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VIDA DE STARTUP

- Publicada em 24 de Novembro de 2015 às 18:03

Empreendedores cruzam a chegada e querem mais

Na corrida pelo mercado, os empreendedores nascentes (na foto, da esquerda para a direita): Felipe Delvan, Jean Winter, Renata Moutinho e Fernando Flores

Na corrida pelo mercado, os empreendedores nascentes (na foto, da esquerda para a direita): Felipe Delvan, Jean Winter, Renata Moutinho e Fernando Flores


FREDY VIEIRA/JC
Há oito meses um quarteto de empreendedores estreante topou ser seguido de perto pelo Empresas & Negócios. O desafio era um só: não basta parecer startup, tem de provar que é. Beyond, E-Aware, 3D Protos e Love Design Pet mostraram que são dignas do nome. Alguns meses definem o futuro de uma empresa nascente. Além disso, é um tempo mais que suficiente para empreendedores mostrarem que não fazem a sua história sozinhos, podem contar com o ecossistema de universidades, incubadoras, organismos ligados a setores empresariais (Sebrae, Endeavor, aceleradoras), mentores e até investidores. Os fundadores da Beyond (de interruptores e tomadas inteligentes para casa), E-Aware (automação elétrica para parques industriais), 3D Protos (impressão de órteses e próteses sob medida) e Love Design Pet (casinhas estilo toca para os bichinhos domésticos) viveram integral ou parcialmente, de abril até agora (e vão continuar nessa escalada), os percalços para descobrir, afinal, se têm quilate para brigar no mercado.
Há oito meses um quarteto de empreendedores estreante topou ser seguido de perto pelo Empresas & Negócios. O desafio era um só: não basta parecer startup, tem de provar que é. Beyond, E-Aware, 3D Protos e Love Design Pet mostraram que são dignas do nome. Alguns meses definem o futuro de uma empresa nascente. Além disso, é um tempo mais que suficiente para empreendedores mostrarem que não fazem a sua história sozinhos, podem contar com o ecossistema de universidades, incubadoras, organismos ligados a setores empresariais (Sebrae, Endeavor, aceleradoras), mentores e até investidores. Os fundadores da Beyond (de interruptores e tomadas inteligentes para casa), E-Aware (automação elétrica para parques industriais), 3D Protos (impressão de órteses e próteses sob medida) e Love Design Pet (casinhas estilo toca para os bichinhos domésticos) viveram integral ou parcialmente, de abril até agora (e vão continuar nessa escalada), os percalços para descobrir, afinal, se têm quilate para brigar no mercado.
Os gestores de seus negócios, alguns com profissionais sob sua responsabilidade, passaram por todos os sintomas da virose nascente – mergulharam nos produtos, descobriram falhas ou ajustes a fazer, renderam-se ao pouco conhecimento de mercado (vendas mesmo), sentiram na pele e nas mãos ter de fabricar ou buscar insumos para seus produtos. Nenhum conseguiu receita ou ganhar dinheiro com a startup – dependem de investidores ou de economias ou outros trabalhos para fazer caixa. Dos quatro, dois (Beyond e E-Aware) estão no mercado, mas ainda testando a aceitação de equipamentos. A 3D Protos se submete a revisões e pesquisa de produto. A Love Design Pet deu uma parada estratégica e promete voltar com outra pegada.
O co-fundador da Pulsar, que atua com cultura empreendedora, Tainan Caballero, não se surpreende com as diferenças na evolução de cada caso. Caballero atesta que a velocidade de afirmação (ou queda) de um negócio hoje é instantânea. “É muito importante começar um negócio a partir do que está ao redor, sejam pessoas, problemas ou recursos. É como um processo de teste. O tempo em que se pensava o negócio do zero, investia-se muito dinheiro e quebrava não é mais assim. Hoje se pensa, prototipa, vê se funciona, adapta o que não deu certo, arruma e parte para um investimento maior. O esforço é mínimo para um resultado máximo, onde a entrega é fundamental, e o mais rápido possível”, adverte o co-fundador da Pulsar.

