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Aviação

- Publicada em 11 de Novembro de 2015 às 22:17

Aeroporto Salgado Filho é um dos mais saturados do País, diz CNT

Terminal aeroportuário de Porto Alegre deve ser privatizado e ampliado no próximo ano

Terminal aeroportuário de Porto Alegre deve ser privatizado e ampliado no próximo ano


MARCO QUINTANA/JC
O aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, está entre os mais saturados do Brasil, junto com Congonhas (SP), Fortaleza (CE), Cuiabá (MT), Florianópolis (SC), Vitória (ES) e Goiânia (GO). É o que aponta estudo finalizado pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes) divulgado ontem.
O aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, está entre os mais saturados do Brasil, junto com Congonhas (SP), Fortaleza (CE), Cuiabá (MT), Florianópolis (SC), Vitória (ES) e Goiânia (GO). É o que aponta estudo finalizado pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes) divulgado ontem.
O aeroporto é considerado saturado quando o número de passageiros atendidos extrapola em 100% a capacidade prevista pelos órgãos de regulação. "Nesses casos de saturação ou alerta, o atendimento não se dá de forma eficaz. As acomodações são insuficientes para atender ao fluxo de passageiros, há longas filas para o check-in, demora na restituição de bagagens, aumento de atrasos, entre outros problemas", aponta o estudo, feito em parceria com a Abear (Associação Brasileira das Empresas de Aéreas).
Apesar desses problemas, o trabalho também explica que o excesso de passageiros por si só não traz risco para a operação, já que, quando a saturação é em relação à quantidade de voos suportados pelo sistema de pista e pátio, os órgãos de controle limitam novos voos.
Os aeroportos de Porto Alegre, Florianópolis e Fortaleza estão no programa para serem privatizados em 2016 para ampliação. Vitória e Goiânia já estavam lotados desde a década passada, mas as obras foram paradas por problemas da licitação e retomadas em 2015.
A pesquisa repete dados da Secretaria de Aviação Regional, como crescimento de 32 milhões de passageiros/ano em 2000 para 100 milhões neste ano; a redução do preço médio das passagens em 43% nos últimos 12 anos; e o alto peso do ICMS sobre o custo de combustível no País em comparação com outras nações.
O trabalho aponta que a maioria dos recursos arrecadados com a privatização dos grandes aeroportos do País entre 2012 e 2013 está voltando para eles mesmos. Segundo o trabalho, 60% dos recursos do fundo da privatização gastos pela Infraero ficaram nesses cinco terminais privatizados (Galeão, Confins, Guarulhos, Campinas e Brasília), e os outros 40% foram investidos em outros 60 aeroportos da empresa.
O estudo indica que o País precisa investir R$ 25 bilhões em aeroportos nos próximos 15 anos para suportar o crescimento do setor.

Programa de aviação regional deve ajudaros voos já existentes

Outra conclusão do estudo da CNT é que o programa de aviação regional do governo federal vai subsidiar quase duas vezes mais os voos existentes do que os novos. De acordo com o trabalho, nos cinco primeiros anos, seriam investidos R$ 4,5 bilhões para os trechos em operação e somente R$ 2,4 bilhões para novas ligações partindo de pequenos aeroportos (até 800 mil passageiros/ano).
O estudo levou em consideração os voos já existentes e os subsídios que eles podem receber pelas regras atuais. Considerando isso, o que já existe, e em tese não precisaria de recursos para voar, ficaria com cerca de 2/3 do valor previsto. E a menor parte ficaria para a criação de novos voos, que teoricamente não existem por custarem caro aos passageiros. O estudo avalia que os recursos serão insuficientes "para a criação de novas rotas da aviação regional".
O governo anunciou o programa de subsídios ainda em 2012, mas a lei dando permissão para o ato só foi homologada em 2014. Na época, a previsão era que o programa tivesse R$ 1 bilhão anuais para reduzir o custo das passagens de passageiros em áreas mais isoladas, incentivando assim as empresas a levarem voos para essas regiões. No entanto, nenhuma verba foi liberada ainda. O trabalho também mostra que, dos 270 aeroportos prometidos, "nenhum saiu do papel" após três anos.