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- Publicada em 09 de Novembro de 2015 às 22:32

O palestrante Lula

Vivemos na era digital: quase tudo é registrado e postado na internet.
Vivemos na era digital: quase tudo é registrado e postado na internet.
No roteiro inicialmente intitulado "Rumo ao Caribe", - mas que teve desdobramentos também em Portugal e Angola - Lula, quando ex-presidente, ganhou da Construtora Odebrecht R$ 3.899.000 como pagamento por proferir nove palestras. Mas nenhuma delas está veiculada no Youtube.
Alguém explica?

Não é 100%

O Conselho de Ética do Conar determinou que a Nissan altere a campanha publicitária "Luciano Huck agora é Nissan 100% da Tabela Fipe".
Segundo a decisão, a referência à avaliação de 100% da tabela, na troca, entrando carros usados, não é verdadeira. É que alguns consumidores denunciaram que a promoção tem restrição para alguns modelos e determinados anos de fabricação.

Distância dos microfones

Dilma Rousseff tem negado entrevistas a jornais, revistas e emissoras de tevê estrangeiros apesar dos insistentes pedidos, sobretudo agora que a reunião do G-20 se aproxima.
A presidente tem uma resposta padrão: "Não é o momento".

Melhor evitar a greve

O TST acaba de decidir que a empresa, se quiser evitar a greve, precisa tentar exaustivamente a conciliação - ou concordar com a instauração do dissídio coletivo na Justiça do trabalho.
A decisão ocorre em meio a muitas negociações entre patrões e empregados. Para os ministros, se o sindicato dos trabalhadores tenta obter o acordo da empresa para ajuizar ação de dissídio no tribunal, e esta não topa, recusando-se também a enviar proposta conciliatória, a greve pode ser deflagrada. O risco seguinte é haver o dissídio coletivo sem a concordância dos patrões.

A propósito

Lula declarou que recebeu, em quatro anos, R$ 27 milhões de diversas entidades e empresas, para dar palestras pelo mundo afora.
Com o dólar a R$ 2,20 (valor médio do período), ele terá ganho o equivalente a US$ 12,272 milhões; ou US$ 3,068 milhões ao ano; ou US$ 255,68 mil ao mês; ou US$ 8.405 por dia.
E para arrematar: US$ 350,2 por hora - dormindo, ou acordado.

Laranja jurídica

O deputado e negociante de carne enlatada Eduardo Cunha (PMDB-RJ) está se tornando também um especialista em palavrórios sobre dinheiro em contas no exterior. Tentando responder ao jornal O Globo se ele usava "laranjas" nas suas operações bancárias na Suíça, o presidente da Câmara enrolou em quatro frases.
Acompanhem: "Não tinha laranja. Laranja é alguém que você coloca e que não tem a mínima condição de deter o bem. O que usei para poder aplicar os ativos foi alguém que tinha condições de deter, o banco Merril Lynch. Era uma relação contratual privada, havia um instrumento particular de transação. Era uma instituição, uma pessoa jurídica".

Recebendo sem trabalhar

Mais de um mês depois da reforma administrativa (?) de Dilma Rousseff, os cerca de 3.000 cargos de confiança que deveriam ter sido cortados seguem intactos. É uma estratégia presidencial para evitar mais atritos com os partidos.
Com a fusão de secretarias e pastas, as atribuições de parte desse exército de funcionários foram extintas e muitos deles passam o dia navegando em redes sociais. Mas recebendo pagamento, claro.