BEYOND

Delvan e Venero (foto acima), e o CEO com os primeiros produtos Power e One à venda

Delvan e Venero (foto acima), e o CEO com os primeiros produtos Power e One à venda


JONATHAN HECKLER/JC
RAIO-X
  • Negócio: automação residencial
  • Fundação: agosto de 2013, por grupo de sócio liderados por Felipe Delvan e Sérgio Venero
  • Sede: Incubadora Raiar (Tecnopuc), em Porto Alegre (desde janeiro de 2015)
  • Produto: One (interruptor inteligente) e Power (tomada inteligente)
  • Capital: investidor (fundo Bambuza), com participação acionário
  • Estágio atual: primeiro lote comercial foi produzido em novembro para clientes de incorporadoras e testers (vão usar equipamentos para validar aplicação).
  • Futuro: elevar a produção a 2 mil unidades mensais e escalar. Dobrar equipe de profissionais. Entrar no varejo em 2016 para vender a consumidor final
A Beyond tem dois produtos que começam a chegar ao mercado. O One (interruptor inteligente) e o Power (tomada inteligente). Nos últimos meses, a empresa se dedicou a afinar a tecnologia, acertar a logística, compor a cadeia de produção e estabelecer contatos com o mercado. “Os dois produtos estão prontos e entrando em linha comercial e o aplicativo para celular está finalizado”, enumera um dos sócios Sérgio Venero. O primeiro lote de 1,1 mil peças terá parte para testes de pessoas mais próximas dos empreendedores, que vão experimentar a tecnologia, a usabilidade. O One e o Power prometem colocar na mão todo o controle de gasto de energia da rede doméstica. Felipe Delvan, o CEO, aponta que uma nova fase entra em pauta. “Estamos concluindo um ciclo, muito voltado a P&D e modelo de acesso a mercado. Agora começa outro novo, de acesso a consumidores, ao varejo, para que todos possam comprar os itens Beyond, no super ou lojas especializadas”, demarca Delvan. Para a dupla e toda a equipe e ainda os investidores (fundo Bambuza), essa etapa é crucial na escalada do negócio. “Vamos descobrir se conseguiremos cruzar o abismo entre ser startup e uma empresa bem-sucedidas. E pode ser fatal se não nos preparamos adequadamente”, conscientiza-se o CEO. Este ano o mais difícil foi superar a fase de conceito, testes, certificações e importação de insumos. “Tivemos problemas em lidar com o fechamento de câmbio, vinda de itens da China. Na importação, ainda tivemos a greve da Receita Federal, que atrasou a chegada do lote”, listou Venero. Dólar alto? Como milhares de outras empresas, a Beyond teve de se adaptar e buscou substituto nacional. “Foi bem gratificante buscar parceiro local como no polo de Caxias do Sul e na RMPA, onde tivemos preços melhores que de outras regiões do País”. Para a dupla, descobrir que há soluções dentro do Estado reforça que os empreendedores sabem transpor barreiras. “Precisamos mais empresas das novas gerações (como a nossa) para superar a crise e ir em frente.” Um mentor, oriundo do varejo, já auxilia e mostrou que a empreitada não será fácil. “Ficamos assustados, admito, mas temos um produto com potencial e à frente de concorrentes”, acredita Delvan.

E-AWARE TECHNOLOGIES

Produtos da E-Aware Technologies, com Jean MIchel Winter, no laboratório de robótica da engenharia elétrica da UFRGS

Produtos da E-Aware Technologies, com Jean MIchel Winter, no laboratório de robótica da engenharia elétrica da UFRGS


