O momento não é animador para a hotelaria gaúcha. Com baixa média de ocupação, o setor discutiu estratégias capazes de garantir sua recuperação, durante o Fórum de Hospedagem e Alimentação - Desafios para um Crescimento Sustentável, realizado ontem, no hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre. Na ocasião, no que se refere à Região Metropolitana, mais uma vez, a construção de um Centro de Convenções de grande porte foi o assunto principal do pronunciamento das autoridades e representantes do empresariado local.
A obra é considerada essencial para gerar competitividade aos gaúchos, uma vez que, de acordo com o presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha), Henry Chmelnitsky, o Rio Grande do Sul perdeu, nos últimos anos, espaço para estados como Santa Catarina e Paraná. "Ficamos para trás na comparação com a região Sul e, por isso, temos dificuldades importantes. Precisamos quebrar a inércia do setor", alertou. A ocupação média, segundo o Sindha, entidade organizadora do encontro, é, atualmente, de 42%, número considerado baixo.
A principal maneira de promover alguma reação é por meio da realização de eventos de maior amplitude na Capital. "Por isso, o Centro de Convenções vai ser o assunto que ninguém vai parar de falar até que consigamos, por meio do poder público ou de uma parceria público-privada, fazê-lo deslanchar", destacou Chmelnitsky.
O projeto em questão estava contemplado no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Turismo com verba de R$ 60 milhões. Porém, como o projeto não foi apresentado até o dia 31 de agosto, acabou bloqueado por decreto presidencial publicado em fevereiro deste ano.
No entendimento do setor, com a infraestrutura atual, Porto Alegre não consegue competir por eventos que atraiam acima de 9 mil pessoas. Segundo o diretor-superintendente do hotel Plaza São Rafael, Carlos Henrique Schmidt, a baixa ocupação decorre da instabilidade macroeconômica e do aumento de vagas durante a Copa do Mundo, sem demanda suficiente após o evento. "A nossa esperança de uma recuperação mais rápida gira em torno da realização de eventos. Nesse sentido, é fundamental viabilizarmos uma estrutura que traga mais competitividade", completou Schmidt.