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Economia

- Publicada em 08 de Novembro de 2015 às 17:42

Após corrida de investidores em função do petróleo, Rio Grande vive ressaca da Lava Jato

Os enormes galpões construídos à beira da Lagoa dos Patos, no polo naval de Rio Grande, estão praticamente abandonados. Numa área equivalente a 56 campos de futebol, o mato e a ferrugem começam a esconder parte de um passado recente de grandes construções na cidade. Há bem pouco tempo, o local - que abriga o estaleiro QGI - acolhia milhares de trabalhadores que chegavam de várias partes do Brasil para ajudar a erguer as grandes plataformas de petróleo.
Os enormes galpões construídos à beira da Lagoa dos Patos, no polo naval de Rio Grande, estão praticamente abandonados. Numa área equivalente a 56 campos de futebol, o mato e a ferrugem começam a esconder parte de um passado recente de grandes construções na cidade. Há bem pouco tempo, o local - que abriga o estaleiro QGI - acolhia milhares de trabalhadores que chegavam de várias partes do Brasil para ajudar a erguer as grandes plataformas de petróleo.
Hoje, só alguns vigias e técnicos de manutenção perambulam pelo estaleiro para garantir a segurança de equipamentos milionários. Criado em 2005, o QGI foi o primeiro a construir plataformas em Rio Grande. Depois vieram EBR - Estaleiros do Brasil, da Toyo Setal; e Rio Grande, da Ecovix (braço naval da Engevix).
Na época, o cenário de investimento crescente da Petrobras prometia encomendas, pelo menos, para os próximos 20 anos. Nesse clima de otimismo, Rio Grande viveu uma corrida de novos negócios. No auge das construções, em 2013, o polo empregava 24 mil trabalhadores.
A economia da cidade cresceu a uma taxa de 20% ao ano, diz o prefeito Alexandre Lindenmeyer. "A partir de 2007, o orçamento da prefeitura triplicou, colocando o município como o quarto maior PIB do Estado."
Mas, no meio do caminho, a Operação Lava Jato, que investiga corrupção em contratos da Petrobras, fez o período de bonança se converter em projetos interrompidos, inadimplência e desemprego. Dos 24 mil trabalhadores de 2013, restaram cerca de 9 mil, afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas de Rio Grande, Benito de Oliveira Gonçalves. A maioria trabalha para a Ecovix, que está em dificuldade para continuar a atividade e tem feito constantes demissões. Na EBR, a última unidade está sendo finalizada, e não há previsão de novas encomendas.
A redução na renda e na atividade dos estaleiros tem um efeito cascata. Sem demanda, hotéis e restaurantes ficaram ociosos e passaram a demitir. "O comércio tem se deteriorado de forma acelerada. Em alguns setores, há queda de 50% nas vendas", diz o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Rio Grande (CDL), Carlos André Pavão Xavier. Para melhorar o caixa, a alternativa são as promoções, como é o caso do setor de vestuário e de restaurantes. O rodízio de carne, que no auge do polo custava R$ 89,00, agora sai por R$ 49,00.
O setor hoteleiro, que há pouco tempo quase não tinha vaga, hoje trabalha com 30% a 40% de ocupação, afirma Luiz Carlos Hilário, dono da rede Villa Moura, que tem quatro hotéis na cidade. Segundo ele, há cinco anos, o setor tinha 1,5 mil leitos, saltando para 2,8 mil com o crescimento do polo. Há ainda 700 leitos em construção, mas alguns foram interrompidos com a piora da crise.
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