MARCELO G. RIBEIRO/JC
RAIO-X
  • Negócio: automação industrial
  • Fundação: agosto de 2014, por Jean Michel Winter e mais sócios
  • Capital: investidor anjo, Startup Brasil e receita de vendas
  • Sede: Incubadora do Centro de Empreendedorismo da Informática (Ufrgs), em Porto Alegre)
  • Produto: moden com circuito e sistema de comunicação sem fio
  • Estágio atual: primeiro lote comercial já foi entregue em setembro a clientes do setor avícola e tem encomendas para usinas de açúcar e álcool
  • Futuro: elevar a produção (hoje artesanal) e transferir a fornecedores. Dobrar equipe de profissionais. Entrar no varejo em 2016 para vender a consumidor final
O engenheiro eletricista Jean Michel Winter se orgulha do moden que está em sua mão e com a grife da E-Aware. A caixinha em tom cinza escuro é como um filho e levou oito meses (quase uma gestação completa) e muito trabalho. A primeira leva do moden foi, acredite, montada dentro da sede da startup na incubadora do Centro de Empreendedorismo em Informática (CEI), no campus do Vale da Ufrgs. Mas até chegar ao modelo final, mudanças foram a regra. “Um dos nossos trunfos foi fazer ajustes em contato com clientes e comprovamos que a solução resolve um problema real do mercado”, ressalta o jovem. No jargão das startups, é conjugar intensamente o termo MVP (minimum viable produc, em inglês). Winter e mais sócios criaram a empresa como spin-off de pesquisas do laboratório de automação da Universidade Federal do Rs (Ufrgs). O professor de Winter Carlos Eduardo Pereira reforça que o desafio de uma startup tecnológica é justamente sair de um protótipo de laboratório para virar produto e ir ao mercado. “E ninguém vai ficar olhando se é startup, tem de entrar jogando com quem já está há muito tempo em campo”, avisa Pereira. Winter identificou o segmento de agroindústria de aves para instalar o sistema que opera com rede sem fio. Um cliente do ramo sucroalcooleiro também fez pedidos. O co-fundador da E-Aware vislumbra mais segmentos e quer atuar com uma certificação que pode disputar mercado global. “Depois que o Winter ficar milionário, pode doar uma parte de capital para a universidade gerar outros empreendimentos que geram círculo virtuoso e sustentável de empresas”, provoca o professor. O jovem só ri. Outra frente crucial na escalada da E-Aware é a interface com a aceleradora WOW e seu mentor, Jaime Wagner, com trajetória na indústria de tecnologia e consultor. Sessões semanais colocam os dois frente à frente. “Quando a gente está na empresa, a equipe se fecha no produto. Aqui posso clarear a situação e olhar objetivos maiores”, valoriza Winter. “A gente identifica falhas e constrói soluções”, observa Wagner, que acentua a autonomia do empreendedor e o foco em estratégica. “Há cobrança de passos imediatos, e a decisão é sempre dele (Winter)”, aponta o mentor. “Somos investidores e queremos ajudar para acelerar o crescimento ou a morte, se for o caso”, arremata Wagner. No diálogo, há momentos mais tensos, mas tudo em clima cordial. “Será que sou duro demais contigo, Jean”, indaga o mentor. “A gente aperta, mas com carinho.” “A relação é bem boa”, garante Winter.

3D PROTOS

 CENTRAL E&N ? STARTUP 3D PROTOS. NA FOTO: FERNANDO FLORES E  VINICIUS AMATÉA

CENTRAL E&N ? STARTUP 3D PROTOS. NA FOTO: FERNANDO FLORES E VINICIUS AMATÉA


FREDY VIEIRA/JC
RAIO-X
  • Negócio: impressão digital de órteses e próteses
  • Fundação: janeiro de 2015
  • Sede: sala Ina avenida Osvaldo Aranha, em Porto Alegre (desde julho de 2015)
  • Produto: prototipagem de produtos
  • Capital: dos sócios Fernando Flores e Vinicius Amantéa
  • Estágio atual: teste e pesquisa da aplicação da tecnologia. Para gerar fluxo de receitas, prestação de serviços em design de produtos e impressão 3D. Cumpriu programa de consultoria como pré-incubada da Hestia (Ufrgs).
  • Futuro: acelerar a pesquisa de desenvolvimento de próteses para uso em saúde e criar linhas em tecnologia assistiva, para uso por pessoas com necessidades especiais e gerar receita e diversificação.
A dupla Fernando Flores (designer de produto) e Vinicius Amantéa (médico traumatologista) está fazendo um checkup geral da empresa 3D Protos, mas não desvia do foco de se dedicar à impressão de próteses. Mas o ramo demanda pesquisa e certificações, portanto, demandará mais tempo. Em paralelo, desde que a empresa se mudou para uma sala na avenida Osvaldo Aranha (saindo do LabFab compartilhado), os sócios contrataram dois profissionais e buscam diversificar a operação com prestação de serviço para terceiros em prototipagem. Ainda bancando as necessidades com dinheiro do próprio bolso (de economias), Flores e Amantéa compraram mais duas impressoras 3D, que atendem clientes. O projeto do Be4Birth, impressão de fetos a partir de ecografias, está na fase de consolidação comercial. “Vamos fazer um trabalho mais forte com clínicas médicas”, diz Flores. “É um produto que agrega mais valor. As pessoas reconhecem o bebê visto na ecografia. É a mesma emoção ao ver na hora o exame”, atesta o médico. Os sócios, que venceram a Maratona de Empreendedorismo da Ufrgs em 2014, passaram por sessões de consultoria do negócio patrocinadas pelo programa do Núcleo de Apoio à Gestão de Inovação (Nagi), ação da universidade. O consultor Alexandre Menezes da Silva, acostumado a atuar com startups, reuniu-se semanalmente entre setembro e outubro com a dupla. O foco, explicou Silva, foi identificar ideias e processos “que podem gerar inovações” e selecionar o que pode colocar em prática. “Só pensar não adianta, tem de fazer acontecer”, incentiva o consultor. Flores admite as carências na gestão. “A empresa vai ganhando forma e fica mais claro”, conclui o sócio da 3D Protos. “A 3D Protos está em processo de maturação, mas já estamos tendo um belo resultado, com plano de negócios mais claro e como ir ao mercado”, avalia Silva. O caminho só está no começo.

