Caminhoneiros bloquearam rodovias de 14 estados na segunda-feira, primeiro dia de paralisação nacional da categoria. A Polícia Rodoviária Federal (PRF), apontou manifestações em 11 estados. Apesar de os números da greve não terem sido considerados 'preocupantes' pelo governo, a ordem no Palácio do Planalto é "não menosprezar" a mobilização.
Os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Edinho Silva (Comunicação Social), foram para o embate com os manifestantes. Para eles, a paralisação tem "viés político" e "nenhuma reivindicação oficial", pois o movimento é liderado por entidades autônomas, sem vinculação a sindicatos.
Os manifestantes pedem a redução do preço do óleo diesel, a criação do frete mínimo, salário unificado em todo o País e liberação de crédito com juros subsidiados no valor de R$ 50 mil para os autônomos. O grupo também quer ajuda federal para refinanciar dívidas de compra de seus veículos.
O Planalto argumenta que atendeu a maior parte das reivindicações da categoria, que, em abril, também fizera paralisação.Um dos membros da CNT (Comando Nacional dos Transportes), movimento que lidera protestos dos caminhoneiros pelo país, Ivar Schmidt, disse que o primeiro dia foi melhor que o esperado, já que previa paralisações em 12 estados e eles ocorreram em 14. "Alguns pontos de bloqueio nem tínhamos ciência de que ocorreriam", disse Schmidt, que não sabia avaliar quantos caminhoneiros aderiram ao movimento.
Ele esperava mais adesões ao longo da semana, mas o movimento perdeu fôlego e a greve entrou no segundo dia com manifestações e bloqueios em oito estados. O ministro José Eduardo Cardozo, havia anunciado, na segunda-feira, que a interdição de estradas teria uma multa de R$ 1.915,00.
Na terça-feira, o governo resolveu aumentar as multas para R$ 5.746 para quem usar o caminhão em bloqueio e para R$ 19.154,00 para quem organizar a interdição. em caso de reincidência o valor dobra. Na avaliação do governo, as multas ajudaram a evitar o bloqueio de rodovias na terça-feira.
A PRF também foi orientada a desobstruir as estradas e garantir a segurança dos caminhoneiros que quiserem trabalhar. Para Cardozo, "foi um movimento pulverizado, sem apoio das entidades tradicionais de classe, o que tirou a intensidade da manifestação." A preocupação no governo era com a possibilidade de ressuscitar a onda de protestos num momento em que a presidente Dilma sofre ameaça de impeachment.