prazo. O executivo espera que um acordo de longo prazo seja firmado no dia 15 do próximo mês, quando termina a validade do último aditivo.
Sobre um eventual desconto que poderia ser dado à Braskem quanto à referência da nafta, o dirigente destaca que essa prática é feita em outros países e a própria Braskem, muitas vezes, adota a mesma postura com as resinas que vende aos seus clientes, devido a questões como escala e frequência de compras. Fadigas salienta que investimentos no setor petroquímico geram empregos, impostos, entre outros benefícios para a sociedade.
O vice-presidente da Unidade América Latina Braskem e presidente da Braskem Idesa, Roberto Bischoff, reitera que o projeto no México deverá reduzir em até 10% o déficit da indústria química local, que atualmente é estimado em cerca de US$ 20 bilhões ao ano. Também devido ao novo empreendimento, no próximo ano, 51% das receitas da Braskem deverão ser oriundas do mercado exterior (exportações e produção em outros países), contra 48% em 2015.

Pemex prepara-se para abertura de mercado do petróleo e novas parcerias

A reforma energética que está sendo desenvolvida atualmente pelo governo do México deve atrair novos investidores para a nação. Uma das alterações que será efetuada é que, a partir de 2018, qualquer empresa poderá processar petróleo no país. Nesse contexto, a fornecedora de matéria-prima da Braskem no país, a Pemex (uma espécie de Petrobras mexicana), planeja buscar novos clientes, mercados relevantes e realizar parcerias.
O diretor-geral da Pemex Transformación Industrial, Alejandro Martínez Sibaja, enfatiza que a reforma energética é uma mudança fundamental. Com a medida, o governo mexicano abriu as portas do setor para todas as empresas energéticas. No segmento do petróleo, as companhias privadas poderão comercializar, processar, armazenar, entre outras atividades.
Sem o monopólio, Sibaja ressalta que a Pemex terá que ser eficiente, já que atuará em um panorama legal mais flexível, sob as leis de mercado. O dirigente recorda que o regime exclusivista foi imposto em 1938, quando o governo estatizou o setor. O executivo reforça que a meta da empresa agora é depender cada vez menos dos recursos do governo mexicano, seu controlador. Para isso, tentará buscar apoio através de Parcerias Público-Privadas (PPPs).
Essas associações poderão envolver ativos existentes, como futuros projetos. Atualmente, a estatal mexicana conta com seis refinarias de petróleo, nove unidades de processamento de gás e duas centrais petroquímicas. No próximo ano, a Pemex dará início a um projeto-piloto com utilização de biocombustíveis, com a comercialização de etanol que será produzido de milho, sorgo e cana-de-açúcar.
A produção não deverá ultrapassar 10% da demanda de combustíveis do México. O faturamento da Pemex para este ano é estimado em aproximadamente US$ 49 bilhões. Deste valor, as principais receitas são provenientes de produtos como a gasolina e o diesel.