LOVE DESIGN PET

Renata Simões Moutinho começa negócio direcionado ao mercado de pets

Renata Simões Moutinho começa negócio direcionado ao mercado de pets


FREDY VIEIRA/JC
RAIO-X
  • Negócio: casinhas e acessórios para bichos de estimação
  • Fundação: fevereiro de 2015 pela administradora Renata Moutinho
  • Sede: residência da administradora em Maringá (PR) desde setembro de 2015
  • Produto: casinhas de madeira para pets estilo toca
  • Capital: recursos da fundadora
  • Estágio atual: depois de fazer uma produção no primeiro semestre e promover liquidação de estoques, a empresária paralisou a operação, fez um curso no Sebrae-RS (Empretec) e está revisando o modelo e tipos de produtos.
  • Futuro: novos produtos, com uso de materiais de menor custo, com design. Desenvolver cana de venda por meio de redes sociais.
A administradora Renata Moutinho deu uma parada estratégica na startup Love Design Pet, que surgiu no começo deste ano para fabricar e vender casinhas para animais de estimação no estilo de toca e com uma pegada de sofisticação e sustentabilidade. “Estou repensando o negócio”, avisa Renata, que trocou Porto Alegre por Maringá (Paraná), uma região de economia forte e diversificada. O balanço não significa que Renata abandonará a ideia, nem a intenção de empreender. A fundadora da Love Design Pet teve de acompanhar o marido, Rogério Rodrigues, que conseguiu um novo emprego em uma empresa de tecnologia na região paranaense. Tudo foi rápido. Em setembro, o casal vendeu a loja de produtos integrais que tinha na zona sul da Capital e onde operava a startup. Renata já havia liquidado estoques em campanha promocional nas redes sociais. No meio das mudanças, a administradora aproveitou para fazer o curso do Empretec, do Sebrae-RS, vaga que havia ganho por ter ficado em segundo lugar na Maratona da Ufrgs no ano passado. “O Empretec me deu várias ideias, descobri que não tenho habilidades comerciais, aliás, tenho muita dificuldade de vender”, revela Renata. “Quando voltar com a Love Pet, vou apostar na frente online para comercializar”, adianta. No Sebare-RS, foi uma semana intensa, passando por todas as fases de criação de uma empresas. Ela tinha visto muita coisa na maratona, mas o foco agora foi mais a venda. “A gente tem de bater de porta em porta. O curso ajudou a me conhecer melhor. Sobre a startup, Renata pretende voltar com as casinhas, mas com outra linha de produto. “Mais em conta, vou mudar o conceito, usar materiais mais simples. A ideia era ser mais que uma casinha, ser um item de decoração, não é um problema para resolver, não é uma ideia revolucionária”, explica. Para a jovem, o momento vale para desenvolver suas próprias capacidades de empreender. Uma lição da primeira experiência é controlar a emoção. “A gente se apaixona pelo negócio e acaba não pensando racionalmente”, ilustra. “Vou me dedicar mais. Agora será como se fosse o primeiro momento, será o ponto quase zero. É começar de novo”, anima-se.