Impiedade chinesa

Dados da imprensa internacional revelam que cerca de 13 milhões de pessoas na China vivem à margem da sociedade, sem registros e documentos e sem poder frequentar escolas e hospitais. São os "chineses fantasmas", filhos de família que foram concebidos desrespeitando a política do filho único. A chinesa Li Xue - uma mulher de 22 anos, entrevistada, exemplificativamente, pela agência France-Presse - não existe para o Estado chinês. Além de não ter direito a estudar, não pode usar transporte público ou ser empregada formalmente. Os pais de Li já tinham uma filha quando sua mãe engravidou por acidente. Na época, ambos estavam doentes por seus trabalhos como operários e a mãe estava muito fraca para um aborto.
"Estou bloqueada, não há nada na China que prove que existo", contou Li Xue. As famílias que violavam a lei deveriam pagar uma taxa de manutenção social para legalizar seus filhos e garantir o "hukou", que é a permissão indispensável para uma vida de cidadania e direitos no país. Segundo Li, na época as autoridades pediram uma taxa de 5.000 yuans - cerca de R$ 3 mil - um valor muito acima do que seus pais, que recebem 100 yuan (R$ 60,00) por mês, podiam arcar.
Agora, a China prevê 50 milhões de habitantes a mais até 2030, após reforma que pôs fim à "política do filho único" - que durou 35 anos - e libera os casais a terem dois filhos.

A insanidadedo azul

Em poema de Machado de Assis, um plebeu, ao deparar-se com uma misteriosa mosca azul, vislumbra-se como soberano de vasto império, um rei cercado por mulheres e empregados, amado por todos, glorioso vencedor de batalhas. A ilusão que lhe custa a sanidade.
Como se suas entranhas pudessem explicar o motivo de tamanha beleza, a mosca é dissecada pelo trabalhador, que nada vê além de um inseto morto, asqueroso.
Semana passada, Dilma Rousseff reagiu em Brasília, ao ouvir de um interlocutor que Michel Temer havia sido picado pela mosca azul.
- Mosca azul? Foi um enxame azul !...

Romance forense: Prestação jurisdicional industrial

 Charge vital 101115

Charge vital 101115


DIVULGAÇÃO/JC
 Charge vital 101115
Ao acaso, numa festa do meio empresarial, encontram-se, numa roda, alguns conselheiros da OAB-RS com um desembargador - normalmente afável, quase sempre presente na corte e que tem por hábito receber os advogados - ainda que exija o prévio agendamento.
A conversa começa com eleições na Ordem, três chapas; logo discute-se o pleito no TJ-RS, duas chapas; comenta-se também os riscos de deixar crescer, cada vez mais, a "estagiariocracia"; o desembargador sustenta que a "assessorcracia" é confiável.
Um profissional de notória advocacia contenciosa refere que é mais fácil encontrar determinados juízes na sede da Ajuris do que no foro central.
Aproxima-se da roda um capitão da indústria e revela:
- Os advogados que hoje me atendem, dizem ter saudade dos tempos do Fórum da rua Siqueira Campos. E eles lamentam não saber mais se ainda existe prestação jurisdicional minuciosa.
Provocado, o desembargador admite:
- É lamentável, mas por causa da multiplicação de processos, a jurisdição está sendo prestada, de fato, também por pessoas sem predicados. E na conjunção não se pode mais fazer jurisdição artesanal.
Um diretor da Ordem gaúcha, então, mostra-se perplexo:
- Estou espantado em saber que, atualmente, não há mais jurisdição artesanal. O que há de ser, então? Industrial?
Súbito a conversa termina porque, coincidentemente, o mestre de cerimônias anuncia que "a cerimônia vai começar, solicitando-se aos convidados que ocupem seus assentos".
O assunto, assim, é encerrado.
A conclusão, aqui, é por conta do colunista do Espaço Vital: ou a prestação jurisdicional é artesanal, ou não é jurisdição!
Mera coincidência que, há duas semanas, ministros do STF tenham criticado uma decisão vinda da Justiça de Piracicaba (SP): era um modelo pré-pronto, verborrágico, com fórmulas vazias e desvinculadas de qualquer base empírica, sem qualquer adaptação ao caso concreto, com desatenção até ao gênero dos substantivos e flexões gramaticais.
Enfim é o que temos!...