DE CARNE E OSSO

O que diz a repórter Patrícia Comunello sobre a série:
Empreendedores hoje são super-heróis, têm bola de cristal, pensam e acreditam que estão lendo o futuro e, porque não, que podem adestrá-lo. Mas nada disso é possível sem desbravar cada dia. Um empreendedor é um sonhador no rabo de foguete de sua startup, mas também é de carne e osso, afundado em problemas reais. Nos oito meses em que acompanhei Beyond (Felipe e Sergio), E-Aware (Jean), 3D Protos (Fernando e Vinicius) e Love Design Pet (Renata), vi uma coisa: jovens cheios de gás para desenvolver algo que realmente faça a diferença. Com tecnologia/inovação, Beyond, E-Aware e 3D Protos estão dispostos a brigar no mercado global. A Love Pet quer abrir um espaço em um mundo que está aqui do lado, no nicho de bichinhos de estimação. Os dois universos são difíceis de entrar. Os quatro tiveram de ajustar a cada mês o leme do negócio, decidir rápido. Tempo é dinheiro, é, mas é fração entre a chance de emplacar algo novo até que outro o faça! Queria mesmo era captar o sentimento dos quatro nessa entrega. Captei muito da incerteza e convicção de que todos têm algo com potencial. Parece contraditório? E é mesmo. Nesse período, com exceção das casinhas para pets, que enfrentaram bravamente os consumidores, os outros estão entregando protótipos, os primeiros MVP, e agora vão descobrir afinal se há mercado. Em oito meses, a fisionomia dos empreendedores mudou. Jean e Felipe perderam a carinha de guris, agora são como pais que colocaram seus filhos no mundo e agora precisam estar ao lado, antes que os filhos-produtos caminhem sozinhos. Fernando e Vinicius terão de preparar melhor seu primogênito. Renata está revisando tudo, do perfil de empreendedora ao negócio. Esses detalhes estão em linha com o que ocorre com dezenas de milhares de startups que a cada dia surgem. O bom é esperar para ver como cada uma se sai, pois a mudança está sendo feita por esses jovens empreendedores.  

AS LIÇÕES DO MERCADO

“A força mais importante de uma empresa nova é o pensamento novo: ainda mais importante que a agilidade, o tamanho reduzido proporciona espaço para pensar.”
Peter Thiel, investidor do Facebook, co-fundador Pay-Pal, autor do livro De zero a um
“Há três questões cruciais. Ser empreendedor - muita gente tem ideias muito legais, mas não tem perfil para empreender. O acesso a capital - há muita gente com algum dinheiro para investir (investidor anjo) e os grandes fundos, mas há um intervalo no meio disso que precisa ser preenchido. E saber vender - nas startups de base tecnológica, há gente muito boa tecnicamente, mas que não sabe vender. É importante ter apoio nessa área.”
Rafael Prikladnick, diretor do Tecnopuc
“Entenda qual é o problema e quem tem esse problema.”
Eros Carrasco, fundador da Makadu, aplicativo para organizar eventos
“É muito importante que os empreendedores nascentes se machuquem, quebrem a cara. Nós quebramos e ganhamos experiência, faz parte do crescimento de cada empreendedor. A maior dificuldade é entender a dor real, conhecer as pessoas, ir na origem e entender o problema. É bom não chegar com uma ideia pronta, pois pode não ser a melhor solução para o que se quer resolver.”
Eduardo de Lima e Silva, co-fundador da Aulalivre.net em 2012, plataforma de vídeo-aulas para classes C e D.
“Tenha noções jurídicas sobre a operação do negócio, o que é permitido, sobre diferenças de registrar marcas, patentear ou licenciar produtos. Isso tem de fazer parte da estratégia desde o começo.”
Layon Lopes, advogado, diretor jurídico e legislativo e co-fundador da Associação Gaúcha de Startups (AGS)
“A prática é essencial na largada de qualquer negócio e precisa ter coragem para testar, sabendo que o resultado pode ser ruim. O momento da rua, de chegar lá, não tem preço. É a chance de vivenciar de verdade. Mais difícil é entender que, se tiver negativa (lá na rua), isso faz parte do processo. Empreender é crer, por isso tem tanta proximidade com culto, pois é o culto a um sonho, ideia, à vida”.
Michel Costa, empresário, fundador da ITS e sócio em oito startups
“Não fique chorando e buscando desculpas quando a ideia não dá certo. As coisas acontecem, faça acontecer! O empreendedor costuma cometer erros básicos. Não se limite apenas ao que está ao seu redor, ao que conhece ou sabe. Procure além dos horizontes.”
Tainan Caballero, co-fundador da Pulsar, que atua com cultura de empreendedores
“Noventa por cento 90% do sucesso de qualquer empreendimento está na execução (abrange todos setores). Você tem de ser obsessivo em sempre buscar o aperfeiçoamento de tudo que envolve a empresa. É um trabalho contínuo, intenso e de longo prazo."
André Ghignatti, diretor-executivo da WOW Aceleradora.
“O desafio de uma startup tecnológica é sair de um protótipo de laboratório, virar produto e ir ao mercado. E neste processo há muita inquietude entre os empresários nascentes. Dependendo dessa fase, eles terão sucesso no negócio."
Carlos Paulo Pereira, professor e coordenador do Laboratório de Automação da Ufrgs